sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Dia 29 de outubro - Dia Nacional do Livro

Em homenagem ao Dia Nacional do Livro, resolvemos postar este tema abaixo. Esperamos que goste!!

Equipe Bem-Estar


Incentive a leitura ainda na infância


Como em toda educação, o exemplo sempre fala mais alto! Se você quer formar um bom leitor, leia para e, com seu filho! Crianças que vêem os pais lendo com prazer são crianças mais interessadas e, sem dúvidas mais estimuladas ao ingresso do mundo da leitura.
Se a leitura for estimulada desde pequenino, o manuseio do livro para essas crianças já será comum. Os pais que desde cedo se preocupam em separar um tempo para ler uma história, verá que logo a criança começa a manipular livros, revistas com prazer. Ao começar a falar, a criança que está sendo motivada neste universo da leitura, terá um vocabulário ampliado sua inteligência estimulada. Muito importante ao ler uma história para criança, atentar para sua faixa etária para que não fique desmotivada. Leia com entonação, mude a voz para os personagens e você se surpreenderá ao ver a criança te imitando!
A leitura é também uma forma bastante rica do brincar. Não é hábito de muitos presentearem uma criança com um bom livro. Hoje há no mercado livros de várias formas e tamanhos que encantam o olhar da criança, mas, infelizmente nos esquecemos de levar as nossas crianças em livrarias. Você leva seu filho para dentro de uma livraria com freqüência? Está aí um ótimo programa de incentivo a leitura. Algumas livrarias promovem um cantinho especial e encantador, com livros adequados para os pequenos leitores. Ali a criança viaja para o mundo da fantasia, conhece lugares onde nunca foi, desenvolve sua criatividade e num curto espaço de tempo, ela é incentivada a gostar do novo amigo – o livro. Interessante acompanhar o desenvolvimento do pequeno leitor imita o contador de história, em outro estágio, não tem vergonha de usar a sua criatividade ao folhear as páginas do livro e criar a sua própria história e finalmente quando desvenda os mistérios das letras começa a ler e fica fascinado com a leitura.
Outro grande motivador são as feiras de livros infantis. Hoje percebemos que há um grande investimento e preocupação nesta área. Autores e editoras apresentam de uma forma brilhante seus produtos que estão cada vez mais atraentes. As apresentações dos livros nestas feiras levam não só crianças, mas adultos também a este fantástico mundo da imaginação. A visita a uma dessas feiras motivará a criança a estabelecer uma boa relação com os livros e com certeza será um passeio inesquecível.
Assuntos difíceis para se tratar com uma criança como, por exemplo, a morte de um ente querido, com a ajuda de um bom livro a criança compreenderá melhor o momento vivido pela família. Até nisso o livro ajuda! Por isso, manter bons livros ao alcance da criança com assuntos variados não só trará crescimento cultural, social como também emocional.
Não se preocupe quando a criança pede para ler a mesma história várias vezes, é importante para ela. Isto acontece porque elas adoram a repetição: ela ajuda a criança a compreender melhor os sentimentos que aquela história despertou nela. Através da repetição do conto, aquelas emoções vão sendo experimentadas, melhor compreendidas e elaboradas através do final feliz.
Em alguns lares a hora de ir para cama é uma verdadeira batalha! Que tal fazer deste momento um incentivo a leitura? Isso mesmo! Convide seu filho para ouvir uma história e vá contando a cada noite poucas páginas, estimulando para a próxima noite este momento de grande prazer. Uma sugestão, existe hoje Bíblias com as suas histórias contadas numa linguagem muito apropriada para os pequenos podendo contar uma por dia.
Se o seu filho já domina a leitura, peça para que ele a faça para você e depois elogie. Se ainda não lê, peça ajuda para completar e terminar as histórias. Faça comentários e peça opinião da criança, isso ajuda na formação dos pequenos leitores.
Pesquise sobre os livros adequados para cada faixa etária e não esqueça que só teremos bons resultados a partir do exemplo! Boa leitura!

*Elisana Thuler Schuwarte Silva é Psicopedagoga



quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Candidíase, mais comum do que você imagina!

Os corrimentos vaginais, também chamados de leucorréias, podem ser causados por alguns tipos de microorganismos, tendo como os mais comuns as bactérias e os fungos.
A candidíase vaginal é uma infecção causada por um por fungo que habita a mucosa vaginal e o trato digestivo. Ele pode existir mesmo em mulheres que jamais tiveram relações sexuais. Varias espécies de fungos podem ser causa de candidíase, porém, 80% são causadas por um tipo específico chamado Candida albicans.
Estima-se que até 75% das mulheres sofram no mínimo de um episódio desta infecção durante suas vidas. Quase a metade das mulheres sofrerão dois ou mais episódios de candidíase por ano. Felizmente, poucas serão afligidas por uma infecção recorrente ou crônica.
A colonização vaginal por fungos está relacionada com a quantidade de glicose na vagina e, sofre influência, da variação hormonal própria do ciclo menstrual. Fatores que alteram de alguma forma a ação dos hormônios na vagina, ou o nível de glicose, podem servir como facilitadores do crescimento do fungo. Este tipo de microorganismo tem como característica permanecer na vagina de forma silenciosa sem causar nenhum sintoma. Bactérias também, normalmente, habitam a cavidade vaginal determinando a chamada flora vaginal, isto é, microorganismos que vivem em equilíbrio não causando distúrbios no trato genital. Algumas situações podem alterar o equilíbrio da flora vaginal e causar uma proliferação de fungos ou bactérias, causando os incômodos corrimentos vaginais. O estresse, bem como o uso de alguns tipos de antibióticos, são os fatores mais comuns que propiciam o surgimento do corrimento causado por candidíase. A gravidez, uso de pílulas anticoncepcionais, o diabetes e uso de calcinha de material sintético, como Lycra, por exemplo, também facilitam o surgimento da infecção.
O aspecto de nata, com a consistência grumosa e a cor branca, são características bem típicas da candidíase. Na maioria das vezes, não se percebe odor, porém, a queixa de coceira na região da vagina é referida com freqüência pelas mulheres. Em alguns casos, a mucosa vaginal poderá ficar irritada, com aspecto mais avermelhado. Poderá haver dor na relação sexual e sensação de incômodo ao urinar nos casos mais intensos.
Apesar dos sintomas típicos, a mulher que apresentar alguma queixa vaginal deve sempre procurar o seu ginecologista. Alguns outros tipos de infecções podem ter características muito parecidas com a candidíase e, desta forma, o tratamento utilizado não ser o mais adequado. O ideal é que o médico colha uma amostra da secreção vaginal e analise no microscópio para ter certeza se realmente se trata de uma infecção por fungo.
O tratamento pode ser feito com aplicação da medicação local, através de creme ou óvulos. Este último tem a vantagem da aplicação ser feita somente uma vez. Os cremes, ainda mais utilizados, devem ser aplicados de sete a catorze dias, dependendo da marca. O comprimido oral usado normalmente em dose única, funciona tão bem como as medicações de aplicação local. Não há necessidade da associação dos dois tipos de tratamento. Não é necessário, na maioria das vezes, o tratamento do parceiro sexual.
As principais medidas de prevenção da infecção consistem em mudanças simples de alguns hábitos. O uso de calcinha de algodão deve ser preferido em relação às calcinhas de tecidos sintéticos. O hábito de dormir sem calcinha, pelo maior arejamento da vagina, pode ser mostrar bastante eficaz na prevenção. Roupas justas, principalmente no verão, devem ser evitadas. Desodorantes e duchas vaginais não devem ser utilizadas nem como prevenção nem como tratamento em caso de corrimento.

* Dr. Felipe Canavez, é Ginecologista e Obstetra

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Hepatites Virais - Os diferentes tipos da doença

A hepatite é uma doença inflamatória do fígado que compromete suas funções. Existem vários fatores que podem causar hepatite. Ela pode ser viral (quando for causada por um vírus), auto-imune (quando nosso sistema imunológico reconhece seus próprios tecidos como estranhos, atacando-os para destruí-los) ou ainda ser causada por reação ao álcool, drogas ou medicamentos, já que é no fígado que essas substâncias são metabolizadas. As hepatites podem ser agudas ou crônicas. Uma doença aguda é aquela que tem início repentino e geralmente apresenta sintomas nítidos. Quanto o organismo não consegue curar-se em até 6 meses, a doença passa então a ser considerada crônica e muitas vezes não apresenta sintomas. Entre as hepatites virais, as do tipo A, B e C são as mais frequentes.
Os sintomas de hepatite viral aguda normalmente iniciam abruptamente. Eles incluem inapetência, sensação de mal-estar generalizado, náusea, vômito e, frequentemente, febre. Nos tabagistas, a aversão ao tabaco é típica. Ocasionalmente, sobretudo no caso da infecção pelo vírus da hepatite B, o indivíduo apresenta dores articulares e erupções. Após alguns dias, a urina torna-se escura e pode ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele, das mucosas e do branco do olho). A maioria dos sintomas comumente desaparece nesse momento e o indivíduo sente-se melhor, mesmo quando a icterícia piora.
Podem ocorrer sintomas de colestase (interrupção ou redução do fluxo biliar), como fezes claras e prurido (coceira) generalizado. Normalmente, a icterícia atinge o máximo em 1 a 2 semanas e, em seguida, desaparece ao longo de 2 a 4 semanas. A hepatite viral aguda é diagnosticada baseando- se nos sintomas apresentados pelo paciente e nos resultados dos exames de sangue que avaliam a função hepática. Em aproximadamente 50% dos indivíduos com hepatite viral aguda, o médico observará a presença de um fígado sensível e algo aumentado de volume.
A hepatite A é transmitida por via fecal-oral, através de alimentos e água contaminados com o vírus, e as medidas de saneamento básico constituem uma forma importante de prevenção. Outra forma de prevenir a doença é através da vacinação, no entanto ela não está incluída no calendário básico de imunizações do Ministério da Saúde e não é fornecida pelos postos de vacinação. A maioria das infecções causadas pelo vírus da hepatite A são agudas, o tratamento médico não é necessário para eliminar o vírus. Medicamentos são prescritos apenas para tratar os sintomas causados pela doença, como dor de cabeça e náuseas. A hepatite A não evolui para a forma crônica de hepatite.
O vírus da hepatite B pode ser transmitido através de contato sexual sem preservativo, objetos pérfuro-cortantes contaminados, como agulhas, barbeadores e lâminas, transfusões sanguíneas, transplante de órgãos ou tecidos. Tatuagens e piercings feitos com agulhas contaminadas também podem ser responsáveis pela transmissão da doença. A hepatite B também pode ser transmitida da mãe infectada para o feto. Os pacientes com infecção aguda pelo vírus normalmente se recuperam espontaneamente e não necessitam de terapia antiviral. Contudo, os pacientes que desenvolvem a hepatite B crônica devem receber tratamento para limitar as complicações relacionadas à infecção em longo prazo. A vacinação é, hoje, o método mais adequado para impedir a disseminação do vírus da hepatite B. O atual calendário de vacinação impõe a imunização de recém-nascidos, mas adultos também devem ser vacinados.
O vírus da hepatite C é transmitido quando o sangue contaminado penetra na corrente sanguínea através de transfusões, acupuntura, agulhas ou seringas compartilhadas, tatuagens, piercings, instrumentos de manicure, ferimentos, entre outros. Como acontece com o vírus da hepatite B, numa parcela significativa de pacientes o meio de transmissão não é identificado. Não há vacinação disponível para prevenir a doença.
Cerca de 80% das infecções pelo vírus da hepatite C evoluem para casos crônicos. Atualmente, a cirrose e o câncer de fígado relacionados à hepatite C crônica são a maior causa de transplantes nos Estados Unidos.
A hepatite crônica é a inflamação do fígado que persiste por no mínimo 6 meses. Apesar de ser muito menos comum que a hepatite aguda, a hepatite crônica pode persistir por anos ou mesmo décadas. Normalmente, ela é bem leve e não produz sintomas ou lesão hepática importante. Entretanto, em alguns casos, a inflamação contínua lesa o fígado lentamente e, finalmente, leva à cirrose e à insuficiência hepática.
A melhor maneira de prevenir hepatites é conhecer sua forma de transmissão.

* Dra. Rosana Rangel é Infectologista

Fascite Plantar

Um problema Ortopédico

A fáscia plantar é uma estrutura dura, formada por faixas de tecido fibroso de sustenção, localizada na parte plantar do pé (sola do pé). Ela vai do osso calcâneo a base dos dedos do pé. Funciona como uma verdadeira viga, mantendo o arco plantar do pé. Entre a fáscia plantar e os ossos dos pé encontramos músculos, tendões, nervos e vasos. 
A fascite plantar, também conhecida como Síndrome do Esporão do Calcâneo é um quadro inflamatório da fáscia plantar do pé, causado por sobre-carga que se caracteriza por dor na região plantar e posterior do pé, próximo ao osso calcâneo, podendo se irradiar para a região central da planta do pé. Esse processo inflamatório é mais comum em mulheres, indivíduos acima do peso, indivíduos que apresentam alterações na postura dos pés e indivíduos que desenvolvem atividades do tipo ortostatismo (posição em pé, indivíduos que trabalham em pé), caminhadas ou corridas por longos períodos. A dor se localizada na região posterior do pé (retropé), principalmente durante o primeiro apoio na manhã ou ao se levantar após a permanência por um longo período sentado. Muitas vezes pode também ser confundida com a inflamação do coxim gorduroso que se localiza na região do calcanhar ou com a síndrome do túnel do tarso. Pode também estar associada a outras doenças sistêmicas, como por exemplo a síndrome dolorosa miofascial.
O esporão do calcâneo geralmente é o resultado de uma calcificação ocorrida no calcâneo devido a uma lesão da fáscia plantar.
O diagnóstico da fascite plantar é realizado principalmente pela história clínica do paciente e pelo exame físico do médico. A dor está localizada na planta do pé junto ao calcanhar, local onde a fáscia plantar se prende, e por toda a fáscia. O paciente refere dor ao levantar da cama ou quando permanece muito tempo em pé, caminhando, correndo ou quando se levanta após permanecer muito tempo sentado . Durante o exame fisico realizado pelo médico, a tensão da fáscia plantar, ocasionada pela manobra de flexão dorsal dos dedos do pé, reproduz a dor localizada na tuberosidade medial do calcâneo.
O tratamento inicialmente é realizado por medidas conservadoras (não cirúrgicas) que consistem na administração de anti-inflamatórios não esteróides, fisioterapia (exercícios de alongamentos da fáscia plantar e dos músculos da panturrilha, crioterapia, calor profundo, eletroanalgesia), acupuntura, mudanças de hábitos e das atividades físicas, a fim de se diminuir a sobre-carga da fáscia, palmilhas ortopédicas, imobilizações e, em casos mais resistentes, de infiltração com anestésico e corticosteróide. A perda de peso contribui na melhoria dos sintomas por diminuir a sobre-carga aos pés. Recentemente a Terapia por Ondas de Choque Extracorpórea, também chamada de Ortopripsia, vem demonstrando bons resultados naqueles pacientes com fascite plantar crônica resistente aos métodos acima. Infelizmente ainda é um procedimento caro, encontrado na maioria da vezes somente nas grandes cidades devido ao alto custo do equipamento. O tratamento cirúrgico só está indicado naqueles pacientes que não apresentaram melhora com as medidas conservadoras e seus resultados ainda se mostram duvidosos.
Os pacientes devem ser informados que o tratamento da fascite plantar pode ser longo e que o resultado desse tratamento depende muito da sua participação.

* Dr. Luiz Fernando Luz Barreitos é Ortopedista

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Saiba mais sobre o Vitiligo

Vitiligo caracteriza-se pela diminuição ou falta de melanina (pigmento que dá cor à pele) em certas áreas do corpo, gerando manchas brancas nos locais afetados. As lesões, que podem ser isoladas ou espalhar-se pelo corpo, atingem principalmente os genitais, cotovelos, joelhos, face, extremidades dos membros inferiores e superiores (mãos e pés). O vitiligo incide em 1% a 2% da população mundial.
As manchas típicas do vitiligo são brancas, com total ausência de pigmento. Têm limites bem definidos e podem apresentar um fino halo de pele mais escura ao seu redor. As lesões não apresentam quaisquer sintomas.As áreas claras tendem a atingir os dois lados do corpo, O vitiligo costuma atingir principalmente a face, extremidades dos membros, genitais, cotovelos e joelhos, mas pode chegar a acometer quase toda a pele. Quando atinge áreas pilosas, os pêlos ficam brancos. Estas manchas não coçam, não ardem, não doem e não são contagiosas. Uma característica da doença é que ferimentos na pele podem dar origem a novas lesões.
Em 70% dos casos há associação do surgimento das manchas a traumas emocionais graves. Vitiligo não pega, não dói e não mata.
O vitiligo tem curso crônico. Não há como prever a evolução da doença, que pode permanecer estável durante anos, voltar a se desenvolver ou regredir espontaneamente. Em um mesmo paciente podem ocorrer simultaneamente a regressão de algumas lesões enquanto outras se desenvolvem.
As causas ainda são desconhecidas, existindo apenas algumas teorias para explicar seu aparecimento.
O diagnóstico de vitiligo é clínico, isto é, o médico deve examinar as lesões e, neste caso,exames laboratoriais não servem para determinar se o paciente é mesmo portador de vitiligo. Somente a biópsia pode fazer o diagnóstico ou afastar outras doenças. Algumas manchas brancas podem ser provocadas pelo sol ou por micoses e não constituem lesões de vitiligo.
O vitiligo se apresenta de forma e intensidade variada em cada paciente, portanto, o tratamento indicado pelo dermatologista deve ser individualizado, de acordo com cada caso.Medicamentos que exercem ótimos resultados em alguns pacientes podem não ter efeito algum em outros. Muitas vezes, os resultados parecem estar mais relacionados ao paciente tratado do que ao tratamento em si.
As medicações visam corrigir as alterações imunes responsáveis pelo processo de despigmentação ou estimular os melanócitos presentes nas lesões a produzirem a melanina.
A repigmentação das lesões se dá a partir dos folículos pilosos, formando-se pontilhado pigmentar dentro das manchas. Estes pontos aumentam progressivamente coalescendo para fechar a lesão.
Nos casos de vitiligo estável (quando não surgem novas lesões e as existentes não aumentam de tamanho), algumas técnicas cirúrgicas promovem a transferência de melanócitos obtidos em áreas de pele saudável para a área afetada. Uma vez incorporados ao tecido estes iniciam a produção de melanina repigmentando a lesão.
O vitiligo é uma doença que tem tratamento, mas este é demorado e exige paciência. No caso das crianças, é importante que os pais tentem se controlar para não transmitir sua ansiedade para elas, fazendo-as pensar que sofrem de uma doença grave, o que só trará dificuldades ao tratamento . É importante lembrar que o vitiligo não traz nenhuma alteração de saúde apesar do grande distúrbio estético.

* Dra Cyntia Furtado é Dermatologista

Otites - Verdades e Mitos

As otites são as afecções inflamatórias e ou infecciosas que acometem as orelhas, podem ser uni ou bilaterais e atingem homens e mulheres de todas as idades. Recentemente o que era chamado de ouvido (ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno) passou a ser denominado de orelha (orelha externa, orelha média e orelha interna), e por isso vamos usar o termo orelha para o que antes era conhecido como ouvido.
A otite externa ou otite do nadador é a infecção do conduto auditivo externo e acontece mais na época do verão, quando o clima é mais úmido e vamos mais a praia e a piscina. Pode ocorrer também por lesões da pele provocadas por atrito, pelo uso de cotonetes ou outros instrumentos.
A otite média é a infecção que acomete a orelha média e caracteriza-se por dor (otalgia), diminuição da audição (hipoacusia), febre e, em alguns casos, secreção (otorréia). Nas crianças pequenas ou nos lactentes podem ocorrer além do descrito acima irritabilidade, diminuição da ingesta alimentar, diarréia e vômitos.
Vamos conversar sobre dúvidas comuns em consultórios de otorrinolaringologia.

1 )Uma orelha tem ligação com outra?
Mito. Uma orelha não tem ligação direta com a outra. Cada orelha é dividida em três partes (orelha externa, orelha média e orelha interna). A orelha externa é constituída pelo pavilhão auricular e o conduto auditivo externo, esse conduto termina na membrana timpânica que faz a divisão da orelha externa com a orelha média. A orelha média contém os ossículos (martelo, bigorna e estribo) e a tuba auditiva, esta é um canal que liga a orelha média ao nariz. A orelha interna contém a cóclea(responsável pela audição) e o labirinto(responsável pelo equilíbrio).

2 )Limpar as orelhas com cotonete está errado?
Verdade. Não devemos limpar as orelhas com hastes de algodão (cotonete) ou com qualquer outro objeto. A limpeza das orelhas é feita pelo próprio organismo por um mecanismo autolimpante que produz uma descamação natural de dentro para fora do conduto, levando o que não necessita. Quando usamos as hastes de algodão empurramos a cera para dentro do conduto auditivo, isso ocorre nos adultos e nas crianças. A limpeza deve ser feita somente externamente e não no canal auditivo. A produção da cera é individual, as pessoas produzem mais ou menos cera e isso não é doença e também não é falta de higiene. As pessoas que produzem uma quantidade excessiva de cera , devem procurar o otorrinolaringologista periodicamente para fazer uma limpeza, que pode ser através de lavagem ou de estiletes apropriados. Somente o médico deve fazer essa limpeza, pois quando realizada por pessoas não treinadas pode levar a trauma do conduto auditivo e perfuração da membrana timpânica.

3 )Trabalhar em local com poeira faz produzir mais cera?
Mito. A cera é produzida no terço externo do conduto auditivo, é um conjunto de descamação da pele e secreções das glândulas sebáceas e ceruminosas. Ela é uma proteção para orelha externa, tem propriedades antibacterianas e antifúngicas além de ajudar contra a entrada de insetos. As pessoas produzem quantidades diferentes de cera, não tendo relação com a poeira do local onde vivem ou trabalham.

4 ) Se entrar um inseto dentro da orelha ele pode ir para cabeça?
Mito. Corpos estranhos animados, isto é, os insetos, ficam localizados no conduto auditivo externo que é um canal com o fundo fechado pela membrana timpânica. Em caso de entrada de algum inseto na orelha externa, a primeira coisa a fazer é colocar alguma substância oleosa tipo óleo de amêndoas, óleo mineral ou até óleo de cozinha, isso paralisa o inseto e este para de se mexer e de incomodar, depois é necessário procurar assistência médica para remoção do inseto. Não tentar remover em casa, pois sem visualização e sem os instrumentos necessários pode ocorrer trauma do conduto auditivo externo e perfuração da membrana timpânica.

5 ) Fungar o nariz leva catarro para orelha e pode levar a otite?
Verdade. A orelha média é ligada a região posterior do nariz através da tuba auditiva, quando estamos gripados ou resfriados o ato de fungar pode levar as secreções acumuladas no nariz para a orelha média. Por isso, é importante em quadros de gripes e resfriados fazer a limpeza nasal com solução fisiológica várias vezes ao dia e evitar o ato de fungar.

6 ) Calor local alivia a dor?
Verdade. O calor local alivia a dor, pode-se fazer calor com bolsa de água quente ou passar uma fronha com ferro quente e colocar sobre a orelha que está doendo, tomando cuidado para não queimar a pele principalmente nas crianças.

7) Se tomar analgésico mascara o diagnóstico de otite?
Mito. Analgésicos como dipirona ou paracetamol não mascaram o quadro de otite ou dificultam o diagnóstico, porém não tratam a infecção, podem ser tomados tanto por crianças como por adultos em caso de dor e logo que possível procurar assistência médica para o diagnóstico e tratamento corretos. Qualquer outra medicação deve ser tomada ou aplicada somente sob orientação médica.

9) Pingar leite de peito melhora a otite das crianças?
Mito. Pingar leite na orelha não melhora as otites e ainda pode irritar a pele do conduto auditivo, isso serve para qualquer outra substância que não foi prescrita pelo médico.

10) As crianças têm mais otite média que o adultos?

Verdade. A otite média é um quadro mais comum nas crianças do que nos adultos pois a tuba auditiva ( aquele canal que liga as orelhas ao nariz) nas crianças é menor e mais horizontal e nos adultos a tuba é mais longa e mais vertical. Essas características justificam a orientação de evitar que as crianças mamem deitadas e explicam por que facilmente as secreções nasais, e mesmo o refluxo gastrofaringeo ganham as orelhas médias, provocando as otites.

11) Otite pode dar complicação grave?

Verdade. As otites não tratadas podem se estender para outras áreas gerando as complicações das otites médias que podem ser ósseas (as mastoidites) ou intracranianas (meningites, abscesso extradural e encefálico) que são mais graves porém são raras. As complicações eram freqüentes antes da era dos antibióticos, hoje as complicações são raras e acontecem mais em indivíduos imunodeprimidos ou em pacientes com otites crônicas não tratadas. Mesmo sendo raras, a possibilidade de complicações exige tratamento adequado das otites, esse tratamento é realizado pelos médicos e consiste em uso de medicação e orientação conforme cada caso. As otites melhoram entre 48 a 72 horas após o início do tratamento, podendo nesse período ainda apresentar febre ou dor. Se notar persistência dos sintomas após esse período, piora do quadro ou novas alterações é necessário retorno para reavaliação. Deve-se consultar o médico após o tratamento, para reavaliação final.
Conclusão: As otites são quadros de infecções que podem acometer as orelhas externas ou médias e necessitam de tratamento adequado. Em caso de dor ou saída de secreções nas orelhas evite molhá-las. Tome a medicação para dor que já está acostumado e procure seu médico o mais breve possível.

* Dra. Renata Braga da Graça Barhouche é Otorrinolaringologista

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Prevenindo a morte súbita

Nada pode ser mais angustiante para uma mãe do que encontrar o seu bebê sem vida no seu leito de dormir, seja ele berço, cama, carrinho ou até mesmo no colo. É realmente desesperador, mais infelizmente, isto pode de fato, acontecer. É a chamada morte súbita do bebê. É uma morte inesperadamente súbita, durante o sono, de uma criança com menos de um ano de idade, em que a história clínica, o exame físico, a necropsia e o exame local do óbito não demonstram a causa específica do mesmo.
Ela atinge crianças entre 1 a 12 meses, sendo rara antes de 1 mês e com uma maior incidência entre 2 e 5 meses. É mais comum entre os meninos e nas raças de negros e índios. Ocorre nos meses mais frios do ano.
Os fatores de risco que podemos destacar que são: o tabagismo, o uso de drogas e de bebidas alcoólicas pela mãe durante a gestação, bebês prematuros ou de baixo peso ao nascimento, mães adolescentes e o ambiente e a forma em que o bebê dorme.
Entre esses, a posição em que o bebê se encontrava dormindo é a que mais chama a atenção dos pesquisadores. Eles estavam dormindo de barriga para baixo ou mesmo de lado.
Atualmente, a posição recomendada é a de que os bebês durmam de BARRIGA PARA CIMA. Estudos mostram que os bebês quando deitados de costas, não bolçam nem aspiram mais o vômito do que se estiver em qualquer outra posição.
Os bebês quando deitados de bruços (barriga para baixo) respiram o gás carbônico exalado o que pode levar a sufocação e parada cardiorespiratória, o mesmo acontece quando o bebê é posto de lado. Os bebês quando colocados de lado podem se mexer e ficar tanto de barriga para cima , quanto de barriga para baixo .Os pais devem ficar atentos , e toda vez que o bebê trocar de posição, retorná-lo para a posição correta.
Em vários países que adotaram esta recomendação, registraram-se uma importante queda no número de casos de morte súbita, chegando a 80% na Nova Zelândia, já em meados da década de oitenta.
Existem estudos recentes na tentativa de se explicar a causa da morte súbita.
Investigadores norte americanos e europeus defendem que a explicação da morte súbita dos bebês durante o sono, esta diretamente ligada a uma anomalia cerebral. Esta investigação veio demonstrar que a falta de receptores para a serotonina, um neurotransmissor que controla algumas funções corporais como o batimento cardíaco, pode explicar a morte súbita. Os especialistas acreditam ainda que este seja um problema multifactorial, que pode ter origem genética e simultaneamente que podem existir fatores ambientais que o ajudem a desencadear.

Dentre os fatores ambientais destacamos:

• Deitar os bebês de costas para dormir;
• Aleitamento materno: os bebês amamentados ao seio correm menores risco de morte súbita;
• Não fumar durante a gravidez e nem depois: o risco aumenta se a mãe fumou durante a gravidez e se continua a fumar após o parto. Se o pai também fuma, o risco se agrava mais. Não deixe ninguém fumar na ambiente em que seu filho respira - quarto, casa, carro ou onde quer que ele permaneça;
• Não cobrir a cabeça do bebê: a roupa de cama não deve cobrir ao rosto do bebê, assim como fraldas e gorros. Deite-o com os pés tocando o fundo da cama de forma a que não haja risco dele escorregar para debaixo dos lençóis;
• Não use colchões macios e travesseiros para o bebê dormir. Não deitar em sofás e almofadas;
• Não deixar bichos de pelúcia e brinquedos soltos no berço;
• Não dormir na mesma cama que o seu bebê;
• Não aquecer demasiadamente o bebê: o risco de morte súbita pode estar associado ao excessivo aquecimento do bebê. Para prevenir essa situação deve-se usar o bom senso e adequar a temperatura do quarto, a roupa do bebê e a roupa da cama à estação do ano e ao lugar que habita. A temperatura ideal do quarto deve estar entre 18 e 21°C. O vista de forma que ele se sinta confortável e não quente;
• Manter o local onde dorme ventilado.

Portanto, como não temos meios para saber qual o bebê predestinado geneticamente a tal fatalidade, a prevenção da morte súbita através das medidas ambientais, ainda é o melhor caminho para se evitá-la.

* Dra. Luciana Almeida é Pediatra e Neonatologista

Saúde Masculina e o Hospital HINJA

O Serviço de Urologia do HINJA já realizou nos últimos meses, em Volta Redonda aproximadamente 100 cirurgias, porém o mais importante é a campanha que está sendo estruturada entre o HINJA e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Já iniciamos os preparativos para que o tema SAÚDE DO HOMEM, seja amplamente discutido no Sul Fluminense, a equipe de médicos urologistas do HINJA – Professor Carlos André Klojda e Dr. Victor Fernando Jesus já realizaram neste ano várias conferências sobre o tema, na CSN – Volta Redonda, no Teatro Municipal de Itatiaia e no Rotary Club de Volta Redonda.
O objetivo maior do trabalho é mudar uma triste realidade do Brasil, em que os homens vivem em média 08 anos a menos, que as mulheres, e que de cada 03 mortes de adultos jovens, 02 são homens. A SBU através de seu Presidente Nacional Professor Modesto Jacobino, está apoiando as iniciativas do Serviço de Urologia do HINJA, o próximo passo será um dia de Coleta de Sangue dos homens com mais de 45 anos para dosagem do PSA.
A dosagem do PSA é um exame de sangue muito útil para o diagnóstico de doenças na próstata. Trabalhos nacionais e internacionais indicam que o câncer mais comum no homem é o Câncer da Próstata. A Campanha que será realizada já recebeu apoio de uma empresa americana, a Beckman Coulter – Brasil. O Dr. Mauro Dolezal, representante da empresa, visitou o HINJA e nos “presenteou” com 1000 (mil) kits que serão usados para atender os homens que comparecerem nesta futura campanha.
O Ministério da Saúde vem trabalhando com o tema SAÚDE MASCULINA como prioridade para os próximos anos, com a implementação de Consultas em Urologia e Cirurgias Urológicas. Essa realidade já chegou à Volta Redonda pelo Hospital HINJA. O projeto UNACON já realizou cirurgias de alta complexidade em urologia, para os moradores de Volta Redonda e Municípios vizinhos pelo SUS. O futuro é aumentar a oferta de consultas e o esclarecimento da população masculina acerca dos cuidados especiais que os Homens necessitam.
Nossa equipe de Urologistas está à disposição no Hospital HINJA e pelo e-mail: cklojda@gmail.com.

* Dr. Carlos André Klojda - Urologista

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Deficiência Auditiva na Infância

A boa audição desde o nascimento, é extremamente importante para o relacionamento do bebê com o meio que o cerca e, principalmente, para o aprendizado da linguagem (fala). Como se diz frequentemente, o ser humano é um ser que vive em sociedade e a audição constitui o principal elo com as outras pessoas. Por estes motivos, o diagnóstico precoce de deficiências auditivas (dos mais variados graus) é muito importante e com isso prevenir prejuízos ao desenvolvimento da criança.
O ideal é identificar as crianças com perda auditiva antes dos 3 meses de idade e iniciar o tratamento até os 6 meses. O diagnóstico de deficiência auditiva nesta faixa etária não é tarefa fácil. Exige numerosas consultas e avaliações com o Médico Otorrinolaringologista, Pediatra, às vezes Neurologista e Fonoaudiólogo para a conclusão diagnóstica.
Recém nascidos com os ditos Fatores de Risco para Deficiência Auditiva devem ter uma avaliação ainda mais rigorosa. Somente para exemplificar, alguns destes fatores são: recém-nascidos com baixo peso (menor que 1500g); prematuros (inferior a 34 semanas); pequeno para a idade gestacional, ou que sofreram com baixa oxigenação antes/durante ou após parto; recém-nascidos com infecções congênitas (rubéola e toxoplasmose por exemplo); uso de medicações tóxicas para o ouvido (como alguns antibióticos); meningite; icterícia; história familiar de deficiência auditiva (pais ou familiares); malformações em cabeça ou pescoço; recém-nascidos que necessitaram de UTI neonatal por mais de 48 horas.
Atualmente existe um programa de Triagem Auditiva Neonatal, com a finalidade de que estas crianças com deficiência auditiva sejam diagnosticadas e tratadas no tempo correto. Dessa maneira, propõe-se avaliar o maior número possível de recém nascidos, ainda na maternidade ou no primeiro retorno com o pediatra. A consulta com um Otorrinolaringologista é essencial; este irá colher a história clínica (desde o período gestacional, que é extremamente importante na formação do Aparelho Auditivo) e a história familiar da criança, examiná-la e, conforme o caso e a necessidade, solicitar exames complementeres, como a OEA (Otoemissões acústicas ou “Teste da Orelhinha”), BERA, imitanciometria e audiometria (este em crianças maiores).
A família tem papel importantíssimo, já que passa a maior parte do tempo com a criança. Sendo assim, deve observar o comportamento da criança, que pode dar sinais de algum grau de perda auditiva, como por exemplo: até os 3 anos, a principal queixa dos pais é a de que a criança não fala, ou fala apenas palavras distorcidas. Dos 3 aos 6 anos, o principal sinal é que a criança fala “enrolado”, ou seja, tem a fala pouco clara; a criança só atende aos chamados em voz elevada, aumenta excessivamente o volume da televisão e, na escola, tem maior dificuldade que os outros em cumprir ordens verbais. Acima dos 6 anos, o principal sinal de alerta é a dificuldade de aprendizado. É a criança dita “aérea” ou que “está no mundo da lua”; enquanto apresenta dificuldade em atividades que exijam boa audição, como no ditado, tem bom desempenho naquelas em que é exigido raciocínio, como por exemplo, a matemática. Nesta faixa etária, em um grande número de casos está presente uma patologia de fácil resolução, que é a Otite Média Secretora (nesta, há acúmulo de secreção na orelha média, dificultando a passagem do som).
A identificação e tratamento tardios da deficiência auditiva resultam em prejuízo no desenvolvimento da linguagem oral e da comunicação, uma vez que a aquisição da linguagem, paralelamente à maturação neurológica, ocorre nos primeiros meses de vida. Em contrapartida, o diagnóstico e tratamento precoces, na maioria das vezes, proporcionam que o indivíduo tenha uma vida social normal.
A Deficiência Auditiva ainda é um assunto envolvido por muitos mitos, devido ao grande preconceito que há em nossa sociedade. Sendo assim, o melhor remédio é a informação, para que as pessoas saibam como identificar o problema e o que fazer em caso de necessidade.

* Dra. Priscila Ramalho O. Barreiros é Otorrinolaringologista

O que é o Bruxismo?

O bruxismo ou também chamado de briquismo é um fato que tem se tornado frequente no consultório odontológico de acordo com relatos dos pacientes. É uma disfunção ocasionada pelo ato de apertar ou ranger os dentes e causa efeitos nocivos, pois as forças geradas neste ato não são adequadas como as forças realizadas durante a mastigação, ao falar e ao engolir, sendo considerado um hábito parafuncional (não funcional). É observado em todas as faixas etárias, tendendo a diminuir com o aumento da idade, ou seja, a partir dos 50 anos. E pode ser um hábito que ocorre durante a noite e/ou durante o dia, atingindo homens, mulheres e crianças. Há estudos que verificam a prevalência do bruxismo em fumantes.
Seu diagnóstico depende da avaliação dos sintomas e sinais que são revelados durante o exame clínico em consultório pelo paciente. Os sinais e sintomas relacionados ao bruxismo são: dor facial, abertura de boca reduzida ao acordar pela manhã, desgaste da borda dos dentes anteriores, dor de cabeça e dor na região de ouvido. Frequentemente é um hábito que se manifesta de forma inconsciente, sendo percebido inicialmente pelos familiares, devido o barulho que é observado pelo ranger dos dentes, durante o sono, pela pessoa que apresenta o bruxismo, embora também possa ocorra durante o dia, quando relacionados à concentração mental e a atividades com esforço físico.
O cirurgião-dentista é o profissional indicado para diagnosticar os sinais e sintomas, e promover o tratamento relacionado aos arcos dentários, em associação com outros profissionais como médicos, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas relacionados à acupuntura, a hipnose e aos florais de Bach. A causa do bruxismo depende de vários fatores entre eles: o mau contato entre os dentes superiores e inferiores, o que leva ao desequilíbrio entre arcos dentários o que aumenta a tensão da musculatura facial, também pode ser incluído os fatores psicológicos ou emocionais como a preocupação excessiva, o estresse, o medo e a depressão. Sua ocorrência varia em cada indivíduo, embora este comportamento tenha sido observado quando relacionado a períodos de estresse emocional ou físico, bem como na antecipação de condições estressantes. O bruxismo é o reflexo de diversas causas, por isso é necessário abranger profissionais na área da saúde para obter o resultado mais satisfatório, pois este hábito está relacionado a fatores que se somatizam. Ele pode ter consequências graves para os dentes e criar problemas na Articulação Temporo-Mandibular (articulação localizada entre o osso do crânio e a mandíbula). O tratamento ideal é a terapia multidisciplinar, envolvendo o cirurgião-dentista, psicólogo e o próprio paciente motivado, podendo incluir, um médico psiquiatra. Há necessidade de se fazer um exame médico e dental completo para se excluir outras doenças que possam estar presentes.
O cirurgião dentista poderá indicar o tratamento com a placa interoclusal removível, normalmente adaptada no arco superior, abrangendo todos os dentes, e adaptada para distribuir as forças geradas pelo apertamento, o que promove o relaxamento dos músculos da região, reduzindo os sintomas, e protegendo os dentes dos desgastes, devido à atrição. Em determinados casos pode ser indicado o tratamento ortodôntico, ou seja, a colocação de aparelho fixo, para melhor relação entre o arco dentário superior e inferior.
Os efeitos físicos e emocionais envolvidos ao desenvolvimento do bruxismo precisam ser detectados e corrigidos o mais rápido para que não venham a desenvolver problemas mais graves ou crônicos, como perdas dentárias. O cirurgião-dentista deve discutir cada caso especificamente e fazer uma avaliação cuidadosa para definir a necessidade de tratamento e a melhor conduta a ser realizada, considerando todas as causas possíveis, para reverter o quadro com o auxílio de outros profissionais para melhor qualidade de vida e a conscientização do paciente sobre o hábito para obter resultados satisfatórios.

* Dra. Giovana Valentim Menegaz Rivero é Cirurgiã-Dentista (Especialista em ortodontia)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Transtorno do déficit de atenção e Hiperatividade

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida.
É o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados; ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado.
Caracteriza-se por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.É reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.
O TDAH se caracteriza pela tríade: Hiperatividade, Impulsividade e Desatenção. È um TRANSTORNO DIMENSIONAL (que depende da intensidade dos sintomas e não da presença ou ausência deles), por mais de seis meses, em mais de um ambiente e que causem problemas na vida da criança.O DSM IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Americana de Psiquiatria) é a classificação de doenças usada para se fazer o diagnóstico, que deve ser feito por um profissional habilitado, que se dedique ao estudo do TDAH.
As crianças com este Transtorno são agitadas, não param quietas,falam muito,não conseguem esperar, sobem em tudo, correm, querem fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas de uma maneira claramente mais intensa que a maioria das crianças.As pessoas próximas sentem, percebem que aquele comportamento extrapola o comportamento observado na maioria das crianças conhecidas.
Quando a Desatenção predomina as crianças não são agitadas, nem falam muito, e passam em geral despercebidas; este é o tipo predominantemente Desatento, em que o sintoma predominante é justamente a desatenção, em geral mais frequente nas meninas, na maioria das vezes não é diagnosticado, causando muitos danos pela falta de tratamento adequado.
São três as formas de apresentação do TDAH: predominantemente Hiperativo - Impulsivo, Combinado (Hiperativo-Impulsivo-Desatento) e predominantemente Desatento.
Os distúrbios atentivos muitas vezes estão associados a problemas de aprendizado escolar em crianças hiperativas ou lentas na execução de tarefas em sala de aula, apesar de terem uma inteligência normal. Pode ser um quadro de TDAH.
A avaliação do quadro de TDAH é clínica, mas existem testes complementares utilizados numa Avaliação Neuropsicológica que auxiliam nos diagnósticos e pesquisas.
O teste de Atenção Visual, TAVIS 3-R, é uma medida útil na detecção de déficits atentivos Este teste é computadorizado, apresenta precisão na aplicação e correção e pode ser correlacionado com outros testes.
Já vem sendo aplicado em crianças e adolescentes desde 1997 em Volta Redonda no IPEVRE, que fica na rua 40 nº20 sala 213, telefone 24-33428552.

Para outras informações sobre o tema acesse o site www.ipevre.com.br.

* Carmem Stehling é Psicóloga e Pedagoga

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Andador: um atraso na vida dos bebês

O primeiro ano de vida da criança é cheio de conquistas, grande parte delas relacionadas aos movimentos. Existe uma enorme ansiedade da família em relação a estas aquisições do bebê, principalmente sobre o fato de conseguir se equilibrar na postura de pé e andar. Um comentário comum é : “Será que o bebê vai estar andando no aniversário de 1 ano?”
Parece que adquirindo a posição de pé e a capacidade de andar a criança amadurece como ser humano, esta espécie que se locomove sobre os dois pés.
Quem comanda os movimentos do corpo é o sistema nervoso central (cérebro, medula e outras regiões). Este sistema não nasce pronto. Ele começa a se desenvolver no útero, na gravidez, e só estará formado entre dois e três anos de idade; mesmo assim ainda deve amadurecer até chegar na idade adulta. Por outro lado, os movimentos adequados também estimulam a evolução do desenvolvimento cérebro.
O homem é o ser que possui o sistema nervoso mais complexo, mas até a idade de 12 a 18 meses, ele passa por fases nas quais se assemelha a outras espécies.
A criança vem ao mundo ainda sem conseguir sustentar sua própria cabeça. Só mais tarde vai se arrastar como os répteis, e depois engatinhar (andar de 4 apoios), como os quadrúpedes. Daí vai chegar à postura de pé. É uma seqüência necessária, a evolução de uma postura que permite alcançar a outra.
Com 3 meses o bebe começa a levantar o peito da cama quando está de bruços (deitado de barriga para baixo), o que demonstra que está usando os músculos que levantam o tronco. Por isso, mais tarde com 6 meses ele poderá sustentar o tronco na postura sentado quando colocado, mas não significa que já está preparado para manter-se por muito tempo assim . A partir dai os adultos querem que ele exiba a condição de ficar sentado, mas ele ainda é um animal rastejador e precisa experimentar essa fase.
Com a postura de pé acontece de forma semelhante. Se você colocar um bebe de 4 meses de pé, mesmo com apoio ele vai afrouxar as pernas e não vai manter a posição. Com cerca de 8 meses ele já deve ter exercitado bastante suas pernas em várias posições, então se você coloca-lo de pé ele demonstra força temporária nas pernas, e mantém a postura quando apoiado pelas mãos. Mas não está apto a se manter de pé por muito tempo ainda. Nesta época ele ganha um andador.......
Ora, este é o momento da criança reforçar suas pernas executando por si só a passagem do chão para de pé segurando nos móveis , ou seja evoluindo de quadrúpede para bípede, de forma lenta e independente.Senta, engatinha, ajoelha, levanta, cai de “bum-bum” no chão............ varias vezes por dia.....
Usar o andandor nesta fase limita estas experiências. Resolve em parte a angustia por movimento que a criança tem, e dá à família a falsa impressão de que ela esta livre de quedas. Vários trabalhos demonstram o alto índice de acidentes domésticos com crianças envolvendo o uso do andador. Não é raro as rodas se travarem em alguma irregularidade do piso e acontecer a queda.
A postura que a criança adota no andador não tem nada a ver com o que se espera para a marcha (andar). Geralmente o quadril fica torto e os pés se apoiam em ponta, então não serve como facilitador de movimentos para fortalecer a s pernas, como pensam algumas pessoas. Se há alguma dificuldade em aprender a andar , deve-se procurar um especialista para avaliar cada caso e fornecer as orientações apropriadas.
Tudo tem seu tempo e a natureza é sabia... É preciso proporcionar a ambiente adequado com colchonetes e moveis de um lado e de outro para a criança desenvolver a “escalada” do chão para de pé, e enfim ...andar!!!!

* Ana Clara da Cunha Vieira é Fisioterapeuta

Quando devemos retirar uma pinta?

Ao longo de toda uma vida, apresentamos em nossa pele vários tipos de sinais. Alguns aparecem logo ao nascimento e outros no decorrer de nossa existência. Dentre estes sinais, encontramos as pintas, ou como são chamadas pelos médicos, os nevus melanocíticos. Estes em geral, são tumores benignos, compostos por células pigmentares. Quando aparecem ao nascimento ou nos primeiros anos de vida, chamamos de nevus congênito, e quando surgem ao longo da vida, sendo desencadeados principalmente por radiação solar, chamamos de nevus adquiridos.
Dentro desta designação, encontramos estilos de nevus diferentes com nomes e formas específicas. Os nevus em geral, aparecem como manchas pequenas e escuras e quanto mais elevadas ficam, mais claras se tornam. Dentro destes nevus melanocíticos, encontramos diferentes designações, dependendo de qual camada da pele estará a pigmentação melânica em questão e desta forma classificamos os nevus em intradérmico, composto e juncional. Há também outras formas de nevus, como o nevus congênito gigante, a qual é uma pinta de dimensões grandes e recoberta por pêlos; o nevus displásico, que são pintas de cor rosada ao amarronzado e com as bordas borradas, lembrando um ovo frito; o halo nevu, o qual é rodeado por um halo de área sem pigmentação; o nevus de spillus que são pequenas lesões névicas sobrepostas a uma mancha café com leite. Além destas, existem outras formas de nevus com outras nomenclaturas diferentes, como nevus de otta, nevus de Ito, nevus azul,entre outros.
Na verdade, nem todo nevus necessita se fazer a retirada. Lembrando que toda retirada cirúrgica pode acarretar uma cicatriz local. Dos sinais de possível transformação para uma lesão maligna tipo melanoma em uma pinta, encontramos crescimento rápido, mudança na coloração, borramento das bordas, sangramento, coceira, dor, ardor. Além disso, costumamos sempre indicar a retirada de pintas em regiões de palmas, plantas e couro cabeludo.
Quanto a técnica correta de se retirar uma pinta, esta depende da avaliação do dermatologista. Sendo lesão benigna, com indicação de retirada puramente estética, esta se pode fazer com o que chamamos de shaving, que é a retirada da lesão em sua superfície, seguida de cauterização do sangramento local, ou retirada com bisturi seguida de sutura. Em lesões suspeitas de transformação, se lança mão sempre da retirada de toda a lesão seguida de sutura. Vale nestes casos mandar a peça retirada para laboratório com intenção de estudo histopatológico detalhado da lesão.
Na suspeita de modificação de um sinal, convém procurar o dermatologista que é o profissional treinado para te indicar a retirada ou não de alguma lesão. Lembrando que o uso de fotoprotetores diariamente também ajuda a diminuir o aparecimento ou a transformação destes sinais.

* Dra. Simone Barreiros é Dermatologista

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O que é o resguardo?

Período subsequente ao parto em que a mulher observa certos cuidados, (Aurélio). Do ponto de vista técnico obstétrico, chamado de PUERPÉRIO, corresponde a um período variável e impreciso, onde ocorrem manifestações de recuperação e involução da genitália feminina da gravidez e do parto, que completa-se em torno de seis semanas pós-parto.
Nos primeiros 10 dias, dito imediato, chamada crise genital, verifica-se uma regressão acentuada das estruturas, notadamente aquelas que abrigavam o concepto. No útero, após a saída da placenta, ocorre uma contração e retração do órgão, cuja finalidade é evitar a hemorragia da primeira hora imediata ao parto, que até esse momento é um órgão abdominal e tornando-se então pélvico.
Nos três primeiros dias as perdas vaginais (lóquios), são vermelho vivo em maior quantidade, depois serossanguineos, em torno do décimo dia de coloração acastanhada e finalmente no vigésimo dia, seroso (amarelo claro). O período compreendido entre o décimo e o quadragésimo quinto dia chama-se puerpério tardio, em que todas as funções começam a ser influenciada pela lactação. E no estádio seguinte, puerpério remoto que é totalmente dominado pela lactação.
Com o término da gestação após a saída da placenta, ocorre uma queda dos hormônios, acarretando repercussões acentuadas involutivas dos aparelhos e sistemas materno e inclusive perda acentuada do peso já nos primeiros 10 dias.
Em relação a assistência pós-natal, deverá a puérpera andar o mais precocemente possível e ter cuidados higiênicos e dietéticos como lavagem da genitália após micção e defecação com água e anti-sépticos, e em caso de parto normal, com os pontos externos na região perineal e na cesariana os mesmos cuidados até a retirada dos pontos. Quanto às mamas os mamilos devem ser lavados antes e depois das mamadas com água boricada a 2% e cremes emolientes, devendo as mamas ser elevadas pelo porta-seios para evitar ingurgitamento.
Quanto à vida sexual no pós-parto imediato ocorre à libido adormecida por medo dos pontos e traumatismo do coito. Há tendência atual de admitir o coito durante todo o ciclo gravídico e ultrapassado esta fase do puerpério imediato. Recomenda-se o uso de anovulatórios, principalmente minipílulas em torno de seis a oito semanas do parto. E lembrar que o leite materno é insubstituível e que toda mãe deverá amamentar o seu filho, exceto em alguns casos como HIV positivo e que o pré-natal é fundamental para a saúde do binômio materno fetal.

* Dr. João Batista de Oliveira Roque e Dr. Guilherme de Almeida Bastos - Ginecologistas / Obstetras

Os alimentos que ajudam no bronzeamento

Os brasileiros tendem a repetir um ritual: quem exibiu o ano inteiro a típica cor "amarelo" passa os dias tostando na areia em busca de um bronzeado digno de quem vive à beira-mar. É claro que, dificilmente o resultado será o esperado, pois um bronzeado saudável surge de maneira gradual. Quem quer rapidez acaba muitas vezes carregando na pele ao invés de uma bela cor, queimaduras, bolhas, ardor, envelhecimento precoce e até câncer de pele.
Além dos cuidados básicos de proteção com filtros cosméticos, óculos escuros, chapéus, bonés e exposição nos horários de menor intensidade, há uma outra forma de ajudar a pele a se proteger dos raios solares, e de quebra, acelerar a conquista do tão sonhado bronzeado: ingerir alimentos ricos em betacaroteno, antes, durante e até depois da exposição ao sol. Estes alimentos, além de favorecer o bronzeado, também contribuem para uma maior proteção aos raios solares nocivos à pele, segundo estudos já comprovados.
Os alimentos com este perfil, são aqueles de coloração alaranjada, como cenoura, pimentão, batata doce, mamão, abóbora e caqui. Sucos naturais com cenoura, espinafre, laranja e hortelã também são opções que trazem uma quantidade maior de betacaroteno, que nada mais é do que um pigmento alaranjado antioxidante estimulador da melanina, responsável por deixar a pele bronzeada. O betacaroteno combate a formação de radicais livres, que, quando produzidos em grandes quantidades pelo nosso organismo, podem causar o envelhecimento precoce. Por isso, o consumo dos alimentos ricos nesta substância, mesmo após a exposição solar, é importante, pois trazem boa quantidade de vitaminas e minerais, beneficiando o organismo como um todo.
O consumo diário é fácil de ser cumprido: em forma de sucos ou saladas, duas vezes ao dia. Duas cenouras e dois copos de suco diariamente, por exemplo, são suficientes, pois a ingestão em excesso pode resultar num acúmulo desse pigmento alaranjado na palma das mãos, conhecido como hiperbetacarotenemia.
Quem não é muito fã da alimentação natural, pode tentar ganhar uma cor por meio de suplementos em cápsulas, mas com cautela. "Os trabalhos científicos mostram alguma atividade quando se utilizam suplementos de betacaroteno com vitamina E e C, mas é fundamental uma avaliação médica com um especialista, porque existem diferentes tipos de pele e diferentes tipos de suplemento.

Curta o verão e as férias com saúde e com um bronzeado de dar inveja!!!!

* Renata M. David Braga é Nutricionista

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tireóide – Causas e consequências

Hipotireoidismo é o resultado de uma deficiência da ação dos hormônios tireoidianos nos tecidos. As causas mais frequentes são os distúrbios que afetam diretamente a glândula tireóide.
Pode ter causas exógenas (externas) ou endógenas (do próprio indivíduo), sendo as causas exógenas mais comuns é proveniente do uso de drogas como amiodarona e carbonato de lítio e o hipotireoidismo desencadeado após tratamento para hipertireoidismo (radioiodoterapia ou cirurgia). A causa endógena mais frequente é a tireoidite crônica auto-imune ou atrófica, onde o indivíduo produz anticorpos contra sua própria tireóide. Outras causas menos frequentes são: tireoidite subaguda, deficiência de iodo e o bócio dis-hormonogênico. Não podemos esquecer o hipotireoidismo congênito como causa endógena, que é grave no recém nascido, podendo levar a retardo mental; por isso, a importância da realização do teste do pezinho que pode fazer o diagnóstico precoce, evitando sequelas.
As manifestações clínicas são insidiosas, não específicas e geralmente atribuídas ao envelhecimento quando atingem indivíduos com idade acima de 60 anos (faixa etária na qual incide mais o hipotireoidismo). Incluem, entre outros, intolerância ao frio, fadiga, aumento de peso, rouquidão, letargia, redução da memória e da capacidade de concentração, fraqueza, cãimbras musculares, dor articular, náusea, ascite, constipação, redução da libido e da fertilidade, alterações menstruais, pele seca, edema facial, queda de cabelo. Pode apresentar bócio, que é o aumento da glândula tireóide que se localiza na região anterior do pescoço.
As mulheres são acometidas bem mais frequentemente que os homens, e naquelas com mais de 60 anos a prevalência pode chegar a 10-15%.
A alteração laboratorial mais sensível é, sem dúvida, a elevação sanguínea da concentração do hormônio estimulador da tireóide (TSH), que controla a produção de tiroxina. Seu aumento ocorre vários meses antes da diminuição da concentração sérica de tiroxina livre, que é o hormônio produzido pela tireóide.
Também produz alterações importantes sobre o metabolismo das gorduras, principalmente aumento dos valores do colesterol total, triglicerídeos e da fração LDL do colesterol. Cerca de 95% dos pacientes com hipotireoidismo clínico são hipercolesterolêmicos, já a freqüência de hipertrigliceridemia isolada é de 5%. Esses dados mostram sua importância no desenvolvimento da doença aterosclerótica.
A hipertensão arterial diastólica está presente em 10 a 25% dos pacientes com hipotireoidismo, pelo aumento da resistência vascular periférica. É interessante observar que aproximadamente 4% dos pacientes com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica apresentam hipotireoidismo associado, ocorrendo melhora significativa do quadro após reposição hormonal adequada.
A triagem laboratorial de disfunção tireoidiana na população de adultos é aconselhada quando há benefícios maiores do diagnóstico e tratamento precoces em relação aos custos deste procedimento. Alguns autores recomendam a dosagem de TSH em pessoas acima de 40 ou 50 anos, de ambos os sexos. Segundo a Americam Thyroid Association (ATA), homens e mulheres de 35 anos deveriam fazer uma dosagem de TSH para triagem de disfunção e posteriormente, a cada 5 anos, quando o resultado inicial fosse normal. Deve ser feito de rotina em idosos, pacientes com dislipidemia e doenças psiquiátricas e nos que usam drogas como a amiodarona e o lítio.
O tratamento do hipotireoidismo é por toda vida e relativamente simples, apresentando reversão completa das alterações com a reposição dos hormônios. A droga de escolha para o seu tratamento é a levotiroxina, que deve ser ingerida pela manhã em jejum.
Concluindo-se, portanto, que quanto mais precoce seu diagnóstico e início do tratamento, poderemos evitar suas complicações e melhorar a qualidade de vida destes pacientes.

* Dra. Gabrielle Aparecida Lopes Reis é Pediatra /Endocrinologista

Vantagens do Pilates

É uma atividade física de alongamento e fortalecimento muscular que se utiliza do sistema de molas. Este sistema é compatível com a constituição e condição, de elasticidade e contração do músculo.
Quando fazemos um movimento para pegar um peso, no inicio da atividade é mais difícil , precisamos mais desgaste, stress das fibras musculares. No meio do movimento fica mais fácil vencer a carga porque ai o músculo atinge sua melhor condição de força.
A mola tem maior resistência à distensão em suas regiões mais internas. Começar a puxá-la é fácil. Um pouco depois vai se tornando mais difícil. Neste momento o músculo está em sua melhor condição de força. Então no sistema de molas aplica-se uma resistência maior numa situação que o músculo esta em condições de vencê-la. Portanto, protege-se o músculo do stress.
Alem disso o Pilates se preocupa com a manutenção da postura adequada e também atua com a coordenação o equilíbrio nas atividades.
É bom lembrar que para iniciar qualquer atividade física é necessário estar em condições clinicas adequadas, e também avaliar se não existem comprometimentos musculares e ósseos que possam se agravar aos exercícios.

* Ana Clara da Cunha Vieira é Fisioterapeuta

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Babá: Uma segunda mãe!

A criação e a educação dos filhos sempre foi tema de grande preocupação entre pais e professores. De uma forma geral, diz-se que cabe aos pais a tarefa de educação moral e da transmissão de valores sociais. À escola, caberia a função de educação formal.
Contudo, frente às grandes transformações pelas quais nossa sociedade passou nas últimas décadas, estes papéis precisaram ser revistos e reformulados. Com a crescente inserção da mulher no mercado de trabalho, cada vez mais as responsabilidades têm sido compartilhadas entre os envolvidos – família e escola.
Mas precisamos ressaltar um fato interessante: nem todos os pais e mães desejam colocar seus filhos ainda pequenos em uma creche para poderem voltar às suas atividades após o período de licença maternidade. Surge, então, uma alternativa, um novo agente neste processo: a babá.
A babá assume um papel de vital importância neste contexto: este profissional se responsabiliza pelos cuidados básicos em relação à criança – alimentação, higiene, lazer, descanso - mas não é nem o pai, nem a mãe dela (ou seja, sua responsabilidade não é a mesma. Ou pelo menos não deveria ser!).
Na realidade, a babá, muitas vezes, passa mais tempo com a criança do que os próprios pais. Ela se torna uma importante referência de conduta da criança em desenvolvimento. Sendo assim, torna-se necessário que algumas questões sejam muito bem observadas pelos responsáveis para que não haja riscos e problemas nesta relação tão íntima entre criança-babá-família.
Primeiramente, uma idéia NUNCA pode ser esquecida: a babá não é a mãe daquela criança. Ou seja, os pais como figura de autoridade devem exercer este papel eficientemente. São os pais que ditam as “regras do jogo”, o que pode e o que não pode, como e quando as coisas devem ser realizadas. É claro que o mínimo de autonomia deve ser permitida para que a babá possa agir de maneira mais natural, até mesmo porque bebês e crianças não são robôs pré-programados!
Segunda idéia a ser lembrada: o que importa é a qualidade do tempo que os pais disponibilizam para seus filhos. Aproveitar ao máximo o pouco tempo para brincar, estudar, demonstrar interesse pelos assuntos e preocupações da criança. Quando os pais não fazem isso, a babá se torna ainda mais a referência sobre como agir, e isso, em doses elevadas, pode escapar ao controle dos responsáveis.
Além disso, tanto a babá quanto os pais devem saber que existem duas palavrinhas que norteiam nossas atitudes em relação às pessoas ao nosso redor: afinidade e empatia. Ou seja, se a criança manifesta grande apego em relação à babá, sente falta e chama por ela nos finais de semana, isso não é motivo para ciúmes. Muito pelo contrário: que bom, a criança criou um vínculo de confiança com aquela pessoa que passa horas por dia com ela!!! As vezes, acontece da criança chamar a babá de mãe... Aí dá aquele nó na garganta da mãe, que sente como se estivesse perdendo seu lugar... O importante é mostrar à criança, com todo o carinho do mundo, que a mãe de verdade é você, mas ressaltando que a babá pode ser uma segunda mãe, que ajuda a primeira quando ela não pode estar presente. De maneira alguma repreender o filho por demonstrar tanta consideração com a babá – ele também é grato a ela pelo carinho!
Um outro aspecto que é importante abordar quando se fala de babá é o cuidado com a escolha deste profissional. A babá entra na casa da família e cuida do bem mais precioso – o filho. Sendo assim, nunca é demais: buscar referências antes da contratação; conversar bastante com a candidata sobre assuntos variados, para tentar identificar um pouco sua maneira de pensar; investigar inclusive suas habilidades domésticas (para que não coloque toda a família e a casa em risco de acidente!) - algumas profissionais fizeram cursos de babás, o que pode ajudar bastante na escolha. Sempre que possível, deixar alguém em casa (avó, tia, vizinha) para observar como anda a rotina quando os responsáveis estão fora. Até mesmo fazer uma “visitinha surpresa” é interessante para se certificar se tudo vai bem.
Acima de tudo, pais e babá (e a escola também) devem procurar falar a mesma linguagem para que estas referências sejam consistentes entre si, permitindo à criança o contato com uma base sólida para seu desenvolvimento saudável.
Todos os envolvidos devem trabalhar em equipe, para que os resultados sejam positivos: uma criança alegre, espontânea, educada e saudável, que se tornará um adulto cidadão do mundo, auto-confiante e responsável. Isso é um compromisso de todos!

* Gláucia S. Veigas de Macedo é Psicóloga

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O bebê acostumou a dormir com os pais: e agora?

Muitos pais compartilham a cama com os filhos, mas, o ideal e que desde o momento que chega do hospital o bebê tenha o seu cantinho na casa, pois, quanto mais cedo ele se acostumar a dormir no berço, melhor, evitando-se situações de risco, físico e emocional.
No entanto, varias situações contribuem para que o pequeno seja levado à cama dos pais: a facilidade para amamentar, já que a mãe não precisa levantar cansada no meio da noite para tal; a sensação de que estando ao alcance das mãos e dos olhos nada de mal poderá lhe acontecer; e, aqueles pais que quando chegam do trabalho a criança já esta adormecida e, dessa forma podem passar mais algum tempo juntos.
Também, quando a criança adoece, fica mais fácil para cuidar, medir a temperatura, dar a medicação, sem tumultuar tanto o sono dos adultos. Por mais que possa ser difícil para a mamãe se afastar do filho, e necessário dar-lhe suporte para encontrar sua individualidade, não permitindo que o sono e o cansaço contribuam para que ceda e deixe a criança se juntar a eles na cama.
Alerta-se para o risco de sufocamento, a perda da privacidade conjugal e contratempos como a acordar com a cama molhada. Algumas medidas podem ser tomadas para transmitir segurança à criança ao proporcionar-lhe um sono tranquilo, fazendo com que aprenda a dormir sozinha.
Na medida em que cresce e passa a dormir menos, o bebe precisa de uma rotina pré-estabelecida para cair no sono, com horários bem definidos e respeitados, evitando-se atividades que possam deixá-lo agitado.
Como exemplo, permita que fique acesa uma luz secundária mais fraca enquanto se conta uma historinha, de preferência curta; faça-lhe um carinho, um afago e de um beijinho de boa noite. Se mantida regularmente, esta sequência ira se fixar na mente da criança e certamente irá ajudá-la a adormecer mais facilmente.
Acostumá-la a dormir em seu próprio espaço desde cedo também desestimula futuras incursões ao quarto dos pais. Não se esqueça: um bom sono e fundamental para o crescimento saudável de seu filho.

• Para noite, apenas brincadeiras calmas e agradáveis.
• Estabeleça um ritual de 20 minutos, com as mesmas atividades na mesma ordem.
• Leve o bebê para a cama acordado (com sono, mas não o adormeça no colo nem na sua cama, nem no sofá).
• Leve junto um brinquedo ou objeto preferido.
• Leia para ele um livro infantil.
• Depois diga para ele que você vai contar devagar, pausado, ate 10 e depois não vai mais dar atenção.
• Permaneça o quarto, afastada, mas numa posição em que o bebe possa vê-la, por alguns minutos.
• Uma luz fraca e opcional.
• Se ele acordar durante a noite, certifique-se que não há nada de errado, deixe que ele tente pegar no sono novamente sozinho.
• Se ele nao conseguir em 5 minutos, coloque a mão sobre ele (sem pega-lo), converse um pouco e depois conte novamente ate 10 e permaneça um pouco no quarto, mas afastada.
• Atenção: paciência e persistência!
• Não importa quantas vezes, quando o bebe acorda no meio da noite deve-se coloca-lo novamente para dormir, seja contando uma historinha, cantando ou apenas ficando a seu lado – cada família tem seu ritual, que deve ser seguido diariamente.
• Não é recomendável tira-lo do berço, pois ele irá se acostumar a esta condição e passara a exigir isto toda noite.

Quando o bebe acordar a noite depois dos 4 meses:

• Esperar 3 minutos (não dar atenção).
• Ir ao quarto, colocar a mão sobre o bebe, conversar 5 minutos, contar ate 10 devagar e sair.
• Se o bebe continuar a chorar, esperar 5 minutos e entrar e repetir: colocar a mão, conversar 5 minutos, contar ate 10 devagar e sair.
• Sair; se chorar esperar 7 minutos e repetir.
• Aumentar 2 minutos por vez.
• Observação: nas 2 primeiras noites, o processo pode durar 2 horas.
• Importante – sempre colocar o bebe na cama com sono, mas acordado.
• Não dar chupeta nem água quando acordar. Não pegá-lo no colo, não tira-lo da cama.
• A ultima acordada das 5h, ir espaçando aos poucos ate 7h.

* Dra. Efigênia Vanda de Jesus é Pediatra

Lentes de contato - O que são? Quais os tipos?

Lentes de contato (L.C.) são próteses transparentes ou coloridas em forma de disco côncavo, colocados sobre a córnea para correção dos defeitos de refração, estético ou ambos. Existem, basicamente dois grandes grupos de L.C.: as rígidas (chamada gás-permeáveis ou não gás-permeáveis) e as gelatinosas (chamadas hidrofílicas).
Cada grupo de lentes apresenta vantagens e desvantagens. As lentes rígidas são mais duráveis, mais fáceis de limpar, corrigem quase todos os tipos de erro de refração (“grau”) e podem ser usadas junto com colírios. Como mais desconfortáveis no período de adaptação e mais fácil de se colocarem na córnea.
As gelatinosas são mais confortáveis e quase não se deslocam no olho. Entretanto, não corrigem todos os astigmatismos, são menos duráveis e mais facilmente se contaminam ou formam depósitos. Também exigem limpeza mais rigorosa.


Indicação do uso de lente de contato

As L.C. podem ser utilizadas para fins estéticos, substituindo os óculos, como nos casos de miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Também oferecem vantagem na prática esportiva. Com finalidade cosmética pode modificar a cor dos olhos (L.C. coloridas com ou sem “grau”); podem ocultar defeitos das superfícies ocular (como cicatrizes oculares).
As L.C. gelatinosas terapêuticas podem ser utilizadas para tratamento de alguns tipos de doenças da córnea e também no tratamento de doenças como ceratocone (deformidade da córnea), anisometropia (grande diferente entre os dois olhos) e astigmatismo irregular (deformidade da córnea, pós traumatismo ou cirurgias).
O uso de lente de L.C. pode não ser indicado para pessoas com alergia ocular, que tenham baixa produção da camada lacrimal (olho-seco), infecção ocular crônica ou outras doenças corneanas.
Quanto à idade, não existe limites de idade mínima ou máxima para usar. Por exemplo, um bebê operado de catarata congênita, pode usar L.C. Uma criança ou um adulto com anisometropia (grande diferença de grau) também está indicado ao uso. Já nos casos de crianças ou adultos especiais, o responsável deve ser orientado no manuseio adequado.
Algumas lentes podem ser usadas durante o sono, porém isso aumenta o risco de problemas porque o tempo de uso, variam de uma pessoa para outra.
A prática dos esportes está diretamente ligada ao uso de L.C. Na natação entretanto, recomenda-se o uso do óculos de proteção. A preocupação de usar lente de contato durante a natação, está no risco de infecção bacteriana (podendo resultar em graves úlceras de córnea), porque os ambientes aquáticos estão, geralmente, contaminados.
Para diminuir a contaminação coloca-se, periodicamente, maior quantidade de cloro e outros produtos que, além de alterar a cor das L.C. gelatinosas, podem aderir ao seu material, provocando irritação ocular.


Cuidado com as L.C.

Geralmente o uso de soluções multi-uso é suficiente para proceder à limpeza, enxágüe e desinfecção das L.C., tornando o seu uso mais prático e fácil.


Prescrição das L.C.

Apesar das L.C. serem frequentemente negociadas e adaptadas em óticas, os médicos oftalmologistas são os únicos profissionais capacitados para indicar, prescrever, adaptar, orientar os usuários de L.C. e acompanhar seu uso. Somente eles estão habilidades a diagnosticar e tratar os eventuais problemas causados pelo seu uso.


* Dra. Teresa Cristina Pilotto é Oftalmologista