quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Mitos e verdades sobre a anestesia

A Anestesia é definida pela Enciclopédia Britânica como “privação dos sentidos”, é uma atividade temida por ser mal compreendida pelas pessoas que vão precisar dela.
Anestesia é muito mais que tornar pacientes insensíveis a dor durante procedimentos cirúrgicos. Atualmente, o anestesiologista também avalia, consulta e ajuda a preparar o paciente para o ato anestésico-cirúrgico. Durante as cirurgias é ele quem monitoriza, mantém e restaura a homeostase (equilíbrio fisiológico), avaliando as funções orgânicos básicas, como a cardiorespiratória e renal, aplicando as terapias necessárias para que elas se mantenham dentro da normalidade. Enfim, o objetivo de todas as atividades executadas pelo anestesiologista é garantir que o paciente esteja seguro e confortável durante a cirurgia.
É muito comum ouvir de pessoas que precisam passar por uma cirurgia, questões como, “será que eu não vou sentir nada?”, “será que eu vou acordar no meio da cirurgia?”, “será que anestesia aplicada nas costas, vai causar problemas na coluna?”, e por aí vão as mais diversas argumentações, dúvidas e temores, que poderão ser esclarecidos por um médico anestesiologista em uma consulta pré-anestésica, onde o profissional procurará obter múltiplas informações do paciente que o ajudará a formular uma estratégia anestésica que seja a melhor para aquele indivíduo.
As informações, colhidas pelo anestesiologista buscam:

1. Esclarecimentos sobre quaisquer doenças clínicas, cirurgia, prévios e hábitos de vida que possam interferir de maneira negativa na estratégia anestésica;
2. Que tipo de procedimento cirúrgico será utilizado;
3. Se o paciente tem hipersensibilidade a medicamentos;
4. Como foram experiências anestésicas prévias;
5. Como é o perfil psicológico do paciente;
6. Avaliação de exames complementares;

Conforme o caso analisado, o anestesiologista poderá indicar inter consultas com outros especialistas para avaliações específicas. Por exemplo, a um paciente tabagista poderá ser solicitado a avaliação de seu aparelho respiratório por um pneumologista, e uma terapêutica específica, tais como broncodilatadores, antibióticos e fisioterapia respiratória,poderá ser aplicada por um período antes da cirurgia, numa tentativa de minimizar complicações pulmonares no per no pós-operatório, mais propensos a ocorrer nesses pacientes.
Enfim, de posse dessas informações é possível determinar a condição física do paciente e estimar um risco anestésico, e, após essa avaliação, o anestesiologista conversará com o paciente, sobre opções realistas existentes para a conduta anestésica, onde o pedido do paciente será levado em consideração e respeitado dentro dos limites que não coloquem a segurança e bom êxito do procedimento em risco.
É nessa avaliação que serão discutidas com o paciente os riscos anestésicos e sobre o preparo que o mesmo deverá fazer antes da anestesia, como manter ou não medicamentos usados rotineiramente (antihipertensivas e anti depressivos por exemplo), como deverá ser o jejum pré-operatório, suspender determinados hábitos que sabidamente aumentam o risco em anestesia como por exemplo o tabagismo, prescrever ou não medicação ansiolítica-prévia, enfim é do profissional anestesiologista que o paciente poderá ter informações mais corretos à respeito da experiência pela qual passará com a anestesia, chegando ao centro cirúrgico mais tranquilo e confiante.

* Dra. Vera Lúcia Stocco Garcia é Anestesista

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