terça-feira, 30 de novembro de 2010

Tempo de catapora, proteja-se!!

A varicela é uma infecção causada pelo vírus varicela-zoster, também conhecida como catapora. É uma doença não letal em crianças saudáveis, apesar de ser muito desagradável, com necessidade de afastamento das atividades normais por até 10 dias, devido a alta contagiosidade.
Esta doença é mais severa em adolescentes e adultos e pode causar complexidade em pessoas com sistema imunológico baixo. É importante mencionar, que a infecção durante a gravidez pode resultar má formação congênita, e até mesmo morte do bebê.
Ela é transmitida através da inalação de gotículas que contêm o vírus varicela zoster presentes no ar. Antes de surgirem as lesões de pele a pessoa já está transmitindo o vírus, principalmente em ambientes como creches escolas. O isolamento de uma pessoa infectada ajuda a evitar a transmissão da infecção para aquelas que ainda não tiveram a varicela.
Os sintomas começam 10 a 21 dias após a infecção, sendo inespecíficos e leves nos primeiros 2 a 3 dias, com febre moderada e uma sensação de mal estar. Aproximadamente 24 a 36 após o início dos primeiros sintomas, surge uma erupção cutânea caracterizada por pequenas manchas avermelhadas e planas. Cada mancha torna-se elevada e se forma uma bolha cheia de líquido, pruriginosa e além de toda a pele ficar avermelhada, após a formação da crosta. Por volta do quinto dia param de surgir “manchas” novas. Logo no sexto dia, a maioria delas já formou crostas e quase todas desaparecem em menos de 20 dias.
Essas lesões podem aparecer no couro cabeludo, no interior da boca, no ânus, na vagina (nas mucosas, rompem rapidamente e formam úlceras que podem ser dolorosas). As úlceras também podem se formar nas pálpebras e nas vias aéreas superiores. A pior fase da doença geralmente dura 4 a 7 dias. Quando só existirem crostas, não há mais risco de transmissão.
Neste período as complicações que podem aparecer, são as infecções de pele de leve a graves. As lesões cutâneas causadas pela varicela podem ser infectadas por bactérias, causando erisipela, impetigo, entre outras, o que leva a necessidade de tratamento com antibióticos e dependendo do caso até internação.
Os casos leves da varicela exigem apenas um tratamento sintomático, como compressas molhadas com permaganato de potássio sobre a pele, que ajudam a aliviar o prurido (coceira) e previnem escoriações que podem disseminar a infecção e formar cicatrizes. Por conta do risco de infecção bacteriana, a pele deve ser lavada freqüentemente com água e sabão, as mãos sempre mantidas limpas. Quando ocorre uma infecção, existe a necessidade de administração de antibióticos.
Para se prevenir, As Sociedades Brasileiras de Imunização e de Pediatria recomendam a vacinação de todas as crianças, a partir de 12 meses de idade. Os adultos que não tiverem a doença, também devem ser vacinados. Crianças e adultos que já tiveram a varicela, não necessitam ser vacinados. O tratamento é realizado em duas doses, a primeira aos 12 meses de idade e a segunda entre 4 e 6 anos de idade. Na verdade, pessoas de qualquer idade podem ser vacinadas, com duas doses e intervalo mínimo de três a quatro meses entre elas.
Atualmente é indicado duas doses da vacina, sendo que uma dose é 95 a 98% eficaz na prevenção das formas graves de varicela. Observamos as crianças que são vacinadas no decorrer do tempo, e desde que a vacina tornou-se disponível, verificamos que um número considerável de crianças contraia a doença, mesmo que de forma branda. A partir daí passou a ser indicada a segunda dose para cobrir as eventuais falhas na resposta imunológica, diante da primeira dose.
É importante ressaltar, que existe um trabalho da Sociedade Brasileira de Pediatria junto com o Ministério da Saúde, para inclusão desta vacina no calendário básico vacinal a partir do próximo ano. Vamos torcer!!


* Dr. Abel Duarte Mello Júnior é Pediatra

Problemas gástricos - Dispepsia

A palavra dispepsia ( Dys = má; Pepsien = digestão ) deve ser utilizada para designar sintomas que parecem ter origem no estômago e duodeno, caracterizados por dor ou desconforto no epigástrio ( região correspondente à parte superior do abdome ). O termo desconforto significa uma sensação não dolorosa referida como peso, plenitude ( empachamento ), saciedade precoce, eructações ( eliminação de ar pela boca ), náuseas e vômitos. Esses sintomas podem ser ocasionados por doenças orgânicas como úlcera péptica, câncer do estômago, parasitoses intestinais, medicamentos, etc.
Em mais de 50% dos casos esses sintomas não podem ser atribuídos a alterações físicas estruturais ou de exames laboratoriais, caracterizando uma dispepsia não orgânica ou funcional. É mais freqüente em adultos jovens e nas mulheres. Os pacientes com dispepsia funcional podem apresentar episódios de pirose ( queimação retroesternal ). Quando este sintoma é freqüente é possível fazer 2 diagnósticos: dispepsia funcional e doença do refluxo gastro esofágico. Muitos apresentam ainda distúrbios psicológicos associados, desde depressão e ansiedade até quadros psiquiátricos mais graves.
É importante dizer que o diagnóstico de dispepsia funcional só pode ser firmado se os sintomas persistirem durante 3 ou mais meses. Aqueles que apresentam sintomas após alimentação de digestão difícil como feijoada, churrasco, rabada etc, não podem ser considerados portadores deste mal. A dispepsia funcional não ocasiona risco para a vida do paciente, nem evolui para doença grave, mas é um importante problema médico social, com conseqüências econômicas desastrosas relacionadas ao número de consultas médicas, do custo da medicação, ao absenteísmo no trabalho e às repercussões na vida social e familiar.
Muitos estudos demonstram um número maior de diagnósticos de gastrite por H pylori ( inflamação causada por esta bactéria ) nos pacientes com dispepsia funcional do que na população assintomática. A inflamação crônica do estômago seria uma causa capaz de provocar aumento de sensibilidade nos órgãos do aparelho digestivo facilitando o aparecimento de sintomas dispépticos. Se um paciente com gastrite por H pylori apresentar sintomas de dispepsia que desaparecem após o tratamento de erradicação dessa bactéria a dispepsia é do tipo orgânica e não funcional. Como a gastrite por H pylori e a dispepsia funcional são doenças muito freqüentes elas podem coexistir em um mesmo paciente.
O tratamento deste distúrbio deverá ser feito de acordo com os sintomas apresentados, podendo os medicamentos serem associados com a psicoterapia ou com a erradicação do H pylori, porém, o mais importante para a melhora definitiva dos sintomas está no uso de alimentos saudáveis, sem corantes ou conservantes, em uma alimentação com regularidade ( pelo menos de 4 em 4 horas ) e com maior cuidado na mastigação, evitar bebidas gasosas e/ou artificiais, utilizar as bebidas alcoólicas e alimentos condimentados com bastante critério, não fumar e, finalmente, organizar seus horários para que se possa ter tempo reservado para a alimentação e para a evacuação. Não existem fórmulas mágicas e nem medicamentos miraculosos. O bem estar digestivo como também na maioria das doenças depende do compromisso do paciente de adotar hábitos saudáveis e não se automedicar.

* Dra. Anelise Luderer - Gastroenterologista

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tire suas dúvidas sobre a temida "Enxaqueca"

É de senso comum atribuir o nome enxaqueca a qualquer dor de cabeça de forte intensidade; porém, do ponto de vista médico o termo enxaqueca refere-se a uma forma específica de dor de cabeça (cefaléia), usualmente de forte intensidade e acompanhada de outros sinais e sintomas, menos valorizados pelos pacientes frente ao caráter dramático da dor de cabeça.
A enxaqueca é uma doença bastante freqüente na população adulta, acometendo entre 5 a 10% da população, com franco predomínio em mulheres 3 a 4:1, onde chega a afetar cerca de 20% desta população em idade acima da 2ª década de vida.
A enxaqueca é uma forma de doença que se caracteriza por crises repetidas de dor de cabeça, habitualmente, de forte intensidade, acometendo um lado da cabeça, agravada pela atividade física, associada a intolerância a luz ou som podendo ser acompanhada de náusea ou vômitos. As crises podem durar de 4 até 72 horas se não tratadas adequadamente. Sintomas conhecidos pelo nome de aura podem acompanhar o quadro de dor. Estes sintomas costumam se apresentar como flashes de luz (escotomas cintilantes), como falhas no campo visual ou imagens brilhantes em ziguezague.
O diagnóstico é fundamentalmente clínico, baseado nas características da dor, não requerendo qualquer exame complementar, salvo em situações especiais. Neste caso a atenção do especialista neurologista faz-se necessária.
Existe muita mística a respeito de fatores que possam desencadear crises. Entretanto o surgimento de crises pode ser desencadeado de diferentes formas em cada indivíduo. O importante para o paciente é descobrir se existem fatores desencadeantes de suas crises, de forma a evitá-los. Existem fatores mais comuns e que devem ser observados individualmente, como: estresse físico ou emocional, privação de sono ou dormir em excesso, certos alimentos ou bebidas como chocolate, vinho tinto, laranja, embutidos e enlatados, entre outros; período menstrual e mais.
O tratamento da enxaqueca deve ser baseado no grau de intensidade e freqüência das crises; tendo duas abordagens que são paralelas e coadjuvantes. Em primeiro lugar deve-se abortar a crise e em segundo prevenir nova. O tratamento abortivo da crise visa interromper, em poucos minutos, uma crise já iniciada; já o tratamento preventivo tem por objetivo reduzir a freqüência e intensidade das crises. As crises leves, que não interferem com as atividades da vida diária, podem ser abordadas com manobras não medicamentosas como repouso. Já as crises moderadas a graves, aquelas que interferem com a capacidade produtiva ou definitivamente incapacitam o paciente, de vem ter abordagem medicamentosa, orientada por médico. A escolha da melhor terapia é absolutamente individual e deve ser personalizada a partir de regras conhecidas pelos especialistas.

* Dr. Luiz Alexandre Cabral Pinto é Neurologista

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A relação do colesterol na boa alimentação

Nos últimos anos temos tido um maior cuidado com o que comemos, como vivemos e o que precisamos fazer para termos uma qualidade de fica melhor para garantir a saúde perfeita. Alguns hábitos alimentares herdados de nossos antepassados foram abolidos e ganhando espaço as alimentações mais naturaism, menos gordurosas porém com um sabor ainda especial – o sabor da saúde!
Tido por muitos como o inimigo múmero 1 do coração, o colesterol é encontrado em todas as células do corpo, nas membradas das células do organismo e também na composição de alguns hormônios, sendo assim fundamental no organismo do ser humano. Existem dois tipos de colesterol: o bom e o ruim. O LDL, chamado mau colesterol, quando em excesso no ser humano, pode bloquear as artérias. Já o HDL, bom colesterol, além de auxiliar na produção de células e hormônios, não se acumula nas artérias.
O problema é o excesso. Quando seu nível fica acima do normal, aumenta o risco de um ataque cardíaco ou de um derrame. Quando em excesso o colesterol se deposita na forma de placas nas paredes interiores das artérias, processo este chamado aterosclerose. Com o tempo estes depósitos atraem compostos de cálcio, que engrossam e enrijecem ainda mais as artérias, causando a arteriosclerose, que impede a passagem do sangue, prejudicando o funcionamento do coração. No caso de uma artéria, que supre sangue para o cérebro, ficar congestionada, a pessoa pode ter um derrame. Os níveis de colesterol no sangue são determinados em parte pela predisposição genética (hereditariedade) e em parte pelo regime alimentar.
Dessa forma, é imprescindível atentar para os exageros no que diz respeito à alimentação. Carnes gordas, feijoada com torresmo, bacon, chocolate, salame, presunto, ovos, queijos amarelos, pipoca e outras gorduras saturadas de origem animal devem ser evitados. Este representa o primeiro passo para o tratamento do mau colesterol. Deve-se, então, aumentar o consumo de vegetais, frutas e legumes. A maçã, por exemplo, é bem recomendável, pois além de diminuir o colesterol-LDL, baixa a pressão, não engorda e diminui o apetite. Faz-se necessário, além de tudo, aumentar a atividade física diária, praticando, no mínimo, exercícios três vezes por semana: andar uma hora a pé e meia hora de bicicleta por exemplo.
Assim, associando uma alimentação saudável e balanceada com exercícios corretamente recomendável para cada pessoa, pode ter uma relação de colesterol ideal com uma saúdae perfeita!

* Renata Braga é Nutricionista

Adeus às rugas e manchas de pele

A boa aparência tem sido foco de interesse cada vez maior para homens e mulheres. O sol é o grande inimigo de uma pele saudável sem rugas ou mancha, sendo também causadas por alterações hormonais como manchas de gravidez, uso de anticoncepcionais, tabagismo, fatores emocionais, doenças do fígado ou hereditariedade.
Hoje em dia temos vários tratamentos para manchas e para rugas, e como todo tratamento, se iniciado nos primeiros sintomas as chances de sucesso são imensas. Se forem prevenidos com protetor solar diário então, uma pele lisa e aveludada é garantida.
Dentre os tratamentos para manchas e rugas existem os peelings químicos e físicos.
O peeling químico é uma técnica feita com aplicação de uma solução química, mas conhecida como ácidos que quando aplicados na pele provocam sua descamação surgindo uma pele mais lisa, sem manchas e menos enrugada que a pele antiga.
O resultado do peeling químico pode ser ainda mais otimizado com o uso de novas técnicas de rejuvenescimento, e clareamento da pele, quando associado ao laser. Outro peeling amplamente usado e citado anteriormente é o peeling físico, representado pelo peeling de cristal ou diamante, que promove uma descamação da pele através de um ato físico, uma raspagem mecânica propriamente dita.
E não se esqueça de que todo tratamento com peeling deve vir acompanhado do uso de filtro solar durante o dia para evitar o reaparecimento das manchas e hidratantes para aliviar o desconforto da descamação e a sensação de repuxamento da pele. Além dos peeling e do laser para tratarmos as rugas, existem tratamentos estéticos como produtos que relaxam os músculos faciais, como a toxina botulínica, que causa efeito temporário por mais ou menos seis meses. Seu uso mais comum é para amenizar e prevenir as rugas de expressão do rosto, aquelas que se formam quando rimos, choramos ou ficamos bravos, por exemplo.
Outros tratamentos conhecidos são os implantes faciais, feito com substâncias de preenchimento que corrigem rugas e sulcos, o famoso bigode chinês e os códigos de barra nos lábios, feitos a base de colágeno de ácido hialurânico, por exemplo.
Existem também os procedimentos cirúrgicos que podem ser indicados de acordo com o tipo de ruga e da idade do paciente, feito por meio de lifting facial, que é um levantamento cirúrgico da face provocando uma boa melhora na consistência facial, atenuando as rugas e a blefaroplastia que é uma plástica das pálpebras.
Para saber o tipo de tratamento ideal, consulte um dermatologista ou cirurgião plástico, e faça sua avaliação.
Mas lembre-se sempre, o mais importante nos dias de hoje é a PREVENÇÃO.
Proteger-se não apenas durante o verão ou na praia, mas em qualquer estação do ano ou temperatura.
Proteger-se também é importante não só para prevenção de rugas ou manchas, mas principalmente para evitar o surgimento do câncer de pele, que nos últimos anos tem crescido muito no Brasil, sem escolher sexo ou idade. Sua incidência é mais alta que o câncer de mama ou próstata, e no ano passado 55 mil brasileiros foram acometidos pela doença.

* Dra. Mariana Nader é Dermatologista

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mãe, estou namorando!

Hoje em dia, o “ficar” e o namorar está concedendo cada vez mais precocemente entre os adolescentes. E, ao tomarem ciência, surgem nos pais uma série de sentimentos, ás vezes até bivalentes.
Quando os filhos entram na adolescência, seus pais começam a vivenciar o “luto do filho infantil”, ou seja, a busca da identidade faz com que o adolescente corra atrás de sua independência, e, e consequentemente, não necessite mais dos pais para determinadas situações, como por exemplo: escolha de roupas, do corte de cabelo, da religião, do acompanhar os pais para visitar os avós no final de semana, ou mesmo numa viagem. Isto causa nos pais uma forte sensação da falta de controle sobre os filhos, gerando conflitos e discussões. Vale lembrar que o celular provê uma falsa impressão de controle. E a situação piora quando eles não atendem a ligação ou deixam o celular desligado.
Os pais precisam reconhecer e aceitar que o sentimento de ciúmes dos amigos e do namorado (a) é inevitável. “Enquanto criança, ele acompanhava a gente nos nossos passeios, e agora só quer sair com os amigos ou com a namorada”: - queixam-se os pais.
Outro fator que traz muita preocupação aos pais, é o exercício da sexualidade. Os adolescentes recebem muita informação através da mídia, mas tem dificuldades de adaptá-las á sua própria vida devido à imaturidade característica da idade. As conseqüências disso pode ser uma doença sexualmente transmissível ou uma gravidez indesejada, sem contar com as desilusões e problemas psicológicos.
Cabe aos pais a principal orientação, porém muitos não sabem como abordar o assunto. Alguns até acham que se falar sobre sexo estarão despertando de forma precoce o adolescente, de modo a levá-lo a iniciar sua vida sexual mais cedo.
Entretanto, estudos recentes nos mostram que o saber não leva as decisões impensadas, muito pelo contrário. Esse medo, geralmente, existe também em relação ás drogas.
Quando os pais não conseguem transmitir essas informações fundamentais aos filhos, melhor é reconhecer isso e buscar outras soluções. Nada pior do que falar sobre algo que não se sabe ou que se aborda timidamente ou de forma exagerada, passando ao outro seus próprios temores. É importante oferecer recursos tais como bons livros ou artigos sobre o tema, a partir do momento que a criança ou o jovem demonstre o interesse.
Outra atitude recomendável é procurar acolher o (a) namorado (a) do filho (a) para conhecê-lo melhor. Proibir o namoro dificilmente é a solução. Precisamos pensar que já fomos jovens e também mentíamos para os nossos pais.
O diálogo é fundamental. Aproveite situações que aparecem em filmes, novelas, ou mesmo na vida real, para falarem sobre o assunto e, a partir daí, uma maneira informal, conhecer a opinião do filho a respeito.
Finalmente, a influência de uma relação familiar sadia e equilibrada, é essencial para a identificação do papel sexual de cada filho. Na adolescência, o indivíduo vive muitas transformações físicas e psicológicas, por isso devemos oferecer aos filhos um lar equilibrado, harmônico e democrático, onde os papéis estejam definidos e bem divididos, e no qual as pessoas se amem ou, pelo menos, se respeitem.

* Edith Neves Bittencourt França é Psicóloga

Endometriose

Doença que causa dor e infertilidade

A endometriose é uma doença caracterizada pelo crescimento do endométrio fora do útero. O endométrio é um tecido normalmente encontrado apenas no revestimento uterino interno. Na endometriose, pequenos fragmentos de tecido endometrial podem refluir para o interior do corpo a partir do útero atingindo o interior da cavidade abdominal, aderindo aos ovários, aos ligamentos que sustentam o útero, ao intestino, aos ureteres, à bexiga, à vagina, fora do útero e raramente é encontrado nos pulmões. Este tecido responde aos mesmos hormônios que mensalmente estimulam o útero, mesmo fora de sua localização normal, podendo sangrar durante a menstruação, causando freqüentemente cólicas, dor, irritação e a formação de tecido cicatricial.
Esta doença pode ocorrer em famílias e é mais comum em parentes de primeiro grau (mãe, irmã, filha). O primeiro parto após os 30 anos de idade, a ascendência caucasiana e possuir um útero anormal, podem aumentar o risco do desenvolvimento da endometriose.
A endometriose afete uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva. Para cada cinco mulheres com dificuldade para engravidar, duas têm endometriose. Caso a mãe ou irmãs sofram de endometriose, é sete vezes maior a chance de aparecimento deste problema. Infelizmente, muitas mulheres não procuram ajuda, acreditando que seus sintomas sejam normais. Outras têm a doença mais não apresentam sintomas.
Os principais sintomas da endometriose estão relacionados com a dor. Menstruações com cólicas cada vez mais intensas, muitas vezes fazendo com que a mulher seja obrigada a procurar um pronto atendimento para receber medicações na veia, é quadro comum da doença. Dor durante as relações sexuais aparece também como uma das principais queixas, se transformando em um grave problema na vida dos casais. Em casos mais adiantados a dor pode ter um caráter constante, não estando relacionada com o ciclo menstrual. Nesta faze as medicações usuais não mais fazem efeito e um quadro de depressão poder surgir como consequência da piora significativa da qualidade de vida.
A endometriose é frequentemente encontrada em mulheres com dificuldade de engravidar. A presença da endometriose não significa que a mulher seja infértil. Mesmo na presença de pequena quantidade de endometriose, e quando aparentemente os outros órgãos estão normais, parece haver problemas no processo de gravidez. Nos casos mais graves, a liberação dos ovários pode ser comprometida ou as trompas podem ficar bloqueadas. Ter endometriose não significa que não pode haver gravidez. Na realidade, em alguns casos, a gravidez pode aliviar os sintomas da doença.
Existem duas maneiras de tratar a endometriose, através de medicamentos e por meio de cirurgia, usadas em conjunto em determinados casos. Na escolha do tratamento deve-se levar em consideração seus problemas e o que se espera obter com o tratamento. Os objetivos do tratamento da endometriose são melhorar a qualidade de vida por meio do alívio dos sintomas e melhorar sua fertilidade, caso deseje ter um filho. Os medicamentos usados no tratamento da endometriose visam, em geral, bloquear os hormônios que coordenam o ciclo menstrual, interrompendo o estímulo que faz com que a endometriose cresça a cada mês. Isso pode proporcionar alívio duradouro dos sintomas. Esses medicamentos atuam por várias vias e embora tragam, em geral, bons resultados e sejam bem tolerados, podem causar efeitos colaterais em algumas mulheres.
Outra opção de tratamento da endometriose consiste na sua remoção cirúrgica. Esse procedimento pode envolver somente a remoção dos focos de endometriose ou a remoção de algum dos órgãos pélvicos, dependendo da gravidade da doença. Algumas vezes, a cirurgia pode ser empregada na solução de complicações ocasionadas pela endometriose, como aderências ou cistos ovarianos. Existem, atualmente, algumas novas opções de tratamento para endometriose, como, por exemplo, o tratamento com laser.
O tratamento da endometriose dependerá de vários fatores, podendo envolver remédios e/ou procedimentos cirúrgicos. Os casos devem ser individualizados, levando em consideração o desejo de engravidar e as limitações do tratamento. O importante é fazer o diagnóstico o mais precoce possível para que os transtornos da doença sejam minimizados e o tratamento mais rápido e efetivo.

* Dr. Felipe Canavez é Ginecologista/Obstetra

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os sabonetes ideais para cada tipo de pele

Por se tratar de uma estação mais fria, o inverno e até mesmo a primavera nos impulsiona a obter alguns hábitos contrários ao que chamaríamos de ideais em relação aos cuidados com a pele. O principal mau hábito e que a grande maioria adota nesta época é em relação aos banhos. Devido ao frio, tendemos a tomar banhos quentes, de longa duração, com uso excessivo de sabonetes e também de buchas vegetais ou sintéticas. Porém, esta atitude nos faz diminuir o que chamamos de manto lipídico da pele, a qual se trata de uma hidratação natural que possuímos, além de o desperdício de água num banho demorado nos impulsionar a uma postura ecologicamente incorreta numa era em que buscamos um consumo mais consciente. Em decorrência desta atitude, apresentamos um ressecamento muito maior da pele do corpo, principalmente braços e pernas, com aparecimento inclusive de alergias e outras doenças afins. Em pessoas com tendência a oleosidade em rosto e tronco, os banhos quentes, também tendem a aumentar a produção de sebo nestas áreas o que podem ocasionar aparecimento ou piora de acne ou dermatites seborréicas, as chamadas “caspas” na pele e/ou couro cabeludo.
Portanto, além de se pensar num sabonete ideal para o rosto e corpo durante os banhos, também temos que entender que um banho ideal é aquele banho rápido, morno ou quase frio, evitando o uso de buchas, a não ser se realmente for necessário e o uso de sabonetes devem ser direcionados nas regiões de maior sudorese, odor ou pêlos. Evitando- se ensaboar áreas previamente ressecadas. Quanto ao rosto, orienta- se lavá- lo sempre em água fria, se possível. Pois esta temperatura além de evitar a produção excessiva de oleosidade, também diminui as chances de ressecamento.
As funções básicas de um sabonete são: limpar, proteger contra bactérias, hidratar e perfumar. Mas para se encontrar um sabonete ideal, temos que entender que ele também tem que possuir um ph próximo ao da pele. A maioria das pessoas tem ph cutâneo de 5,5. Para ser considerado neutro, o sabonete deve ter um ph menor ou igual a 7. Os sabonetes que mais nos beneficiam neste quesito são as versões líquidas ou cremosas.
Para peles secas, optamos por sabonetes com bases oleosas ou hidratantes como lanolina, manteiga de carité, óleo de amêndoas, macadâmia ou semente de uva, laurilsulfato entre outros.
Para peles sensíveis, optamos por substâncias calmantes e não irritantes. Procure os que contenham aloe vera, erva doce, camomila por terem bases calmantes. Os produtos infantis também são uma boa opção por possuírem este perfil.
Em peles normais, o sabonete pode ser mais perfumado, porém é necessário também que hidrate.
Nas peles oleosas, os sabonetes adstringentes são ideais por promoverem um controle da oleosidade maior, como produtos á base de hamamelis, própolis, ácido salicílico, enxofre, entre outros. Os sabonetes líquidos e as espumas são bem indicadas.
Lembrando que após os banhos ou as lavagens do rosto na pia, é recomendável o uso de hidratantes para se evitar o ressecamento provocado no inverno. Em peles oleosas, optem sempre por produtos oil free( livres de óleo) e não comedogênico(que não provocam cravos). Em peles sensíveis optem por hidratantes com produtos calmantes e hipoalergênicos. Em peles ressecadas optem por uma hidratação mais intensa com base cremosa. E, para os preguiçosos, existem os hidratantes durante os banhos, que facilitam sua passada e minimizam o baque de temperatura do hidratante frio contra o corpo quente.
Para uma busca mais específica de um sabonete ideal ou algum outro produto, procure um dermatologista, ele te dará as dicas certas para o seu tipo de pele. E lembre- se de também beber água para melhorar a hidratação da sua pele.

Dra. Simone de Carvalho Reis Barreiros é Dermatologista

II Curso Teórico Prático em Ventilação Mecânica

Micose, evite este mal!

Causas, sintomas e prevenção

A “micose de praia”, “pano branco” ou “impingem”, são nomes populares de uma doença de pele chamada PITIRIASE VERSICOLOR.
O fungo causador da doença habita a pele de todas as pessoas e é capaz de se desenvolver provocando as manchas. Pessoas com baixa resistência imunológica tem mais facilidade de apresentar o quadro, mas pessoas saudáveis podem também ter a doença.
Muitas pessoas percebem que têm a dermatose após exposição da pele ao sol, porque nas áreas afetadas pela micose a pele não se bronzeia. A pele ao redor se bronzeia normalmente, deixando perceptíveis áreas claras onde está a doença, por isso o paciente pensa que pegou a micose na praia ou piscina. Na verdade o sol apenas mostrou onde estava a micose, vem daí o nome MICOSE DE PRAIA.
As áreas com a pele mais oleosa, como rosto, parte superior do tronco e dos membros superiores, são as mais atingidas.
Geralmente a Pitiriase Versicolor não da sintomas, mas algumas pessoas podem apresentar coceira, ou dependendo do local acometido os sintomas variam, como por exemplo: micose de couro cabeludo, descamação com coceira que se assemelham a caspa e áreas de perda de cabelo; na barba mancha grosseira com pele inflamada que pode até drenar pus; corpo manchas vermelhas, brancas ou acastanhadas, daí o nome de PITIRISE VERSICOLOR, que coçam ou descamam, arredondadas ou com bordas elevadas; virilha manchas vermelhas com coceira, descamam e podem até queimar; o pé de atleta ou frieira com áreas de vermelhidão que descamam ou racham a pele dos pés, especialmente entre os dedos; e a micose de unha com manchas brancas que as tornam ocas e esfarinhadas.
Como em qualquer doença é sempre melhor prevenir, pois já que depois de instalada é necessário o uso de medicamentos orais (comprimido) e tópicos (sabonetes, xampus ou cremes), sendo sempre também a longo prazo.

Dicas para prevenção

- Evite compartilhar qualquer roupa, sapato, toalha ou artigo de cuidado pessoal (escova de cabelo, maquiagem) de outra pessoa.
- Tome banho regularmente e depois seque bem sua pele, especialmente tenha maior atenção ao secar a área entre os dedos dos pés, virilha e debaixo dos seios.
- Use meias limpas, de preferência de algodão.
- Usar chinelos para se proteger quando caminha por vestiários, banheiros ou bordas de piscinas.

Se a prevenção não foi suficiente e você pegou micose, não tarde a realizar um bom tratamento, procure seu dermatologista, pois a micose pode piorar com o tempo, abrir caminho para outras doenças, já que a pele fica mais frágil e com baixa imunidade, e é necessária uma atenção ainda maior em pacientes diabéticos, especialmente nos pés.
Cabe ressaltar que os remédios caseiros não oferecem uma solução adequada, eles podem até fazer piorar a micose, por isso é necessário um rápido e correto diagnóstico.
Mesmo após o tratamento correto, a micose pode retornar, pois é causado por um fungo que já habita nossa pele, e o ser humano não cria imunidade á eles, e como é possível pegar o fungo novamente, segue as sugestões de prevenção atadas para evitar o seu retorno.

Dra. Mariana Nader é Dermatologista



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Descolamento de retina


Figura 1
  A retina é a camada mais interna do olho. Funciona como um filtro fotográfico, captando a imagem e passando-a para o nervo óptico que transmite ao cérebro. Intimamente aderida à retina existe o vítreo que é uma espécie de gelatina transparente que preenche o globo ocular ( fig. 1 ).
Com o envelhecimento, o vítreo pode soltar-se sem que isto, obrigatoriamente, cause danos a visão. Entretanto, ao solta-se, o vítreo às vezes rasga a retina em um ou mais pontos de aderência. Se isto ocorrer, o vítreo pode passar pelo(s) rasgo(s), e provocar o descolamento de retina ( Fig 2).
A doença ocorre geralmente após os 40 anos. Apresentam possibilidade de desenvolvê-la, as pessoas que possuem história de descolamento de retina na família, as que tem miopia ou glaucoma, e as que se submeteram a cirurgia de catarata. Os socos ou acidentes que resultem em ferimentos, pancada ou batida forte no olho, na face ou na cabeça podem também provocar descolamento de retina. A doença pode ser ainda causada por tumores, inflamações graves ou complicações do diabetes.

Figura 2
 Os rasgos na retina podem ocorrer sem que a pessoa perceba inicialmente seus sintomas. Mas, se houver vazamento de sangue no vítreo pode ocorrer comprometimento da visão no olho atingido. Em outros casos, o paciente pode perceber clarões ( ”flashes” ) ou pontos negros conhecidos como moscas volantes. Esses sintomas não significam obrigatoriamente, a ocorrência de rasgos na retina, pois as moscas volantes podem decorrer da formação de pequenas partículas no vítreo.
Em casos de descolamento de retina, a pessoa poderá perceber uma imagem ondulada ou uma sombra que fecha o campo de visão. Algumas pessoas comparam esta sensação à de uma cortina se fechando, ou uma sombra se desenhando na frente do olho, ou como se estivesse sob a água. Se o descolamento atingir a região central da retina ocorrerá uma distorção ou redução da visão central e o olho não será capaz de ver detalhes finos. Em alguns casos, o descolamento pode ocorrer repentinamente provocando perda total da visão do olho atingido.

Figura 3
 O oftalmologista realizará um exame completo da retina e de outra partes do olho utilizando os instrumentos chamados oftalmoscópio indireto e lâmpada de fenda. Se a visibilidade no interior do olho estiver dificultada pela catarata, oftalmologista poderá realizar uma ultra sonografia.
Se a retina tem apenas buracos ou rasgos e não descolou, o tratamento é feito através de fotocogulação retiniana com laser. No entanto, quando há descolamento, o tratamento mais apropriado será determinado dependendo da gravidade do quadro e do julgamento do retinólogo. Nos casos mais complexos um procedimento cirúrgico chamado vitrectomia (fig. 3 ) é utlizado. Atualmente a grande maioria dos casos pode ser resolvido com cirurgia.

* Dr. Adriano Martins é Oftalmologista

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Intolerância à Lactose

A Intolerância à lactose é o termo utilizado para pessoas que não conseguem digerir produtos lácteos (leite e seus derivados). Esta impossibilidade de digestão geralmente ocorre em pessoas que não produzem a enzima lactase ou produzem-na em quantidade insuficiente para realizar a digestão da lactose.
A intolerância à lactose é um problema comum. Na Europa e nos Estados Unidos a prevalência é de 7-20 % em adultos brancos.
Os sintomas clínicos de intolerância à lactose incluem diarréia, dor abdominal e flatulência após a ingestão de leite e seus derivados.

A Lactose

A lactose é o açúcar do leite. Ela é digerida pela enzima lactase (que se encontra no intestino) se transformando em glucose e galactose. Estas então são absorvidas pelo corpo. Pacientes com deficiência da enzima lactase acabam não digerindo a lactose, que não consegue ser absorvida pelo intestino delgado, passando diretamente para o intestino grosso, causando diarréia e flatulência.
A ingestão de lactose varia com a idade. Entre as crianças, os carboidratos (principalmente a lactose) contribuem com 35-55 % das calorias diárias ingeridas. A ingestão de lactose diminui durante o desmame, quando outros alimentos são introduzidos. Em uma típica dieta ocidental, o adulto ingere cerca de 300 g de carboidratos por dia. Destes, 52% são de amido (principalmente cereais e batata), 37% de sacarose, 5% de lactose (principalmente o leite) e 3% de frutose (frutas e mel). Glicogênio, glicose, maltose e celulose são constituintes minoritários da dieta.

Causas

As causas de má absorção de lactose podem ser divididas em primárias (deficiência genética de lactase) e secundárias (doença subjacente intestinal).
Dentre as causas secundárias podemos incluir: síndromes de supercrescimento bacteriano, gastroenterites virais e bacterianas, doença inflamatória intestinal ou quaisquer outras doenças que causem danos ao epitélio intestinal.

Sintomas

O termo intolerância à lactose é aplicado para o desenvolvimento de sintomas característicos após a ingestão de lactose. Estes sintomas incluem dor e distensão abdominal, flatulência, diarréia e, normalmente nos adolescentes, vômitos. Geralmente a dor é em cólica e localizada na zona periumbilical ou no quadrante inferior. Borborismos (barulhos causados por gases) podem ser audíveis no exame físico. As fezes são volumosas e espumantes.
Os sintomas, porém, são variáveis entre os indivíduos, devendo sempre o médico ser consultado nestes casos.
Diagnóstico

O diagnóstico de intolerância a lactose é fechado quando o paciente possui sintomas típicos e exames laboratoriais alterados. Geralmente se utilizam testes de absorção (teste de tolerância a lactose) ou má absorção (teste do hidrogênio).
Teste de tolerância a lactose - Após a administração oral de uma dose teste de 50 g de lactose, os níveis de glicose no sangue são monitorados em 0, 60 e 120 minutos. O diagnóstico se faz se houver um aumento da glicose no sangue inferior a 20 mg / dL (1,1 mmol / L) e desenvolvimento dos sintomas. Este teste tem sido abandonado por provocar sintomas desagradáveis.
Teste expiratório do hidrogênio – Este teste é simples de executar, não invasivo e os resultados são superiores ao teste de absorção.

É medida a quantidade de hidrogênio expirado. Em indivíduos normais esse valor é baixo. Já nos pacientes com intolerância é alto, pois as bactérias do intestino grosso fermentam a lactose (que não foi digerida) produzindo vários gases, incluindo o hidrogênio, que por sua vez é absorvido e chega aos pulmões sendo então exalado. O teste é iniciado ingerindo-se lactose por via oral em jejum, na dose habitual de 2 g / kg (dose máxima de 25 g). O hidrogênio expirado é medido no início e em intervalos de 30 minutos, durante três horas. Quanto maior a fração de hidrogênio expirado, maior a chance de intolerância a lactose. Em geral, considera-se um valor hidrogênio no ar expirado de 10 ppm (partes por milhão) como normal. Valores entre 10 e 20 ppm pode ser indeterminado, salvo acompanhado de sintomas, enquanto que valores acima de 20 ppm são considerados diagnósticos de má absorção de lactose.
Exame Genético – Realizado através de testes moleculares. A amostra de sangue é colhida e se faz a pesquisa de mutações de genes no DNA que produzem a lactase.

Tratamento

Os casos de intolerância a lactose secundárias a doenças intestinais subjacentes devem receber tratamento para a doença de base.
O tratamento da má absorção de lactose primária, na ausência de uma doença subjacente corrigível, inclui quatro princípios gerais:

• Redução da ingestão de lactose na dieta.
• A substituição de fontes alternativas de nutrientes para manter o consumo de energia e proteína.
• A administração de suplemento de enzima disponível comercialmente.
• Manutenção da ingesta de cálcio e vitamina D.

Alimentos que contém Lactose: A maior concentração de lactose está presente no leite e sorvete. Queijos contêm quantidades inferiores.

Dieta: A restrição total de alimentos contendo lactose é necessária por um período limitado, para determinar o diagnóstico. Após essa fase deve-se introduzir pequenas quantidades de lactose. A maior parte das pessoas que sofrem desse mal toleram certa quantidade de lactose, devendo esta dose ser ajustada individualmente, através do desenvolvimento dos sintomas. A dieta deve ser orientada pelo nutricionista, para se ter certeza de que gordura, proteína e outros nutrientes são fornecidos em níveis adequados.

Cápsulas de Lactase – Existem suplementos comercialmente disponíveis contendo a "lactase". Estes são constituídos de bactérias ou leveduras beta-galactosidases. Tais preparados podem ser utilizados durante as refeições ou adicionados a alimentos que contenham lactose, reduzindo os sintomas. No entanto, estes produtos não são capazes de digerir completamente toda a lactose na dieta e os resultados obtidos em pacientes individuais são variáveis.
Ainda não existe cura para intolerância a lactose, porém seus sintomas podem ser atenuados com as medidas descritas acima. Durante a adaptação aos hábitos alimentares, cada indivíduo aprenderá sobre quais alimentos lácteos poderá ingerir sem sentir sintomas.

* Dra. Fernanda Marques é Gastroenterologista

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Como Lidar com as Mentiras das Crianças

Quem nunca passou pela situação de estar com uma criança que fala tudo o que vem à mente, nos fazendo passar pelo maior constrangimento?
Pois bem: por mais que “sinceridade” seja uma qualidade desejável nos seres humanos, sabemos que, em alguns momentos, precisamos controlar e/ou disfarçar nossa real opinião sobre o mundo à nossa volta para conseguirmos viver bem em sociedade.
Contudo, observa-se nas crianças momentos nos quais a mentira toma proporções que chega a preocupar os pais. Por isso, torna-se importante fazer uma reflexão sobre as mentiras nas diversas fases do desenvolvimento.
A criança de aproximadamente 3 a 7 anos de idade, manifesta uma confusão entre fantasia e realidade que é considerada normal, como parte de seu desenvolvimento saudável – ela, aos poucos, vai descobrindo a independência de seus pensamentos. Fantasiar é importante no estímulo à criatividade. Assim, é comum percebermos o exagero de informações “mirabolantes” quando a criança em idade pré-escolar nos conta algo que viu ou ouviu, anexando à realidade vários aspectos de seu universo simbólico.
Entretanto, quando essa mentira surge para encobrir um erro, cabe aos pais demonstrarem sua desaprovação, sempre possibilitando ao filho um espaço para se arrepender. Nos casos em que há uma história fantasiosa de perigo ou perseguição, que se repita com muita frequência, é importante ficar atento, pois pode indicar algo que realmente esteja preocupando ou ameaçando a criança – como quando ela relata de maneira muito angustiada fatos ocorridos na escola, por exemplo.
Na idade escolar, a partir de 6/7 anos, a criança já se utiliza de uma linguagem mais elaborada, menos simbólica, e as noções de certo e errado tornam-se mais nítidas. Neste caso, a presença da mentira já envolve alguma premeditação, e por meio dela, a criança alcança certa compensação que, por sua vez, pode servir de estímulo para uma próxima mentira – processo que vai retroalimentando-se.
Desta forma, deve-se explicar ao filho os prejuízos que a mentira pode acarretar, fazendo-o refletir sobre ela por meio de um diálogo claro e compreensível. Convém, também, fazê-lo reparar seu erro. Broncas e castigos excessivos não resolvem, pois isso pode incentivar a criança a mentir em uma situação semelhante para evitar a punição.
Vale ressaltar que os adultos, especialmente os pais, são espelhos de conduta para as crianças, e que muitas coisas elas aprendem por observação e imitação: inclusive a mentir. Quem nunca viu um adulto pedir ao filho para atender o telefone e dizer que ele não está em casa?

• Ressaltemos alguns pontos

Quando uma criança lhe colocar em situação constrangedora, por exemplo quando perguntar algo difícil de se responder, não invente histórias. Procure explicar de maneira correta e direta, fazendo uso de uma linguagem acessível àquela idade.
Os interrogatórios que obrigam a criança a dizer a verdade deixam-na ansiosa, o que pode fazer com que ela se confunda ainda mais. Espere um pouco, e peça para que conte novamente a história algum tempo depois. Assim, você poderá avaliar melhor a veracidade das informações.
E nunca torne uma criança cúmplice de sua mentira. O exemplo é a maior escola, tanto de boas ações quanto de atitudes indesejadas.

* Gláucia da Silva Veigas de Macedo é Psicóloga

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O check-up da próstata

Atualmente existem vários serviços de check-up no Estado do Rio de Janeiro, e o toque retal e a dosagem de PSA no sangue são os dois exames essenciais para o check-up de próstata. Devem ser feitos anualmente, a partir dos 50 anos, para diagnóstico precoce do câncer de próstata. Devem ser feitos anualmente a partir de 40 anos de idade se o homem for negro ou se existir história de câncer de próstata em algum membro da sua família, conforme recomendação da Sociedade Americana de Câncer e da Sociedade Americana de Urologia.
O toque retal é simples, breve e indolor. Ao fazê-lo, o urologista usará o dedo indicador enluvado para examinar a zona posterior da próstata e sentirá qualquer anormalidade que existir nessa área. Esse exame é importante porque a parte posterior da próstata é a zona mais freqüentemente acometida por câncer. É verdade que o toque retal não identifica todos os casos de câncer prostático, particularmente aqueles que são muito pequenos, os situados muito profundamente na próstata ou tumores tornados imperceptíveis por estarem junto a nódulos de hiperplasia benigna. Apesar disso, o toque retal permanece como a primeira linha de defesa contra o câncer prostático.
Durante o toque retal, o paciente pode ser convidado a ficar de pé e um pouco inclinado sobre a mesa de exame, ou a deitar de lado ou de costas e com as pernas flexionadas. Fazendo esforço da musculatura, como se fosse para evacuar, o paciente causará relaxamento dos músculos anais. Dessa forma evitará qualquer desconforto e facilitará o toque. Normalmente, a superfície da próstata é lisa e a consistência elástica. A lesão cancerosa freqüentemente se inicia como pequena saliência ou nódulo de consistência dura na zona posterior da próstata. Toda área que o urologista achar suspeita, com endurecimentos, nódulos e irregularidades na superfície, deve ser investigada.
O toque retal pode identificar casos de câncer prostáticos não revelados pelo PSA. Por isso, é importante que os homens façam sempre os dois exames, para uma correta avaliação da próstata. Esses exames, quando em combinação, identificam a maior parte dos casos de câncer clinicamente significativos.

* Dr. Carlos André Klojda - Urologista

Vídeo-Artroscopia do Ombro

As vantagens da técnica no tratamento dos problemas do ombro

A técnica de vídeo- artroscopia consiste em examinar o interior de uma articulação do corpo utilizando pequenos aparelhos de 4 mm de espessura que são introduzidos dentro da articulação doente por pequenos cortes menores de 1cm, com a finalidade de examinar e muitas vezes tratar algum problema que esteja acontecendo no interior da mesma.
O método começou a ser usado no Japão em 1950 com fins diagnósticos no joelho.
O cirurgião ortopédico introduzia o artroscópio através de um orifício feito no joelho e com isto localizava bem a lesão para depois operar com o menor corte possível.
Atualmente com a evolução da tecnologia , as micro-câmeras e a fibra ótica, se consegue operar sem grandes cortes e resolver grande parte das doenças que envolvem algumas articulações como OMBRO e Joelho.
Resumindo: Começou como um exame para se saber o que ocorria dentro da articulação e hoje se usa também para realizar a cirurgia.
O ombro é uma articulação protegida por músculos que na cirurgia convencional são cortados com objetivo de chegar á articulação. Estes cortes são cuidadosamente reparados após terminar o procedimento, mais sendo uma área do corpo muito sensível, a Dor pós-operatória é inevitável.
Na vídeo-artroscopia a situação é diferente porque nos temos:
• Cortes menores de 1 cm.
• Não há necessidade de cortar músculos na abordagem.
• Menor corte, menor chance de infecção.
• Menor corte, menor sangramento.
• Menor corte, dor menor no pós-operatório.!!!!!!!!!!
• Tempo de internação menor que 24 hs.
• Menos dor no pós-operatório facilita o trabalho do fisioterapeuta para recuperar a mobilidade e função do membro mais rápido.
• Maior aceitação dos idosos.
• Maior aceitação dos jovens por motivos estéticos .
Todo paciente que apresente um quadro crônico de dor no ombro e que tem indicação ao tratamento cirúrgico convencional poderá beneficiar-se se for utilizada a técnica de artroscopia do ombro. Para exemplificar: bursite e tendinite crônicas , calcificações grandes, lesões do tendões que são motivo de dor persistente onde os medicamentos e fisioterapias não deram resultado .
Ombro que sae do lugar( Nos jovens).


A cirurgia do ombro realizada por vídeo- artroscopia permite a resolução do problema com o mínimo de complicações e ótimos resultados.


*Dr. Sérgio Pistarino é Ortopedista

sábado, 13 de novembro de 2010

Qual a importância de fazer alongamentos?

É de extrema importância, fazer alongamentos antes e depois das atividades físicas. Os alongamentos aumentam ou mantêm a flexibilidade dos músculos, preparando-os e "aquecendo-os" antes da atividade física e eliminam a tensão, depois dos exercícios.
São especialmente importantes no caso de pessoas que correm, andam de bicicleta, nadam, jogam tênis ou fazem outros exercícios desgastantes, pois atividades como estas promovem tensões e inflexibilidade.
Além disso, os alongamentos evitam muitas lesões, como distensões, inflamações, etc.
No começo, principalmente se você é sedentário, alongar não é fácil, pois há uma grande dificuldade e dor durante os exercícios. Depois de um tempo, quando você estiver fazendo alongamentos de forma regular, os movimentos se tornarão mais fáceis e gostosos.

Efeitos do alongamento

• Redução de tensões musculares;
• Relaxamento;
• Benefícios para a coordenação, pois os movimentos se tornam mais soltos e fáceis;
• Aumento do arco de maleabilidade;
• Prevenção de lesões;
• Facilita atividades de desgaste como, por exemplo, corrida, tênis, natação, ciclismo etc;
• Desenvolve a consciência corporal, à medida que a pessoa focaliza a parte do corpo que esta sendo alongada;
• Ativa a circulação;
• Ajuda no aquecimento, à medida que eleva a temperatura do corpo;
• Ajuda a liberar os movimentos bloqueados por tensões emocionais.

Os alongamentos podem ser realizados toda vez que você sentir vontade. No trabalho, no carro, assistindo TV. Podemos e devemos nos alongar de manhã, antes de começar o dia, no final do dia para aliviar as tensões acumuladas, depois de ficar sentado ou em pé muito tempo e principalmente antes e depois de atividades físicas.
Todas as pessoas podem aprender a fazer alongamentos independentes da idade e do condicionamento físico. É gostoso fazer alongamentos quando se procede de forma correta, respeitando a sua estrutura muscular, sua flexibilidade e seus limites pessoais.
A regularidade e o relaxamento são os fatores mais importantes para o alongamento, que deve ser feito lentamente e sem tensionamento. Nada de balanceios, pois estes enrijecem o músculo que você esta tentando alongar. Assuma uma posição confortável e sustente-a, relaxando o músculo. Permaneça nesta posição de 10 a 30 segundos. Não segure a respiração, mantenha-se respirando de forma lenta e controlada.

Sugerimos algumas posturas básicas:

Em pé

Segure um dos pés de encontro ao bumbum, alongando o Quadríceps (parte anterior da coxa). Troque o lado.
Pernas estendidas, leve o tronco à frente, como se fosse encostar as mãos no chão, alongando a parte posterior das coxas, pernas e coluna.
Suba num degrau, apóie a metade dos pés e force os calcanhares para baixo, alongando a parte posterior das pernas.
Estenda os braços à frente entrelaçando os dedos e curvando as costas. Você irá alongar os braços e as costas.
Passe os braços para trás do corpo, cruzando os dedos e alongando o peito.
Puxe o pescoço para o lado, alongando o Trapézio (músculo do pescoço). Troque o lado.
Entrelace os dedos atrás da nuca e force a cabeça para baixo, encostando o queixo no peito. Você irá alongar a cervical.
Gire a cabeça para um lado e depois para o outro lado.
Eleve o braço para cima e para a lateral, alongando a lateral do corpo.
Estenda um braço à frente e com a outra mão puxe o braço estendido para dentro (em cima do peito), alongando o Deltóide (músculo do ombro).
Estenda um braço à frente com a palma da mão voltada para frente e os dedos voltados para baixo. Com a outra mão, puxe os dedos para trás alongando o antebraço e Bíceps (músculo do muque). Troque o lado.
Estenda um braço com o dorso da mão voltado para frente. Com a outra mão, puxe os dedos para você, alongando o antebraço. Troque o lado.

Sentada

Sente com as pernas afastadas. Leve o tronco à frente, coluna reta e braços estendidos, alongando a coluna e os músculos adutores (parte interna das coxas).

Deitada

Deite de barriga para cima. Flexione as pernas e cruze uma sobre a outra. Segure a perna de baixo, puxando as duas pernas de encontro ao peito, alongando o glúteo (músculo do bumbum). Troque o lado.
Descruze as pernas. Segure nos joelhos, trazendo-os de encontro ao peito, alongando a coluna.
Segure cada posição por 20 segundos.

Fonte : Vila Mulher - Terra

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Alcoolismo e danos à saúde

O abuso e a dependência de álcool são, de longe, os transtornos psiquiátricos mais comuns relacionados a drogas. São habitualmente chamados de alcoolismo, termo que por não possuir definição precisa, visto a variedade das doenças relacionadas ao álcool, não tem sido mais utilizado nos sistemas médicos oficialmente reconhecidos.
O alcoolismo é caracterizado pela dependência do etanol. Do ponto de vista médico, o alcoolismo refere-se a uma doença crônica na qual o alcoolista deseja e consome etanol sem saciedade, torna-se cada vez mais tolerante aos seus efeitos (embriaguez) e, quando a ingestão é interrompida, exibe sinais e sintomas de abstinência como evidência da dependência física do etanol.
O uso de bebidas alcoólicas no Brasil é realidade bastante difundida e fonte de preocupação entre as autoridades. Estima-se que o número de brasileiros, com idades entre 12 e 65 anos, dependentes de bebidas alcoólicas corresponda à população de mais de 5milhões de pessoas. O grupo etário que mais consome álcool situa-se na faixa entre 20 e 35 anos. Mulheres iniciam o uso mais tarde, e o uso é em maior quantidade entre os homens. A mulher, por sua vez, é mais suceptivel aos efeitos danosos do álcool.
Os diagnósticos psiquiátricos adicionais mais encontrados nestes indivíduos são abuso ou dependência de outras drogas, alterações de personalidade, transtornos de humor e transtornos de ansiedade. Neste caso, por ser eficaz no alívio da ansiedade, faz com que muitas pessoas usem-no por esta razão. Pessoas com problemas relacionados ao álcool têm uma taxa de suicídio acentuadamente superior a da população em geral.
O alcoolismo, como qualquer condição psiquiátrica, representa um grupo heterogêneo de processos patológicos, estando evolvidos fatores genéticos, psicossociais e comportamentais. Muitos estudos têm mostrado que as pessoas com parentes em primeiro grau com problemas com o álcool estão de 3 a 4 vezes mais propensas a terem transtornos com álcool do que as que não têm parentes de primeiro grau afetados.
O álcool etílico, também chamado de etanol, é a forma comum do álcool, a que se pode beber. Cerca de 10% do álcool ingerido é absorvido no estômago, sendo o restante no intestino delgado. Alimentos retardam sua absorção. Nosso organismo possui dispositivos contra a inundação pelo álcool. Se a concentração torna-se muito alta no estomago, ocorre secreção de muco e fechamento da válvula pilórica, que conecta o estômago ao duodeno, primeira porção do intestino. Estas ações lentificam a absorção e evitam que o álcool passe para o intestino delgado. Desta forma, frequentemente resultam em náusea e vômitos. O álcool absorvido dissolve-se rapidamente pelos tecidos do corpo, sendo 90% metabolizado pelo fígado e os restantes 10% eliminados de forma inalterada pelos rins e pulmões (daí o termo “bafo de cachaça”).
O álcool exerce uma serie de efeitos no organismo. Inicialmente, em baixas concentrações no sangue, exerce efeito tranqüilizante e relaxante. Com o aumento da dose, tem efeito desinibitório, com loquacidade, sensação de bem-estar e euforia. Porém, como o álcool é um depressor do sistema nervoso central, num nível mais aumentado no sangue, o julgamento, pensamento, auto-concentração ficam perturbados e a parte do cérebro que controla o comportamento emocional também é afetada. Em níveis ainda superiores, causa confusão mental, estupor, coma e morte, por depressão respiratória ou aspiração de vômito. Pessoas dependentes e com abuso de álcool de longa data são capazes de tolerar concentrações muito mais altas de álcool do que as pessoas que não costumam beber, podendo falsamente parecer menos intoxicadas o que realmente estão, em virtude de sua tolerância. 
Embora o consumo de álcool à noite, em geral, facilite a conciliação do sono, ele está associado à diminuição do sono profundo e maior fragmentação do sono.
Os principais efeitos adversos relacionam-se ao fígado. O uso de álcool mesmo em episodio curtos (de uma semana) pode acarretar em um fígado gorduroso. O uso em longo prazo, em doses elevadas, está associado ao desenvolvimento de hepatite alcoólica e cirrose hepática. No sistema grastintestinal, associa-se a esofagite, gastrite e úlceras gástricas, interferência na digestão e absorção de alimentos, que juntamente com os hábitos alimentares habitualmente ruins destes indivíduos, podem acarretar sérias deficiências vitamínicas, particularmente as vitaminas do complexo B, co-fatores de diversas reações químicas cerebrais, acarretando em quadros psicóticos e demenciais graves. A síndrome de abstinência, causada pela interrupção abrupta no consumo após longo prazo de uso pesado de álcool, necessita de hospitalização imediata e pode ser fatal.
Outros problemas relacionados ao consumo significativos de álcool são impotência, hipertensão arterial sistêmica, doenças cerebrovasculares, doenças cardíacas, desregulagem de lipoproteínas e triglicerídeos e aumento da incidência de câncer, principalmente esôfago, fígado, cólon e pulmão.
Além dos problemas relacionados à saúde, o alcoolismo gera sérios problemas de ordem social e familiar ao indivíduo, como deterioração no relacionamento familiar, conflitos conjugais, isolamento social, brigas e agressões, problemas com a lei, faltas ou atrasos no emprego, desemprego prolongado ou demissões repetidas e acidentes de trabalho.
Não existe um modo único ou infalível de reabilitar o alcoólatra, e as abordagens terapêuticas concentram-se sobre as medidas de suporte geral, que seguem, na verdade, as diretrizes de bom senso. Após vários dias de desintoxicação, sob supervisão médica, o paciente deve ser encaminhado a um programa de reabilitação multiprofissional, pois raramente o alcoolismo e o abuso de álcool conseguem ser tratados apenas pelo médico.
O paciente necessita de estímulos visando desenvolver um alto nível de motivação para deixar de beber e ajustar-se à sua vida sem álcool. A seguir, devem se desenvolver manobras que ajudem o paciente a reajustar-se à vida sem álcool e a restabelecer um estilo de vida funcional, mediante aconselhamento, orientação vocacional e suporte familiar. O tratamento mais bem sucedido geralmente exige a participação ativa de membros da família, amigos e colegas, e o prognóstico é melhor para aqueles alcoólatras que ingressam no programa de tratamento antes do início dos distúrbios. Muitos pacientes e suas famílias acham úteis os grupos de suporte locais, como os Alcoólatras Anônimos e Al-Anon. Cerca de 50 a 70% dos alcoólatras de classe média, socialmente estáveis, conseguem alcançar a abstinência, derrubando a falsa crença de que são pessoas irrecuperáveis.

Dr. Adriano Gannam é Psiquiatra

Mochila: tire esse peso das costas!

Dores na coluna é um problema facilmente encontrado entre as pessoas. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 85% das pessoas têm, tiveram ou terão um dia dores nas costas provocadas por problemas de coluna.
Sabia que essa dor pode estar relacionada ao peso da mochila que a pessoa usou na época da escola? E sabia que seu filho pode ser o próximo a sofrer dores em um futuro não tão distante?
Existe uma relação bem forte entre o excesso de peso na mochila com alterações e dores na coluna e alterações na marcha (caminhar). Médicos indicam que o peso da mochila deve ser 10% o peso da criança. Se a criança tem 30 quilos, sua mochila deve pesar 3 quilos. Mas essa não é uma realidade que não se vê entre os escolares da rede pública e particular.
O excesso de peso nas mochilas é um problema grave que, além de dores nas costas, tem conseqüências irreversíveis em longo prazo para crianças, como escoliose idiopática infantil, que mesmo sendo congênita pode ser agravada por estes maus hábitos, além de cifose, hiperlordose da coluna lombar, da artrose precoce e má postura.
Uma situação menos provável, mas que pode acontecer, é as mochilas pesadas lesionarem as placas de crescimento dos ossos. Neste caso, como as crianças estão em fase de crescimento, isso faz com que os pequenos deixem de crescer.

Como solucionar o tema “mochila”? - Essa questão tem que ser resolvida pelos alunos, pais e escola. Cada um fazendo um pouco, o peso das mochilas pode diminuir, e muito. Aos pais cabe a fiscalização. Verificar as mochilas para observar se os pequenos estão levando utensílios inúteis e discutir com a escola maneiras para que essa mochila fique mais leve, como a utilização de armários para crianças deixarem algum material no próprio local de ensino.
As escolas podem formar o horário dos alunos levando em conta não somente a disponibilidade dos professores, como também a quantidade de matérias que cada série terá por dia. Quanto menos matérias ao dia, menor será a quantidade de material que o aluno levará para a escola.
Rodas nelas! - Mas os cuidados maiores ficam mesmo para as crianças. Uma boa medida são as mochilas de rodinha. A atenção fica para a altura da alça: a criança tem que ficar com a coluna retinha e não curvada para alcançá-la, pois uma alça mal regulada sobrecarrega o quadril e joelhos, o que pode causar inflamações e dor no crescimento.
A mochila carregada nas costas deve ser do tamanho da criança para ajustar-se bem à coluna e sem folga. A mochila solta pode puxar o corpo para trás e forçar os músculos, além de fazer a criança curvar os ombros para facilitar o equilíbrio. O fundo da mochila deve ficar apoiado na curva lombar da coluna. Nunca deve ficar a mais de 10 cm abaixo da região da cintura da criança.
As alças de ombro devem ser bem acolchoadas. Outro recado fundamental: nunca deixe seu filho levar a mochila numa única alça, isso sobrecarrega apenas um dos ombros. O material deve ser bem distribuído dentro da mochila. Os livros e cadernos mais pesados ficam bem rentes à coluna. Não deixe os materiais soltos na mochila, isso provoca movimentos de desequilíbrio e sobrecarga de impacto.
Uma parte do peso leve carregado na mão também ajuda a aliviar o peso. A troca de cadernos por fichário, levando apenas folhas novas à escola é outra dica.
Não esqueça que cuidando da mochila do seu filho você estará garantindo a saúde dele hoje e no futuro. O peso que muitas crianças carregam trazem patologias que com o passar dos anos tornam-se difíceis de tratar. Adotando regras simples podemos evitar um grave problema na fase adulta.

Dicas

As crianças gostam de novidades e tudo que está na moda e querem que os amiguinhos vejam. Se a mochila do seu filho já está pesada demais, convença-o para que leve a novidade no outro dia, fazendo surpresas em etapas.
Muitas crianças acham que é “pagar mico” ir de mochila de rodinhas. Conscientize-a sobre a importância desse instrumento ou garanta que use a mochila de alças adequadamente.
Lanches e lancheiras devem ser levados fora da mochila para evitar mais peso

Fonte: Guia do Bebê

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A mãe precisa ser perfeita?

Quando sonha em ter filhos, toda mulher logo imagina que será exemplar, batalhadora, nunca perderá a calma, resolverá os problemas da família e, de quebra, conseguirá conciliar trabalho, casa, casamento e lazer. A psicóloga Ana Merzel Kernkraut, coordenadora do serviço de psicologia do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, chama a atenção para o equívoco inerente a esse sonho de perfeição. “Nós não somos perfeitas. Erramos, temos sentimentos”, alerta.
E ninguém melhor que os filhos para lembrar que as mães também têm lá a sua dose de imperfeição. Algumas vezes – quando aprontam uma grande travessura, por exemplo –, eles despertam sentimentos que parecem seguir na contramão do amor materno. É o caso da raiva. Dependendo da circunstância, não há nada de errado em experimentar essa emoção, que surge justamente para mostrar o quanto as mulheres são humanas. “Você ama incondicionalmente, mas é mentira dizer que a mãe nunca teve raiva do filho em determinado momento”, afirma a psicóloga Ana Merzel.
A rotina diária também acaba levando as mulheres a achar que fazem menos do que poderiam por seus filhos – e isso dá vazão ao velho sentimento de culpa. Antes de se cobrar, é preciso lembrar que, além da preocupação com as crianças, a mãe tem todo o direito (o dever, aliás) de cuidar de si mesma. E isso não é ser imperfeita. “Qualquer mãe faz o melhor por seu filho: se sai pra trabalhar, é para poder dar uma vida com mais conforto para ele ou para se satisfazer como profissional e estar feliz”, lembra a psicóloga Mara Pusch, professora da Universidade Federal de São Paulo.

Chega de cobranças

Na verdade, a ânsia materna pela perfeição não surge à toa. “A sociedade cobra isso da mulher”, diz a psicóloga Angélica Capelari, da Universidade Metodista de São Paulo. Mas ela recomenda tomar cuidado para não cair nessa armadilha. A preocupação exagerada com os filhos talvez leve a transtornos psiquiátricos. “A mulher pode ficar ansiosa ou depressiva, achando que o que faz nunca é suficiente”, diz ela.
Assim, se em algum momento você achou que deveria ter feito diferente ou agido melhor, a solução é encarar a realidade sem neuras e cobranças exageradas. “O importante é aceitarmos que somos falhas e nos perdoarmos por isso para que a maternidade não seja um fardo”, aconselha Mara Pusch.

Deficiência Hematológica - Púrpura

A púrpura trombocitopênica imunológica ou auto-imune (PTI) é uma doença hematológica freqüente, que se caracteriza pela produção de auto-anticorpos (células de defesa do próprio organismo), dirigidos contra proteínas da membrana plaquetária, ou seja, as células do próprio indivíduo atacam as suas próprias plaquetas (células do sangue).
Com isso, o que identificamos no hemograma, é uma contagem de plaquetas diminuída. Tal doença é muito comum nas crianças e tem caráter benigno, porém leva muitos pacientes a consulta com hematologista.

Identificamos três tipos de PTI:

a) PTI clássica ou auto-imune crônica, que afeta pacientes entre a terceira e quarta décadas de vida, predominantemente do sexo feminino, não está associada à infecção prévia, apresentando curso crônico e geralmente benigno;
b) PTI chamada aguda, que tem maior incidência na infância, afeta igualmente ambos os sexos é geralmente precedida de infecção viral ou vacinação, e tem curso limitado e não recorrente;
c) PTI associada a outras doenças, geralmente de natureza auto-imune ou neoplásicas.

Sinais e Sintomas

Como sinais e sintomas temos, os mais comuns equimoses (manchas roxas pelo corpo), petéquias (pequenos pontinhos avermelhados pelo corpo inteiro), sangramentos, tais como: gengivorragia (pela gengiva), epistaxe (pelo nariz), menorragia (menstruação em grande quantidade), hematúria (pela urina). Sangramentos esses sempre em grande quantidade.

Diagnóstico

Feito através de exame de sangue, o hemograma completo, no qual observamos o numero de plaquetas bem abaixo no nível normal (normal entre 150.000 a 450.000). Podendo até demonstrar uma anemia caso houver sangramento, devido à perda sanguínea.
Podemos também pedir um coagulograma, no qual observamos um tempo de sangramento aumentado.
Em alguns casos, quando o exame de sangue periférico (hemograma completo), demonstra plaquetas diminuídas, e juntamente, outra ninhagem celular também diminuída, como por exemplo, plaquetas baixas com anemia muito intensa sem sangramento importante, ou plaquetas baixas com leucócitos (glóbulos brancos) também baixos, faz-se necessário, outro tipo de exame, que denominamos de mielograma. Neste exame, aspiramos a medula óssea do paciente, para verificarmos como está sua produção celular, e para afastarmos qualquer doença maligna hematológica.

Tratamento

Basicamente resume-se em usar corticóides, imunoglobulina e em último caso, em pacientes que não respondem, realizar, cirurgicamente a retirada do baço (esplenectomia).

a) Corticóide

O tratamento inicial é usar prednisona 1 a 2 mg/kg/dia. Geralmente os pacientes respondem rápido, com contagem de plaquetas subindo em poucas semanas, sangramentos cessando (nos casos em que houve sangramento).
Tratamento com esse tipo de remédio dura mais ou menos uns dois meses. Há pacientes que não respondem, sendo indicado então, a suspensão da medicação.
Vale ressaltar que só é possível começar essa medicação após realização do mielograma.

b) Imunoglobulina venosa

As imuglobulinas são mais usadas na fase aguda, quando há o sangramento ativo, e quando o hematologista ainda não fez o mielograma.
Este medicamento tem efeito imediato, porém pouco duradouro. Seu mecanismo de ação, faz com que as plaquetas não mais sejam atacadas pelas próprias células do organismo do paciente, com isso há um aumento rápido do numero de plaquetas, porém não tão duradouro quanto o uso do corticóide.
Esta medicação é feita por via venosa, com o paciente internado, geralmente se faz por 2 a 5 dias,dependendo da resposta de cada um. A dose é em media 400mg/kg/dia.

c) Esplenectomia (retirada do baço)
A esplenectomia é a alternativa terapêutica reservada para pacientes refratários ao corticóide. É o tratamento que apresenta melhor índice de resposta favorável. O efeito é imediato.

d) Transfusão de plaquetas
Não há necessidade de ser realizado, pois as células do sistema imune também atacarão as plaquetas transfundidas. Só há indicação da realização, em caso de sangramento muito intenso, sem resposta satisfatória a outras terapias, e para controle imediato, sabendo, que não irá aumentar o numero total de plaquetas, mesmo com a transfusão.
Resumindo, quando paciente tem diminuição de plaquetas, o que preocupa o hematologista são valores inferiores a 20.000 – 30.000. Maiores que isso, nada a fazer, somente acompanhamento. Plaquetas nesses valores, sem sangramento, nada a fazer, somente repouso, orientar evitar pancadas, crianças evitar praticar esportes com muito contato físico, brincadeiras que haja muito trauma, que caiam menos.
Agora paciente com plaqueta baixa, com sangramento ativo, deve ser internado, de imediato, fazer imunoglobulina, aguardar hematologista, este fazer mielograma (para afastar doença maligna), para dar início a corticoterapia.

Considerações Finais

Muitas mães ao se depararem com seu filho com manchas roxas pelo corpo, faz o hemograma, vem com plaquetas baixas, leva ao pediatra e este encaminha ao hematologista,ficam logo preocupadas,pensando que seu filho pode estar com alguma doença maligna, leucemias, etc. vale ressaltar que a púrpura é uma doença benigna, muito comum após resfriados, infecções virais,vacinas, porém, para seu adequado diagnostico e tratamento, necessitamos fazer mielograma (exame da medula), pois algumas doenças malignas iniciam com plaquetas baixas. Porém nessas mesmas doenças malignas há uma grande prostração da criança, palidez acentuada. Na púrpura o exame fisco é praticamente normal, o que mais chama atenção são as equimoses (manchas roxas) pelo corpo, mas a criança é saudável, brinca normalmente, não fica prostrada, não tem palidez.
Quando essas plaquetas baixas duram mais de 6 meses consideramos púrpura crônica, em há a necessidade de acompanhamento com hematologista, com exames periódicos, mas sempre lembrando do curso benigno da doença, e sempre orientamos quanto aos sinais de sangramento para procura do hospital imediatamente.
O Hospital HINJA realiza o exame de mielograma e está equipado com o que há de melhor, na região, para cuidar dos pacientes com problemas hematológicos como púrpura.

Dra. Renata Sarkis Oncohematologista Pediátrica