Quando os filhos entram na adolescência, seus pais começam a vivenciar o “luto do filho infantil”, ou seja, a busca da identidade faz com que o adolescente corra atrás de sua independência, e, e consequentemente, não necessite mais dos pais para determinadas situações, como por exemplo: escolha de roupas, do corte de cabelo, da religião, do acompanhar os pais para visitar os avós no final de semana, ou mesmo numa viagem. Isto causa nos pais uma forte sensação da falta de controle sobre os filhos, gerando conflitos e discussões. Vale lembrar que o celular provê uma falsa impressão de controle. E a situação piora quando eles não atendem a ligação ou deixam o celular desligado.
Os pais precisam reconhecer e aceitar que o sentimento de ciúmes dos amigos e do namorado (a) é inevitável. “Enquanto criança, ele acompanhava a gente nos nossos passeios, e agora só quer sair com os amigos ou com a namorada”: - queixam-se os pais.
Outro fator que traz muita preocupação aos pais, é o exercício da sexualidade. Os adolescentes recebem muita informação através da mídia, mas tem dificuldades de adaptá-las á sua própria vida devido à imaturidade característica da idade. As conseqüências disso pode ser uma doença sexualmente transmissível ou uma gravidez indesejada, sem contar com as desilusões e problemas psicológicos.
Cabe aos pais a principal orientação, porém muitos não sabem como abordar o assunto. Alguns até acham que se falar sobre sexo estarão despertando de forma precoce o adolescente, de modo a levá-lo a iniciar sua vida sexual mais cedo.
Entretanto, estudos recentes nos mostram que o saber não leva as decisões impensadas, muito pelo contrário. Esse medo, geralmente, existe também em relação ás drogas.
Quando os pais não conseguem transmitir essas informações fundamentais aos filhos, melhor é reconhecer isso e buscar outras soluções. Nada pior do que falar sobre algo que não se sabe ou que se aborda timidamente ou de forma exagerada, passando ao outro seus próprios temores. É importante oferecer recursos tais como bons livros ou artigos sobre o tema, a partir do momento que a criança ou o jovem demonstre o interesse.
Outra atitude recomendável é procurar acolher o (a) namorado (a) do filho (a) para conhecê-lo melhor. Proibir o namoro dificilmente é a solução. Precisamos pensar que já fomos jovens e também mentíamos para os nossos pais.
O diálogo é fundamental. Aproveite situações que aparecem em filmes, novelas, ou mesmo na vida real, para falarem sobre o assunto e, a partir daí, uma maneira informal, conhecer a opinião do filho a respeito.
Finalmente, a influência de uma relação familiar sadia e equilibrada, é essencial para a identificação do papel sexual de cada filho. Na adolescência, o indivíduo vive muitas transformações físicas e psicológicas, por isso devemos oferecer aos filhos um lar equilibrado, harmônico e democrático, onde os papéis estejam definidos e bem divididos, e no qual as pessoas se amem ou, pelo menos, se respeitem.
* Edith Neves Bittencourt França é Psicóloga
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