sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Banho do bebê: momento especial para mãe e filho

O banho deve representar um momento de prazer e relaxamento para o recém nascido. A sensação de estar envolto por água traz a lembrança de sua vida intrauterina e da segurança que o útero de sua mãe significava. Por isso, alguns cuidados na hora do banho ajudam a criar essa atmosfera de tranquilidade para o pequenino. Primeiramente, é importante a organização do ambiente, deixando ao alcance das mãos tudo o que é necessário para que não deixe a criança sozinha durante a realização do banho. A banheira deve ser de plástico e de fácil limpeza. Deve ser lavada com água e sabão antes de cada uso e não deve ser utilizada para outros fins: somente para o banho do seu bebê. A água deve estar morna. É interessante ter um termômetro de banheira, sendo a temperatura ideal entre 37 e 38°C. Se você não o tiver, verifique a temperatura colocando o seu antebraço dentro da água aquecida e perceba se está agradável para seu bebê. Use sabonetes neutros, em barra ou líquidos, glicerinados, sem fragrâncias fortes. O uso do xampu, mesmo os específicos para neném, não está indicado nas primeiras semanas. Para lavar o couro cabeludo do recém nascido, use somente água morna corrente. As hastes flexíveis de algodão, são úteis para auxiliar a limpeza das dobrinhas, do umbigo e genitália, mas nunca deve ser usado dentro dos ouvidos.
Há algumas técnicas para o banho do bebê, mas duas são mais conhecidas: o banho canguru e o banho no balde.
O banho canguru, também conhecido como banho humanizado, foi inicialmente desenvolvido pensando no prematuro, mas seus benefícios são extensíveis a qualquer bebê. Nele, a criança nua é envolvida em cueiro, fechado conforme um envelope. Seu corpo é imerso na água morna, que deve preencher até a metade da banheira, deixando somente a cabeça de fora. Separe um pouco da água em uma vasilhinha para a limpeza do couro cabeludo no final do banho. Inicialmente lava-se o rostinho: deve-se ter o cuidado de lavar um olhinho de cada vez, higienizando a mão do cuidador entre cada lavagem para que não haja deslocamento de microorganismos de um olhinho para o outro. O banho segue o sentido da cabeça para os pés. Dessa forma, após a limpeza da face, descobriremos um lado do cueiro no tórax e lavaremos a pele naquela região, mantendo o restante do bebê coberto. Quando terminar a limpeza da área nua, a cobriremos novamente e descobriremos a seguinte e assim sucessivamente até os pezinhos. Por último, deve-se lavar o couro cabeludo do recém nascido, com água morna e, se necessário, sabão. Se a água da banheira já estiver turva, use a água que foi reservada no início do banho. Se houver crostas no couro cabeludo, antes do banho, passe um algodão com óleo de amêndoas e retire as crostas com auxílio de um pente fino. Finalize a retirada dos excessos durante o banho. É importante secar bem a cabeça e o restante do corpinho do neném logo após o término do banho, para que não haja perda excessiva de calor e seu bebê sinta frio. Use uma toalha macia e não se esqueça de enxugar bem as dobrinhas, pescoço, axilas, virilha, para evitar assaduras. Não há contraindicação de molhar o coto umbilical. Pelo contrário, a sua limpeza com água e sabão mostra-se medida eficaz de prevenção de infecção no umbigo, a chamada onfalite. Cuidado indispensável, entretanto, é a secagem do umbigo após o banho. O uso de álcool a 70% para a higiene do coto umbilical após o banho é opcional se o umbigo houver sido lavado e secado corretamente. Passe creme prescrito pelo seu pediatra na região de genitália para evitar assaduras. Vista seu bebê com roupas confortáveis, adequadas à estação do ano.


O banho de balde, também conhecido como banho de ofurô ou de balde-ofurô, apesar de ser praticado por muitas mães há muito tempo, mais recentemente ganhou a mídia e a simpatia do público. Seus benefícios assemelham-se aos já descritos em relação ao banho canguru. A diferença primordial entre os dois é a postura do recém nascido: no banho de ofurô, o bebê fica sentado dentro do balde, imerso em água morna até a altura do queixo, sustentado pelas costas e região cervical (posterior do pescoço). Nos primeiros dias de vida, quando o bebê ainda é molinho, pode ser necessária a presença de dois adultos para a realização do banho: um para segurar e outro para lavar a criança.


Independentemente da técnica escolhida, lembre-se que o banho é diário e que não existe horário padrão, mas é interessante escolher as horas mais quentes do dia para sua realização. O mais importante no banho é que o bebê se sinta confortável e relaxado dentro d’água, inclusive em relação à sua temperatura. Como você saberá se o seu bebê está satisfeito? Ele sorrirá para você, manterá uma atitude de tranquilidade, sem choro, às vezes até dormindo durante o banho.

Fonte: Filhos – da gravidez aos 2 anos de idade. Org. Fábio Ancona Lopez e Dioclésio Campos Jr. Sociedade Brasileira de Pediatria. 1ª Ed. 2009. Ed. Manole.




*Rachel Santos Sereno é Enfermeira da Rotina UTI Neonatal

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