quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mau hálito não é normal!

Halitose ou Mau Hálito é o odor desagradável que pode ser causado por diversos fatores: bucais e não bucais, fisiológicos ou patológicos.
Dentre os fatores bucais, a causa mais comum é a formação da saburra lingual e placas dentárias decorrentes da higiene oral deficiente. Saburra é um material viscoso, esbranquiçado ou amarelado que fica aderida ao dorso da língua principalmente na região posterior e é constituída por microorganismos que produzem componentes de cheiro desagradável. A causa primária da formação da saburra é a redução do fluxo salivar, com a presença de uma saliva muito mais rica em mucina e que facilita a aderência de microorganismos e de restos alimentares sobre o dorso da língua. A redução do fluxo salivar ocorre durante o sono (daí a halitose quando acordamos), stress, por medicamentos, infecções da vias aéreas superiores (amigdalite, faringite, sinusite, adenóides) etc.
Próteses mal adaptadas, infecções dentárias e periodontais são outras causas importantes.
As causas extra bucais incluem o diabetes (odor de acetona ou fruta), nefrite (odor amoniacal), fumo, doenças febris, bronco-pulmonares e doenças hepáticas. Alguns alimentos após metabolizados também podem provocar odores desagradáveis como alho, cebola, couve-flor, repolho, etc. Muitas pessoas acreditam que a halitose seja de origem estomacal porque têm gastrite. Hoje sabemos que o estômago tem pouca participação na origem do odor desagradável, sendo comum apenas durante rápidos momentos de regurgitações e arrotos.
O jejum prolongado leva a hipoglicemia e queima de gordura, que produz gazes de odores fortes. Por isso é importante evitar períodos prolongados sem se alimentar.
A presença do mau hálito pode provocar sérios prejuízos psicossociais, como insegurança ao se aproximar das pessoas, para estabelecer relações amorosas, resistência para falar ou sorrir, baixo desempenho profissional, etc. O diagnóstico é realizado através da história clínica, exame detalhado da cavidade oral, investigando-se a saburra lingual, higienização oral precária, gengivites, próteses mal adaptadas, etc.

E como prevenir?


Para a prevenção é necessário a higiene bucal e lingual adequada. Os dentes devem ser escovados com técnica adequada, após refeições e principalmente antes de dormir. A língua deve ser limpa através de raspadores específicos, a cada escovação. O uso de enxaguante bucal pode ser prescrito para combater os compostos sulforados voláteis.
Consultas periódicas ao dentista são fundamentais para higienização profissional e eliminação de possíveis causas dentárias da halitose.
Deve-se evitar alimentos gordurosos, couve-flor, brócolis, alho, cebola e dar preferência para alimentos fibrosos como maçã, cenoura, etc. Ingerir água com freqüência e evitar longos períodos sem comer.
Para pessoas que possuem baixo fluxo salivar é importante a estimulação da saliva através de goma de mascar, saliva artificial, gotas de limão, etc.


* Dra. Cláudia Cristina Ruela é Periodontista e Odontopediatra

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