terça-feira, 24 de agosto de 2010

O combate contra a infecção está em suas mãos!!

No século XIX, muitas gestantes cujos partos eram realizados em hospitais evoluíam com uma infecção grave denominada febre puerperal, que na maioria das vezes resultava na morte da paciente. Por muitos anos, a causa da febre puerperal permaneceu obscura.
Em 1846, um obstetra húngaro chamado Ignac Phillip Semmelweiss que atuava na Áustria, em um dos maiores hospitais do mundo na época, percebeu que um colega seu, médico patologista havia morrido de infecção generalizada após ferir-se durante a realização de uma nécropsia. A rotina da época era que a jornada diária dos médicos se iniciasse com a realização de necrópsias e depois a realização dos partos. Nesse tempo, a prática de higiene das mãos não era sequer considerada e portanto não realizada entre as necrópsia e os partos. Semmelweiss conseguiu perceber a relação entre o aparecimento de infecções e a não higienização das mãos e implementou a lavagem sistemática das mãos antes de cada parto, controlando em 1847, o surto de febre puerperal, já existente há vários anos, trazendo assim um grande benefício para a humanidade. Esse médico incrível, que foi inicialmente ridicularizado pela comunidade científica mas que não desistiu de lutar contra a infecção é uma inspiração para o combate das infecções hospitalares.
A medida mais eficaz para o combate das infecções hospitalares continua sendo a higiene das mãos que deve ser realizada antes da aplicação de medicamentos e antes e após qualquer manipulação do paciente, seus equipamentos e mobiliário. O álcool gel deve ser preferencialmente utilizado, por ser mais eficaz no ambiente hospitalar, exceto quando houver a presença nas mãos, de matéria orgânica (sangue, secreções, fezes, urina etc) ou sujidade, situações nas quais, é necessário o uso de água e sabão. Antes de qualquer procedimento invasivo, como cirurgias, deve ser realizada a chamada degermação das mãos, que deve durar no mínimo dois minutos, e ser obrigatoriamente realizada com o uso de sabão anti-séptico.

* Dra. Rosana Rangel é Infectologista

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