segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Entrevista com os Urologistas, Dr. Marco Antônio e Dr. Clayton - Câncer de Próstata

“Os homens não estão acostumados com esse tipo de exame, porque nós fomos criados em uma sociedade machista”.




Dr. Marco Antônio e Dr. Clayton

Prevenção é a primeira palavra que os urologistas Marco Antônio e Clayton Lagoa respondem quando questionados sobre a importância da realização do exame de próstata. Mesmo vivendo em tempos modernos, eles contam que ainda encontram resistência de muitos homens quando o assunto é o temido toque retal. Eles destacam ainda que o diagnóstico precoce da doença aumenta as chances de cura.

Perguntas:

O que é câncer de próstata?

M.A./C.L. - O câncer de próstata é uma patologia que acomete com maior incidência os homens a partir dos 40 anos de idade. Ele atinge a próstata, um órgão que faz parte do sistema reprodutor masculino. É uma doença que está em evidência, não porque passou a existir mais, e sim, porque os homens estão mais preocupados com ela e, consequentemente, procurando os urologistas para fazer o exame preventivo da próstata. Temos que chamar a atenção, “o câncer de próstata é uma doença que começa na próstata, mas que pode atingir o corpo todo do paciente”.

É uma doença que quando atinge o paciente em idade mais avançada, é menos agressiva do que quando atinge pacientes mais jovens. Hoje temos que ter uma atenção muito grande, porque se a doença não for diagnosticada e tratada precocemente, infelizmente perderemos a chance de cura.



O que é PSA?

É o Antígeno Prostático Específico (PSA). É uma proteína produzida pela célula prostática e algum percentual pela glândula suprarrenal, porém muito pequeno (em torno de 1%). Como não é marcador exclusivo do câncer de próstata (e sim da próstata), a margem de erro do exame chega a 80% quando utilizado isoladamente. Por isso, a dosagem de PSA deve sempre ser feita juntamente com o exame de toque retal. O aumento do PSA pode ser devido ao crescimento da glândula (hiperplasia benigna da próstata); por inflamação ou infecção (prostatite); por alguma atividade que o paciente faça, como relação sexual, ou devido a um câncer na próstata. A massagem prostática, ultrassonografia prostática, ultrassonografia transretal e até andar de bicicleta também aumentam o PSA.


Qual é a média normal do PSA?


A média normal do PSA é 2,5ng/ml, mas tem alguns dados que usamos de acordo com a faixa etária. Por isso a importância de ir a um urologista, porque são detalhes que somente um especialista percebe. Até 49 anos, PSA de até 2,5ng/ml; de 50 a 59 anos, 3,5ng/ml; de 60 a 69 anos, 4,5ng/ml; acima de 70 anos, até 6,5ng/ml. Mas é preciso ressaltar que isso não vem no laudo do exame, geralmente vem o valor normal que é 2,5ng/ml. Outro especialista não saberá interpretar se o exame está alterado. Por exemplo, se um paciente de 71 anos estiver com o PSA de 4,0ng/ml, que é normal para sua faixa etária, ele ficará preocupado, porque ele vê que a faixa normal de PSA é 2,5ng/ml e o seu está 4,0ng/ml. Quando, na verdade, sabemos que, para uma faixa etária de 71 anos, esse valor é normal.


Como se desenvolve o câncer de próstata?


O câncer de próstata é dependente do hormônio testosterona que todo homem tem presente no organismo. Ele é como se fosse a fonte alimentar do tumor. O sedentarismo e as dietas ricas em gorduras, sobretudo de origem animal, estimulam a produção de testosterona, o combustível do câncer.


Quais são os sintomas do câncer de próstata?


O câncer de próstata é dividido em estágios. No estágio inicial não há sintomas. Na fase intermediária os sintomas se confundem com o crescimento normal da próstata (hiperplasia benigna da próstata) que são jato urinário fraco, aumento da frequência urinária noturna, dificuldade para urinar, sensação de peso na parte inferior do abdome, às vezes, ardência ao urinar. E, na fase avançada, os sintomas já chegam à dor óssea, que é na fase metastática. É bom ressaltar que na fase inicial do câncer, ou seja, na assintomática, 90% dos tumores podem ser curados. Já na fase intermediária não temos como dizer esse percentual e, na fase avançada, não tem mais cura.


Quais exames são realizados para diagnosticar a doença?


Hoje, solicitamos que o paciente faça preventivo. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que todo paciente acima de 40 anos faça pelo menos o exame de PSA. O paciente de 40 anos que tenha histórico familiar, ou seja, qualquer parente de primeiro grau com câncer de próstata que também seja submetido ao toque retal. A partir dos 45 anos, todos devem fazer os exames de PSA e toque retal.


Qual a periodicidade desses exames?


Anual. Os homens não estão acostumados com esse tipo de exame, porque nós fomos criados em uma sociedade machista. Mas o que sempre ressaltamos é que as mulheres vão ao ginecologista todo ano, seja com profissional homem ou mulher e nós achamos isso normal. Agora para o homem realizar o exame preventivo já se cria um tabu. Isso é ruim! Nós temos que desmistificar isso. É um assunto que está na mídia. Porque cada vez mais conhecemos alguém perto de nós que tem câncer de próstata, o que antigamente não acontecia. Portanto, o exame preventivo da próstata deve ser realizado, na sua maioria, uma vez por ano (há algumas exceções) e sempre por um médico urologista.


Quais são as opções de tratamentos e como são realizados?


Os tratamentos são realizados de acordo com o estágio da doença. Se ela estiver no estágio inicial, nós temos dois principais tratamentos: cirurgia ou radioterapia. Esses são os mais indicados nos dias de hoje. A cirurgia é a prostatectomia radical, que é a remoção total da próstata e das vesículas seminais. Pode ser feita aberta ou por videolaparoscopia. A radioterapia é a emissão de feixes de radiação para a próstata matando as células cancerosas. Também temos a braquiterapia, implantes de microcápsulas na próstata, mas ela é indicada para os tumores iniciais e de baixo risco. Nós temos ainda, a vigilância ativa, que consiste em acompanhar o paciente trimestralmente, preservando-o o maior tempo possível da radioterapia ou cirurgia. Mas praticamente ninguém aceita esse tipo de acompanhamento.Nos estágios mais avançados, onde não há possibilidade de cura, temos o recurso da quimioterapia e hormonioterapia para controle da doença. Acreditamos que a cirurgia é o melhor, não em termos de resultado,mas dá menos efeitos colaterais,ou seja, o paciente tem uma qualidade de vida melhor.


Existem muitos efeitos colaterais?


Na prostatectomia radical, eles vêm diminuindo muito nos últimos anos. A técnica cirúrgica avançou e hoje a incidência de incontinência urinária é muito pequena, entre 5 e 10%. Nós temos um problema que é a impotência sexual (disfunção erétil), porque o homem já chega com a ideia de que se realizar uma cirurgia de próstata ficará impotente. Não! Eles precisam entender que a impotência sexual é principalmente devido a cirurgia radical de próstata. A taxa de impotência também diminui nos últimos anos, entre 30 e 40%. Mas isso também depende da idade do paciente, porque quanto mais jovem, menor a possibilidade de impotência, além do estágio em que o tumor se encontra. A radioterapia também tem seus efeitos colaterais, assim como os outros tratamentos. Portanto, a decisão do melhor tratamento para o paciente deverá ser definida em conjunto com o seu médico.


Após o tratamento, o homem está 100% curado?


Bom, como todo câncer, nós só vamos falar que está curado, após um acompanhamento de pelo menos cinco anos e após o tratamento proposto como curativo. Se depois desse acompanhamento os exames mostrarem que ele está livre da doença, nós consideraremos o paciente curado.


Qual a importância do exame para se evitar o câncer de próstata?


A importância está relacionada à cura. Nós sabemos que quanto mais precocemente diagnosticamos o câncer de próstata, maior será a chance de cura. Só o fato de ir ao médico (mesmo sem estar sentindo nada) fazer o preventivo, e porventura, tiver a doença, terá 90% de chance de cura. O câncer de próstata cresce lentamente. O homem não vai ao médico aos 40 anos, nem aos 45 anos e só vai aos 57 anos, por exemplo; e quando faz o exame acaba descobrindo que tem um câncer de próstata incurável. Foi esse o caso de um paciente nosso. Ele compareceu ao consultório por causa de ardência urinária e, através do toque retal, constatamos que a próstata dele estava totalmente endurecida. Ao final do diagnóstico, conclui-se que era um câncer de próstata em estágio avançado, ou seja, sem chances de cura. Não queremos que o paciente chegue até nós nesse estágio. Nós queremos curá-lo da doença. Por isso a necessidade da periodicidade do exame preventivo da próstata.


Atualmente, qual é o índice de pessoas acometidas pela doença?


O câncer de próstata é uma doença silenciosa, que acomete 52 homens a cada 100 mil, no Brasil. É uma incidência alta, e relacionamos isso a fatores como estresse, alimentação, raça. No entanto, pesquisas constataram que nas regiões industrializadas a incidência de câncer é maior. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados 48 mil novos casos de câncer para esse ano no Brasil. A região Sul é a que apresenta maior incidência de câncer, seguida pela região Sudeste.


Até que ponto a hereditariedade influencia no aparecimento da doença?


Quando o homem tem um parente de primeiro grau com histórico de câncer de próstata, ele tem chance três vezes maior em ter a doença. Dois parentes, em torno de seis vezes. Três em torno de 11 ou 12 vezes mais chances de desenvolver um câncer de próstata. A questão hereditária requer uma atenção redobrada.


Sabe-se que a prevenção não faz parte da cultura brasileira. A que vocês atribuem isso?


Os homens tem muito preconceito em ir consultar com um urologista. Então é importante conscientizá-los de que, a partir dos 40 anos, eles tem que procurar um especialista para fazer o exame preventivo da próstata. A maioria dos pacientes chega para nós dizendo que vai fazer o exame de próstata, mas que não sente nada. É exatamente esse paciente que nós queremos atingir; aqueles que não estão sentindo nada e, caso tenham a doença, tem mais chances de serem curados. É importante destacar que a consulta com o urologista não é um bicho de sete cabeças. O paciente comparecerá ao consultório, realizará os exames necessários para fazer a prevenção da doença e será orientado. No entanto, geralmente, o homem chega ao consultório e pergunta se a ultrassonografia substitui o toque. Não substitui, porque a ultrassonografia não tem a sensibilidade que o toque retal tem para diagnosticar a doença. Além disso, o tempo de duração do exame de ultrassom é de dois a três minutos. Enquanto um toque retal em média dura 15 segundos.

É importante, também, fazer o acompanhamento. Porque o exame do paciente pode estar normal esse ano, mas no ano que vem pode estar alterado. Acredito que as nossas grandes aliadas, hoje, são as mulheres. Muitos homens vão ao consultório por insistência da esposa.


Qual é a média de atendimento para a realização do exame preventivo?

De 55 a 65% das consultas são para fazer o exame preventivo. Mas apesar da estatística e da porcentagem ser alta, ainda tem muito homem que não procura urologista para fazer o exame.


Quais fatores contribuem para a prevenção do câncer de próstata?

Praticar atividades físicas regulares e uma dieta saudável. Evitar alimentos ricos em gorduras, principalmente as de origem animal. Hoje existem substâncias que podem diminuir a incidência da doença. Exemplo disso é o licopeno, que está presente nos alimentos de cor vermelha como a melancia e, principalmente, em molho de tomates frescos. Ele é um antioxidante que ajuda a conter a ação dos radicais livres.


O exame e a cirurgia podem ser realizados no HINJA?


Sim. Realizamos o exame preventivo em nossas consultas urológicas. Durante a consulta conversamos com o paciente, perguntamos alguns dados não somente direcionados a próstata, mas uma anamnese geral (entrevista), também realizamos o exame físico e os exames complementares que forem necessários ao caso. Temos todos os recursos necessários para fazer a cirurgia aqui no hospital: equipe médica especializada, equipe de enfermagem e toda infraestrutura necessária, com centro cirúrgico, CTI e enfermarias totalmente modernizadas.



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Entrevista com Dr. Roberto Tambasco (Otorrinolaringologista) - Labirintite

A Disfunção é uma doença que pode ter inúmeras causas e geralmente apresenta como principal sintoma a vertigem.
A Disfunção do Labirinto popularmente conhecida como labirintite, acomete milhares de pessoas. Muitas podem ser as causas dessa disfunção, entre elas as doenças pré-existentes como diabetes, hipertensão, reumatismo, além de hábitos como o excesso de cafeína, álcool e tabagismo.
Em entrevista, o otorrinolaringologista Roberto Tambasco explica o que é a doença e como evitá-la. Ele destaca ainda o importante papel que a alimentação equilibrada tem na prevenção da Disfunção do Labirinto.

Perguntas:


Muito se ouve falar em labirintite. Que doença é essa?

Dr. Roberto Tambasco – O termo certo é “Disfunção do Labirinto” e não labirintite, que seria uma inflamação no labirinto. Como o nome já diz, a disfunção é uma doença que pode ter inúmeras causas e geralmente apresenta como principal sintoma a vertigem.

Dr. Roberto Tambasco

Qual é a função do labirinto?
O labirinto é uma estrutura localizada dentro do osso temporal, de forma tridimensional, e é responsável por manter o corpo em equilíbrio. Dentro dele existe um líquido que se movimenta de acordo com os movimentos da cabeça, e o movimento deste líquido (chamado endolinfa) é que permite que o corpo tenha percepção de espaço.


O que provoca a labirintite?

A labirintite (Disfunção Labiríntica) pode ocorrer devido a várias causas, dentre elas: alterações metabólicas (hipercolesterolemia, hipertrigliceridenia, hipercolesterolemia, etc), inflamação no nervo vestibular, uso abusivo de cafeína, tumores dentro do sistema nervoso central, fístula perilinfática, etc.


Qual a diferença entre vertigem e tontura?

Vertigem é o nome dado a sensação do movimento rotário do corpo. E tontura é uma sensação de desorientação espacial do tipo rotatório (vertigem), ou não rotatório (instabilidade, flutuação, oscilação).


Esclareça os sintomas que diferenciam a crise de labirintite da tontura comum, que a pessoa sente porque se alimentou mal, por exemplo.

Praticamente os sintomas são os mesmos, o que diferencia uma causa da outra é a história clínica do paciente.


Quais são os sintomas da labirintite?

O principal sintoma é a vertigem, porém muitas vezes as vertigens vêm acompanhadas de sintomas auditivos (zumbido, perda auditiva, etc) e neurovegetativas (náuseas, vômitos, taquicardia, sudorese e palpitação).


O que acontece dentro da cabeça da pessoa que tem a doença?

O que acontece basicamente é que em condições normais os dois labirintos funcionam em equilíbrio, com estruturas dentro do sistema nervoso central. Quando ocorre alguma disfunção no labirinto, geralmente ocorre somente em um dos dois uma perda desse equilíbrio. Entre as estruturas e o corpo apresenta a ilusão ou alucinação de posição no espaço (vertigem).


Como diagnosticar a doença?

Como a doença pode ter várias causas, o diagnóstico é feito através da história clínica, audiometria, testes vestibulares(vectoeletronistagmografia), exames laboratoriais, etc.


Como é feito e quanto tempo dura o tratamento da labirintite?

O tratamento e a duração do mesmo dependem da causa da doença. Podendo ser: medicamentoso, cirúrgico, através de reeducação de hábitos diários, etc.


Ao não tratar a doença, quais são os riscos que o paciente corre?

Corre o risco de apresentar os sintomas de forma recorrente.


A alimentação pode contribuir para um bom resultado do tratamento?

Sabe-se que o uso abusivo de cafeína, açúcar refinado e ficar sem se alimentar por longos períodos, apresentam íntima relação com os distúrbios do labirinto.


O álcool pode provocar um processo semelhante ao da labirintite?

A alteração causada pelo álcool se dá por meio do sistema nervoso central (cerebelo) e não do labirinto.


Essa doença pode ser prevenida?
A doença pode ser prevenida através de hábitos saudáveis de vida (alimentação equilibrada, atividades físicas, etc).

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Entrevista com Dr. Luiz Alexandre Cabral – Esquecimento

“O excesso de informação da vida moderna tem contribuído de forma significativa para que adultos jovens sofram de falha de memória.”



Dr. Luiz Alexandre - Neurologista
Você conhece uma pessoa e logo depois esquece o nome dela? Vai ao supermercado e deixa de comprar algum produto porque não se lembra? Saiba que você não é o único a passar por essas situações. Cerca de seis bilhões de pessoas têm o problema. Mas, afinal, porque isso acontece? Para explicar porque acontecem essas falhas de memória, a bem-estar entrevista o neurologista Luiz Alexandre Cabral, que dá dicas de como lidar com o problema.




Perguntas:


Como funciona, no cérebro, o processo de aprendizagem e de memória?


Dr. Luiz Alexandre – As funções de memória não podem ser analisadas com sendo um processo único. Muitos são os mecanismos envolvidos em diferentes tipos de memória, como a de uso imediato chamada operacional, a memória olfativa (para odores), a memória para fatos ou mesmo para o reconhecimento visual; cada qual tem seus circuitos cerebrais envolvidos. Ainda está por ser desvendado pela ciência como a informação fica armazenada em definitivo. Mas alguns mecanismos, chamados mnemicos, ajudam a reter informações, assim como a repetição, a soma de estímulos como audiovisuais ou mesmo a associação de ideias.


Quais são os principais sintomas da perda de memória?


L.A. - As dificuldades na evocação de palavras, nome ou mesmo na realização de tarefas antes conhecidas, pode ser sintoma de falta de memória; mas apenas se os nomes, palavras e tarefas são corriqueiros. Quando deixamos de realizar algo, utilizar termos ou nomear pessoas e lugares por muito tempo, é aceitável alguma falha na realização destas tarefas.


Como é realizado o diagnóstico?


L.A. - Os transtornos que levam ao déficit de memória são em sua maioria de diagnóstico clínico, como depressão, estresse, déficit de atenção hiperatividade (TDAH), entre outros. Mesmos as chamadas demências têm como exame inicial testes específicos, como o exame de Folstein, nos quais são avaliados não somente a memória, mas como também o raciocínio lógico, entre outras funções cerebrais.


Quais são as principais formas de tratamento?


L.A.- Cada transtorno tem seu tratamento específico, mas em geral o exercício diário da memória e do raciocínio, aliados ao sócio criativo e exercício físico regular ajudarão a prevenir estes males.


Quais fatores contribuem para a perda de memória?


L.A. - Algumas doenças clínicas como diabetes mal controladas, hipotireoidismo (transtorno da tireoide) não tratado são exemplos de doenças que podem associar-se a dificuldades de memória. Porém não são apenas as doenças clínicas que causam o problema; o estresse e o excesso de informação da vida moderna tem contribuído de forma significativa para que adultos jovens sofram de falha de memória.


O déficit de memória é patológico?


L.A. - Todo mal que causa desconforto ou perda produtiva ao indivíduo, deve ser abordado como doença. Além de que, os transtornos de memória podem ser um alerta de patologias variadas ainda não diagnosticadas.


Quais prejuízos essa perda de memória pode causar para quem a sofre?


L.A. - O principal diz respeito à capacidade laborativa e de aprendizado. Porém, a capacidade de lidar com as simples tarefas do dia a dia pode ser comprometida, assim como lembrar de pagar suas contas em dia ou perder horários marcados em consultórios e reuniões.


A perda de memória pode estar associada a outras doenças, por exemplo, o Mal de Alzheimer?


L.A. - Um dos primeiros sinais das chamadas demências, grupo de doenças na qual está incluída o mal de Alzheimer, é a dificuldade na retenção de memória ou memória para fatos recentes.


Como se realiza o tratamento de memória e que relação existe entre a memória e a atenção?


L.A. - Para a devida retenção de memória é necessária a atenção ao fato. Desta forma, qualquer distração ou uma cabeça cheia, vão obrigatoriamente comprometer a retenção da memória. O treino da memória passa pela repetição e associação de ideias, entre outros métodos aplicados. Existem até mesmo cursos que ensinam como aumentar sua capacidade de retenção de memória.


Uma pessoa que não consegue lembrar-se à tarde do conteúdo de um artigo que leu pela manhã tem problema de memória ou não prestou atenção ao que leu?


L.A. - As duas situações podem ser verdadeiras. O indivíduo pode tanto apresentar transtorno na memória de retenção, assim como pode ter realizado leitura mecânica, na qual ele lê, mas sem a devida concentração na leitura.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Entrevista com Dr. Ozório Carvalho Chaves – Cirurgia Plástica

 
Dr. Ozório Carvalho Chaves

Não é necessário falar que a beleza está em alta, basta andar nas ruas para constatar que as mulheres estão cada vez mais vaidosas. E é por isso que o Dr. Ozório Carvalho Chaves, 44 anos, tem em seu currículo aproximadamente 8 mil cirurgias plásticas. Formado desde 1991 em Cirurgia Plástica pela Unig, atual Universidade Iguaçu, Ozório fala dos cuidados que as pessoas devem ter na hora de escollher um cirurgião plástico e explica porque o Brasil é referência na área.

Parceiro do HINJA desde 2001, ele fala ainda das novas instalações da unidade e destaca a modernidade do Centro Cirúrgico.

Ozório é natural da capital paulista e chegou a Volta Redonda em 2002, a convite de uma amiga com quem trabalhou no hospital de Itatiaia, onde era concursado. Com 17 anos de profissão, é hoje um profissional conhecido e respeitado pelo que faz.



Entrevista

A busca pelo corpo perfeito aumenta a cada dia, , inclusive entre o público jovem. Existe uma idade predeterminada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para a realização de plásticas?

Dr. Ozório Chaves - Na verdade, não tem nenhuma idade que a Sociedade determine como padrão mínimo para cirurgia plástica estética. Existe é indicação, por exemplo: quem tem orelha de abano tem que chegar a maturidade da cartilagem da orelha, para poder realizar a cirurgia com sucesso, porque se você fizer antes de atingir a maturidade da cartilagem, você vai impedir a formação correta dela, aí acaba causando deformidade. No caso da orelha de abano, a idade mínima é sete anos. Menos que sete anos não se deve operar. No caso de mama, já coloquei próteses em garotas de 15 anos, porém era moças que tiveram a menarca (primeira menstruação) com nove anos, então aos 15 elas já tinham o corpo quase todo formado. Da mesma forma, já operei paciente com 75 anos.

Quais são as principais restrições em relação à cirurgia plástica?

O.C - Os cuidados são os exames pré-operatórios, que têm que ser bem feitos, como exames de sangue, de urina, radiografia de tórax, eletrocardiograma. Esses são exames específicos para todos. Porém, no caso em que o paciente tenha feito reposição hormonal, por exemplo, existem exames específicos para saber se o tratamento está adequado. Cada caso é um caso, que exige mais ou menos pedidos de exame. O paciente que já tem história de infarto deve fazer um pré-operatório mais rigoroso. Mas é importante destacar que uma coisa que atrapalha muito e pode até contribuir para complicações cirúrgicas são as drogas de uso controlado como as anfetaminas.

Qual é o problema de se fazer uma cirurgia estando com anemia, por exemplo?

O.C. - A maioria das cirurgias implica em perda sanguínea, umas mais outras menos. Então, se o paciente já tem uma anemia, isso pode acarretar até numa transfusão de sangue. Por isso, em uma cirurgia plástica eletiva (com data marcada), o ideal é não operar. Agora, no caso de uma histerectomia, por exemplo, que tem que tirar o útero, deve-se operar e depois repor o sangue, pois se não retirar o útero, a paciente vai continuar sangrando e, consequentemente, vai continuar com anemia. É preciso acabar com a causa, e a única maneira de fazer isso, é tirando o útero.

Quais são os tipos de plásticas mais procurados?

O.C.- Aqui no meu consultório varia muito. Tem mês que tem muita plástica de prótese de mama e, às vezes, muita lipo. Depende da época do ano. No mês de julho, a maior procura é por lipoaspiração e já nos meses de janeiro e fevereiro, aumenta a procura por prótese de mama. Mas, no fim, mama, abdome e lipo são as cirurgias mais procuradas.



Que período você aconselha para a realização de cirurgias plásticas?

O.C. - O clima não influencia no resultado, influencia um pouquinho na qualidade da recuperação do paciente. Para o paciente mais sensível ao frio, é melhorar operar no verão, e vice-versa.

Muitas pessoas têm medo de anestesia, por causa de algumas verdades e mitos que são disseminados. A anestesia oferece algum risco ao paciente?

O.C. - Na verdade, não é só a anestesia que oferece risco é o ato cirúrgico. É evidente que nas cirurgias plásticas estéticas, temos que correr os menores riscos possíveis. As complicações de parto são mais frequentes que as de plásticas. Explico mais ou menos como é o ato cirúrgico, a técnica cirúrgica, falo como que usamos a anestesia geral, qual é a melhor anestesia para cada tipo de cirurgia e, depois disso tudo, o paciente passa pelo meu anestesista, que vai tirar mais algumas dúvidas. Ele vê se o paciente tem alguma alergia a alguma coisa e se já foi submetido a algum procedimento cirúrgico. Isso tudo orienta o anestesista sobre qual a melhor anestesia a ser utilizada e quais as melhores medicações. Esse procedimento acaba esclarecendo e transmitindo mais confiança ao paciente.

Na mamoplastia, por exemplo, que tipo de anestesia é utilizado?

O.C. - Existem vários tipos de anestesia. Pode ser anestesia local, peridural torácica, geral, anestesia com bloqueio intercostal ou anestesia local com sedação, tudo vai depender da paciente, do anestesista e do cirurgião. A melhor anestesia para mamoplastia redutora é , sem dúvida, a geral. Mas já para uma cirurgia de prótese de mama, pode ser a local com sedação, tudo depende de cada paciente. Mas é evidente que cada anestesista vai fazer a técnica que ele tiver mais habilidade.

Quais são os cuidados que o paciente deve ter durante o período de recuperação?

O.C. - De um modo geral, o paciente deve ter cuidado com os esforços desnecessários. O cuidado especial que a gente tem hoje é quanto à vascularização do paciente. O paciente que fica muito tempo acamado facilita a coagulação intravascular. Então tem que fazer o paciente andar cedo para começar a ter uma atividade circulatória melhor. Em alguns tipos de cirurgias, o paciente pode ter a área ventilatória diminuída. Exemplo disso é a plástica de abdome, que acaba apertando o abdome e elevando o diafragma, diminuindo a capacidade física da caixa torácica. Então é interessante fazer exercícios respiratórios. Além disso, é importante ter cuidado com os curativos.

Você afirma que parte do sucesso de uma cirurgia é proveniente do repouso?

O.C. - Hoje a gente não preconiza muito repouso depois da cirurgia. Muito pelo contrário, a gente aconselha que o paciente volte mais rápido possível às atividades. O repouso em si não é muito relevante para a cirurgia. Mas alguns esforços são desnecessários, como pegar peso, por exemplo. O que pode realmente prejudicar o resultado da cirurgia é um trauma direto na área cirúrgica, que pode trazer problemas sérios.

 

Muitos procedimento cirúrgicos são realizados em clínicas que não possuem recursos para socorrer o paciente caso haja alguma complicação cirúrgica. Quais são os riscos que o paciente corre ao escolher uma dessas clínicas?

O.C. - A nossa equipe trabalha correndo os menores riscos possíveis. O risco mais grave é você não ter condições e suporte no momento de uma complicação cirúrgica, o que seria uma complicação seríssima. Porém, as complicações são muito mais raras em cirurgia plástica. É mais fácil a pessoa ter complicações numa gestação do que numa plástica, desde que o procedimento seja realizado por um profissional qualificado. É importante destacar que em um hospital bem equipado, tem pelo menos um cirurgião e um clínico de plantão. No caso de um acidente ou um desconforto do paciente, ele tem atendimento médico imediato. Já nas clínicas, não fica um médico de plantão para o paciente pós-operatório, fica o próprio cirurgião que, na maioria das vezes, está consultando ou operando. Ou seja, operar em hospital de grande porte é muito mais seguro do que em clínicas.

Você falou que hoje existem poucas complicações, mas entre eles qual é a que mais ocorre?

O.C. - No meu caso as complicações mais frequentes são referentes à cicatriz, porque a cicatriz não é uma coisa que depende da técnica cirúrgica, depende mais da qualidade de cicatrização do paciente. Então, o paciente que tem problema de cicatrização acaba se chateando um pouquinho, prolongando mais o tratamento. Mas, na maioria dos casos, as complicação são solucionadas.

Em cirurgia plástica, geralmente os profissionais são especializados em alguma área do corpo. Uns são bons em mama e outras em barriga, por exemplo. Por você realizar diversos procedimentos, como procura se aperfeiçoar nas diferentes áreas?

O.C. - Participo de congressos, ocasiões em que a gente tem opinião, experiências de outros cirurgiões e troca de ideias. Isso vainos atualizando, pois cada ano aparece uma técnica diferente e, normalmente, a gente começa a desenvolver essa técnica. Mas tudo depente da habilidade de cada cirurgião. Você faz a opção por uma técnica, aquela que você tiver mais experiência, mais habilidade e que você achar mais vantajosa. Às vezes, usar duas técnicas diferentes gasta-se muito mais tempo cirúrgico, então optar por aquela que eu gasto menos tempo cirúrgico e que o resultado vai ser semelhante. Quanto a habilidade, eu, particularmente, trabalho bem com lipoaspiração, com prótese de mama e plástica de abdome.

Mas tem alguma área que você goste mais?

O.C. - Eu gosto de fazer cirurgia de nariz, mas não faço com muita frequência porque hoje as pessoas se incomodam mais com a gordurinha localizada do que com a aparência do nariz.



Num momento em que homens e mulheres vivem o culto à juventude e a beleza, como você lida com a ética profissional, tema que vive esbarrando em assuntos poucos falados como limitações, resultados, falsas promessas e imperícias?

O.C. - É uma coisa que está muito na mídia. Na cirurgia plástica existem bons profissionais, mas também exstem profissionais que não são habilitados. Quando vem algum paciente e me pergunta: “Aquele cirurgião, o que o senhor acha dele?”. Pergunto ao paciente o se ele já fez uma pesquisa, principalmente se já viu pacientes operados por ele. Os médicos cirurgiões plásticos foram qualificados e tem muitos cirurgiões que migraram de outras áreas, como por exemplo: um otorrino que começa a operar nariz. Esses profissionais não tem a experiência gera de um cirurgião plástico. O importante é que o paciente conheça alguém que o profissional já tenha operado, porque exstem muitos profissionais que passaram em provas, estudaram, mas que não tem habilidade. Esses profissionais que se predispõem a fazer as cirurgias e que não estão habilitados, tem que ter responsabilidade pelos atos deles, e quem os julga é o CRM (Conselho Regional de Medicina) ou a Justiça.

Antes de procurar um cirurgião plástico, quais são os cuidados que as pessoas devem ter?

O.C. - Procurar médicos que fazem parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e, além disso, ver os resultados em pessoas que ele já tenha operado.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o Brasil é o segundo país do mundo em número de cirurgias plásticas realizadas. A que você atribui o crescimento do segmento?

O.C. - O Brasil é um país tropical e, por isso as pessoas usam poucas roupas. No calor, as pessoas usam roupas menores na praia, e isso incomoda quem tem gordurinha. Outra coisa que tem feito aumentar a procura por cirurgia plástica é o custo. Antigamente a plástica era quase inacessível para a classe média e, hoje, até as classes mais baixas fazem cirurgias plásticas por causa da facilidade de pagamento. Por ser uma referência mundial em cirurgias plásticas, existem no Brasil médicos muito habilidosos que apresentam bons resultados e isso estimula os pacientes.

Quais são as novidades que o Hinja oferece no segmento de cirurgia plástica estética e reparadora?

O.C. - A unidade é fantástica é o Centro Cirúrgico. Hoje o Hinja tem o Centro Cirúrgico mais moderno, pelo menos no estado do Rio, com instalações excelentes, materiais e equipamentos de última geração. E isso tudo repercute na cirurgia plástica.














































































Palestra Gratuita de Medicina Preventiva - Menopausa

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Entrevista - BURSITE



Entrevista com Dr. SérgioPistarino (Ortopedista) - Tema: Bursite



Quem sofre de bursite sabe o incômodo que a dor provoca. A pessoa não pode fazer esforço que o corpo logo dá sinais de que algo não vai bem. Causada pelo excesso de pressão sobre a bursa (pequena bolsa contendo líquido que envolve as articulações e funciona como amortecedor entre ossos, tendões e tecidos musculares), a bursite pode ser evitada.  Por isso, conversamos com o ortopedista Sérgio Eduardo Pistarino, que explicou o que é bursite e como a pessoa acometida por essa doença pode proceder.
Natural de Buenos Aires, onde se formou em medicina em 1982, Sérgio Pistarino se especializou em cirurgia de ombro e cotovelo no Instituto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, de Porto Alegre. Há aproximadamente 9 anos integra o corpo clínico do Hospital HINJA, onde realiza cerca de dez cirurgias por mês.

O que é bursite?

Primeiramente temos que explicar ao leitor o que são as bursas e qual a função que elas desempenham no nosso corpo. A bursa sinovial é um saco membranoso de paredes finas que produz pouca quantidade de líquido, cuja função é lubrificar lugares onde naturalmente existe atrito entre ossos e tendões, como acontece nas articulações.
A bursite é a inflamação na bursa, e a que mais inflama é a do ombro. Por isso costuma-se associar o termo bursite a dor no ombro.

Quais são as regiões atingidas pela bursite?

Ombro, cotovelo, joelho, calcâneo, dentre outras.

Quais são as causada da bursite?

Geralmente a bursite é causada por situações nas quais há um excesso de pressão aplicada sobre a bursa, provocando o engrossamento das paredes com aumento excessivo da produção de líquido. Este fenômeno, mistura de hiperpressão e de fricção, hoje conhecido com síndrome de impacto, costuma ser provocado frequentemente por: traumas agudos, esforços repetitivos, defeitos posturais, lesões dos tendões, doenças reumáticas, gota, diabetes, infecções, dentre outras.
Como vemos, o diagnóstico de bursite não é completo, sendo importante descobrir a causa e tratar de forma adequada, evitando as recidivas e complicações. Em resumo, a bursite é a consequência e não a causa do ombro dolorido.

Fale da importância do dignóstico e do tratamento precoce.

A bursite ou síndrome de impacto tem três estágios.
Primeiro estágio: caracterizado por atrito entre as estruturas, com queixas leves, mas sempre ligadas a atividades com membros superiores elevados, como por exemplo, a posição exigida nas profissões de barbeiro, soldador, dentista, etc.
Segundo estágio: Na persistência das causas anteriores, o ombro passa a ter a “famosa bursite e tendinite”.
Terceiro estágio: A falta de tratamento correto dos estágios anteriores, leva à ruptura dos tendões(manguito rotador), que irá trazer desde dificuldade até incapacidade de elevar o braço. Sendo esta a situação mais grave de todas.
Não ocorrendo o diagnóstico em fases  iniciais, o tratamento reuer cirurgia. Por isso, a importância do tratamento adequado desde o início do problema.

Quais os principais sintomas de bursite?

O paciente sente dores de intensidade progressiva, inicialmente localizadas no ombro e projetando-se em seguida até o punho. O exame revela acentuada limitação da movimentação, aumento da temperatura local, vermelhisão e inchaço.

Como é feito o diagnóstico de problemas na articulação do ombro?

Dr. Sérgio Pistarino - Ortopedista
O ortopedista especializado é o profissional mais indicado para a abordagem do problema. O exame clínico do paciente é de fundamental importância, com isto, 70% do diagnóstico estará concluído. Para os casos mais complexos, contamos com recursos de imagens como radiografias, ultrassonografias, ressonâncias magnéticas e exames laboratoriais.

Quais as formas de tratamento da bursite?

O tratamento de modo geral, é conservador, isto é, por meio de repouso da articulação, restrição das atividades físicas e esportivas durante a fase guda, compressas de água gelada e o uso de anti-inflamatórios não hormonais.
Uma vez controlada a dor e limitação, a fisioterapia deverá participar com a finalidade de diminuir as condições de atrito com alongamento das estruturas, correção da postura e fortalecimento seletivo da musculatura.

A acupuntura é uma opção para o alívio da dor?

Quando não se consegue melhora com os tratamentos tradicionais, a ressecção da bursa poderá ser uma alternativa. Só haverá sucesso do tratamento a médio e longo prazo, se pudermos encontrar a causa da bursite.

O que é videoartroscopia?

A técnica de videoartroscopia permite examinar e tratar problemas localizados no interior das articulações utilizando pequenos instrumentos de 4mm de espessura, que são introduzidos na articulação doente por pequenos cortes (menores de 1cm).
O método foi desenvolvido no Japão em 1950 com fins diagnósticos no joelho. Atualmente, além de ser utilizado como exame diagnóstico em várias articulações, é a opção mais moderna para a realização de cirurgia.
Resumindo: começou como um exame para se saber o que acontecia dentro da junta e hoje se usa também para realizar a cirurgia e resolver o problema.

Quais são as vantagens de se fazer uma cirurgia por via artroscopia?

O ombro é uma articulação protegida por músculos que, na cirurgia convencional, são cortados com objetivo de chegar  à articulação. Esses cortes são cuidadosamente reparados após o término do procedimento, mas sendo uma área do corpo muito sensível, a dor intensa no pós-operatório é inevitável.
Na videoartroscopia temos: cortes menores de 1 cm; menor chance de infecção; menos dor no pós-operatório; maior aceitação dos idosos e maior aceitação dos jovens por motivos estéticos.

Em que caso a cirurgia artroscópica no ombro é indicada?

Todo paciente que apresente um quadro crônico de dor no ombro e que tenha indicação  de tratamento cirúrgico irá se beneficiar com a técnica de artroscopia. A técnica  permite o tratamento  da bursite e tendinite crônicas, calcificações grandes,  lesões dos tendões, luxações de repetição (ombro que sai do lugar), dentre outros.

Como prevenir estes problemas que acometem o ombro?

Eliminando os fatores que levam ao impacto das estruturas. Recomenda-se: Evitar posições e atitudes que aumentem a pressão sobre as bursas; evitar ficar na mesma posição por muito tempo; utilizar protetores acolchoados para as articulações; não firmar o peso sobre o braço por muito tempo e, durante viagens longas, manter os braços mais próximos ao corpo;
• Manter um equilíbrio entre o esforço e o descanso, interrompendo de tempos em tempos a prática de atividades que aumentam a pressão nas articulações;
• Caso sinta dor durante a realização de um exercício, pare por uns momentos e modifique o modo de praticá-lo, ou não pratique mais;
• Converse com seu médico sobre a prática de atividades que não  ocasionem a bursite para manter a flexibilidade e a força muscular.;
• Mantenha-se no seu peso ideal, pois o excesso de peso também aumenta a pressão sobre as bursas.

A alimentação pode influenciar no processo inflamatório?

Para alguns problemas no ombro que têm reação com doenças metabólicas como a gota e o diabetes, fica claro que a dieta cumpre um papel importante para manter os valores de ácido úrico ou de glicemia, respectivamente. O cuidado com a obesidade também favorece na prevenção, mas lembre-se de eu há outros fatores não alimentares que são de maior importância.

Alguma profissão, em especial, pode favorecer o aparecimento de dor no ombro?

Várias. Toda profissão ou esporte que obrigue a fazer esforços repetitivos com os membros superiores elevados acima da linha do peito, são causadores potenciais de ombro doloroso. Cabeleireiros, barbeiros, manicures, mecânicos, soldadores, jogadores de vôlei, tênis, esportes de arremeço, costumam freqüentar os consultórios com queixas no ombro.
Também acontece em trabalhadores que pegam muito peso, como pedreiros, serventes, metalúrgicos, agentes de propaganda, representantes comerciais (que trabalham com caixas de ferramentas ou com pastas pesadas, respectivamente).
Vale lembrar que existe uma tendência individual, geneticamente determinada, que favorece o enfraquecimento de estruturas. Este fenômeno se apresenta na quarta década da vida, havendo variações de uma pessoa para outra.

Como esses profissionais devem agir para evitar a bursite?

Diminuindo a carga de trabalho, mas na prática isso é difícil, principalmente hoje num mercado cada dia mais competitivo.
Condutas individuais de prevenção (trabalhadores autônomos): cuidar principalmente da postura corporal como um todo; evitar esforços repetitivos com membros superiores; fazer muito alongamento para evitar a fricção das estruturas nas áreas críticas; manter uma atividade aeróbica e não fumar; manter uma alimentação adequada controlando os triglicerídios, colesterol e ácido úrico; vigiar o peso corporal; procurar dormir bem.
Condutas coletivas de educação e prevenção (empresas de pequeno, médio e grande porte): fomentar descanso das atividades por períodos de  10 minutos; participação do médico do trabalho a prevenção, conhecendo os setores de risco; fisioterapeutas contratados para coordenar programas de ensino de ergonomia.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

HINJA vence na categoria Serviços – Grande Empresa no Prêmio Mérito Lojista 2011


Solenidade realizada pelo CDL-VR aconteceu no dia 13 de julho no Cine Nove de Abril

O evento realizado pela CDL-VR (Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda), aconteceu na quarta-feira, dia 13 de julho, no Cine Nove de Abril, onde as empresas que mais se destacaram nos dois últimos anos, recebem uma premiação de acordo com a sua categoria.

Nesta edição, foram selecionados 18 finalistas em três categorias (Pequena ou Micro, Média e Grande) dos setores de Serviços e Comércio. Este ano também teve um show com o ator e humorista, Nelson Freitas, seguido de um coquetel para 1.500 convidados no Memorial Getúlio Vargas.

Os finalistas de todas as categorias foram divulgados no fim do mês, depois de passarem por rigorosa avaliação dos consultores do SEBRAE (apoiador do Prêmio Mérito Lojista), onde o HINJA concorreu e venceu na categoria “Serviços - Grande Empresa”, com as empresas ICT e Med Life.


quinta-feira, 30 de junho de 2011

Projeto Canguru

O método Canguru é um protocolo do Ministério da Saúde de Atenção Humanizada ao recém nascido de baixo peso. Em nossa UTI estendemos este protocolo de atendimento a todos os recém – nascidos transformando-o no nosso projeto de atendimento.

O maior objetivo deste projeto é ser o mais acolhedor possível neste período de internação na UTI Neonatal e minimizar a dor e o sofrimento dos recém-nascidos e suas famílias. Entender que receber um recém-nascido equivale a receber e acolher também seus pais.

I. Etapas do Projeto

Este atendimento se ao recém - nascido se dá de maneira integral e engloba:

1. Acolhimento das famílias

O acolhimento às famílias é fundamental promovendo suporte aos pais e fortalecimento do binômio mãe - filho. Existe todo um cuidado voltado para o incentivo ao aleitamento materno. Os pais têm acesso ilimitado sem horários estipulados. Proporcionamos a visita ampliada aos avós duas vezes por semana e aos irmãos que realizam suas visitas acompanhadas pela psicóloga do serviço.

2. Controle da dor e do estresse

O método contempla medidas de controle da dor, como aplicação de escalas que monitoram a existência ou não da dor e norteiam condutas de aconchego e até mesmo medicamentosas, se necessário.

Adotamos medidas anti-stress nos procedimentos da UTI neonatal. As coletas de sangue, aspirações ou quaisquer procedimentos que possam causar desconforto, são sempre realizados por dois profissionais, a fim de que um sempre esteja trazendo conforto ao bebê. Até procedimentos que nos parecem simples como pesar e dar banho podem estressar o bebê se não forem realizados de maneira harmoniosa. Assim, as técnicas do método Canguru para o banho (“banho canguru”), pesagem (“pesagem canguru”) e até troca de fraldas de forma mais humanizada proporcionam maior estabilidade clínica e emocional aos bebês.

Outra medida importante de conforto e redução do estresse é o posicionamento no leito

adequado que possibilita que o bebê gaste energia com o seu desenvolvimento e recuperação.

3. Agrupamento de cuidados

Devido ao fato das UTIs serem locais onde os bebês são muito manuseados durante todo o dia, trabalhamos agrupando os cuidados com os bebês, reduzindo, assim, o número de vezes que o bebê é incomodado.

4. Posição Canguru

O símbolo do método é a POSIÇÃO CANGURU, semelhante ao animal que leva sua cria numa bolsa aconchegada ao corpo. Na posição Canguru a mãe coloca o bebê pele-a-pele, envolto por uma faixa no seu corpo, proporcionando o fortalecimento do vínculo mãe-filho e aquecendo o bebê com o calor materno, além de acalmar, remeter ao aconchego uterino e até conferir proteção contra doenças através do contato pele-a-pele.

5. Informação aos pais

Os pais recebem informações diariamente através da rotina médica da Unidade. São realizadas reuniões semanais às segundas-feiras com os pais e avós nas quais as famílias recebem esclarecimentos gerais e possam também trocar experiência se ajudando mutuamente.

Na chegada os pais recebem um manual com informações gerais sobre o funcionamento da UTI Neonatal.

Na alta hospitalar as famílias recebem orientações específicas de cada caso, e um guia com orientações gerais que vão desde cuidados com os bebês em casa até transporte e situações de alerta.

6. Instalações e Ambiente Físico

Para maior conforto dos recém – nascidos o Método Canguru, também, contempla o ambiente físico visando medidas para o controle de ruídos e luminosidade.

Boxes Individualizados

Oferecemos 15 leitos neonatais distribuídos em “boxes individualizados” com poltronas de aleitamento para proporcionar maior conforto e privacidade aos bebês e suas famílias.

Sala de Ordenha

Contamos com sala de ordenha para maior privacidade das mães e um lactário que atende à UTI 24 horas por dia. Desta forma incentivamos a continuidade do aleitamento materno, mesmo em condições adversas como numa internação em UTI Neonatal.

Controle de ruídos

O ambiente de uma UTI costuma ter muito barulho como o som dos monitores, incubadoras, alarmes, aparelhos de RX entrando e pessoas falando durante o decorrer de todo o dia.

Os recém-nascidos precisam descansar, relaxar e dormir. É durante o sono que ocorre a maior produção de hormônio de crescimento. Além do que, sons ruidosos podem lesar o ouvido do bebê e causar perda da audição e estressar os bebês. O estresse aumenta a freqüência cardíaca, respiratória e pode causar apnéia e queda no nível do oxigênio.

Diminuímos os sons ruidosos em nossa UTI não permitindo celulares, falando mais baixo, não apoiando objetos em cima das incubadoras além de prontamente atender aos alarmes.

Hora do Silêncio: Adotamos, também, numa freqüência de, pelo menos, duas vezes ao dia a “hora do silêncio” na qual a luminosidade da UTI é diminuída e toda a equipe e familiares são convidados a fazer silêncio contemplando a redução da luz e dos sons ruidosos.

Controle de luminosidade

O brilho da luz pode causar lesão nos olhos e a luz constante pode perturbar os ritmos do corpo atrasando o desenvolvimento normal do ciclo sono-vigília.

Por este motivo, colocamos “cueiros” em cima das incubadoras para proteger da luz constante. Em caso de necessidade de fototerapia (banho de luz) utilizamos vendas nos olhos. Procuramos à noite diminuir as luzes utilizando luz submarina. A iluminação da UTI é individualizada, de modo que, cada leito pode ser iluminado, em caso de necessidade, sem perturbar os demais.

7. Equipe multiprofissional

Nosso trabalho é realizado através de equipe multidisciplinar com equipe médica, equipe de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, psicóloga e equipe de higiene exclusivas da unidade.

Obedecemos à relação de um profissional de enfermagem para cada dois leitos a fim de garantir segurança e qualidade no atendimento.

A importância deste grupo multidisciplinar é fundamental para a recuperação dos bebês. A equipe médica diagnostica e traça condutas e a equipe de enfermagem realiza o cuidado contínuo.

As fonoaudiólogas trabalham a alimentação precoce e tentam sempre incentivar a sucção e o aleitamento materno. Mesmo os muito prematuros são trabalhados a fim de que, quando estiverem em condições clínicas, possam amamentar.

As fisioterapeutas trabalham os segmentos respiratório e motor.

A psicóloga acolhe as famílias e a equipe e trabalha sempre o fortalecimento do binômio mãe -filho e a inserção do bebê na sua família.

Todo este trabalho realizado em conjunto acelera a recuperação clínica e a alta hospitalar mais precoce.