quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Quando devemos retirar uma pinta?

Ao longo de toda uma vida, apresentamos em nossa pele vários tipos de sinais. Alguns aparecem logo ao nascimento e outros no decorrer de nossa existência. Dentre estes sinais, encontramos as pintas, ou como são chamadas pelos médicos, os nevus melanocíticos. Estes em geral, são tumores benignos, compostos por células pigmentares. Quando aparecem ao nascimento ou nos primeiros anos de vida, chamamos de nevus congênito, e quando surgem ao longo da vida, sendo desencadeados principalmente por radiação solar, chamamos de nevus adquiridos.
Dentro desta designação, encontramos estilos de nevus diferentes com nomes e formas específicas. Os nevus em geral, aparecem como manchas pequenas e escuras e quanto mais elevadas ficam, mais claras se tornam. Dentro destes nevus melanocíticos, encontramos diferentes designações, dependendo de qual camada da pele estará a pigmentação melânica em questão e desta forma classificamos os nevus em intradérmico, composto e juncional. Há também outras formas de nevus, como o nevus congênito gigante, a qual é uma pinta de dimensões grandes e recoberta por pêlos; o nevus displásico, que são pintas de cor rosada ao amarronzado e com as bordas borradas, lembrando um ovo frito; o halo nevu, o qual é rodeado por um halo de área sem pigmentação; o nevus de spillus que são pequenas lesões névicas sobrepostas a uma mancha café com leite. Além destas, existem outras formas de nevus com outras nomenclaturas diferentes, como nevus de otta, nevus de Ito, nevus azul,entre outros.
Na verdade, nem todo nevus necessita se fazer a retirada. Lembrando que toda retirada cirúrgica pode acarretar uma cicatriz local. Dos sinais de possível transformação para uma lesão maligna tipo melanoma em uma pinta, encontramos crescimento rápido, mudança na coloração, borramento das bordas, sangramento, coceira, dor, ardor. Além disso, costumamos sempre indicar a retirada de pintas em regiões de palmas, plantas e couro cabeludo.
Quanto a técnica correta de se retirar uma pinta, esta depende da avaliação do dermatologista. Sendo lesão benigna, com indicação de retirada puramente estética, esta se pode fazer com o que chamamos de shaving, que é a retirada da lesão em sua superfície, seguida de cauterização do sangramento local, ou retirada com bisturi seguida de sutura. Em lesões suspeitas de transformação, se lança mão sempre da retirada de toda a lesão seguida de sutura. Vale nestes casos mandar a peça retirada para laboratório com intenção de estudo histopatológico detalhado da lesão.
Na suspeita de modificação de um sinal, convém procurar o dermatologista que é o profissional treinado para te indicar a retirada ou não de alguma lesão. Lembrando que o uso de fotoprotetores diariamente também ajuda a diminuir o aparecimento ou a transformação destes sinais.

* Dra. Simone Barreiros é Dermatologista

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