A Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que cerca de 585.000 mortes maternas ocorram anualmente em todo mundo, muitas das quais decorrentes de abortamentos provocados.
A anticoncepção de emergência é também conhecida como “pílula do dia seguinte” ou “pílula pós-coito”. Não deve ser utilizada rotineiramente como método contraceptivo, mas apenas em situações de emergência, como por exemplo: ruptura do preservativo, estupros, deslocamento de DIU, esquecimento do uso do contraceptivo hormonal, relações sexuais sem qualquer método contraceptivo.
A pílula do dia seguinte é uma medicação hormonal, contendo apenas progestogênios, normalmente o levonorgestrel na dose de 0,75mg, por serem mais eficazes e causarem menos efeitos colaterais em comparação aos contraceptivos hormonais combinados com progestogênios e estrogênios.
Seu mecanismo de ação não está completamente esclarecido. Dependendo do período do ciclo em que é usada atuam inibindo ou retardando a ovulação, alterando a produção hormonal ovariana, interferindo no transporte do óvulo até a cavidade uterina e na capacidade dos espermatozóides de fecundar o óvulo.
Esse método não é considerado abortivo pois, após a implantação do óvulo dentro da cavidade uterina, ele não interrompe a gestação em curso, nem provocam efeitos adversos ao feto. Também não causa nenhum dano a saúde da mulher se seu uso for ocasional.
Deve ser iniciada até no máximo 72h da relação sexual desprotegida, ingerindo um comprimido de levonorgestrel o mais precocemente possível, e outro comprimido após 12h do primeiro. Já existem no mercado farmacêutico, apresentações de pílulas pós-coito em dose única, ou seja um único comprimido que também deve ser usado em até 72h da relação desprotegida.
A menstruação poderá ocorrer até 10 dias antes ou depois da data esperada, mas na maioria dos casos ocorre na data esperada variando em 3 dias para mais ou para menos.
Vale lembrar, que esse método não é tão eficaz quanto os outros métodos contraceptivos, e que sua eficácia é maior quanto mais precoce for o seu uso, baixando para 2% as chances de gestação. Não devem ser usados regularmente como método contraceptivo e que também não protege contra DSTs.
Os efeitos colaterais mais comuns são: náuseas, vômitos, tontura, fadiga, dor de cabeça, dor nas mamas, dor abdominal, diarréia, e irregularidade menstrual.
Qualquer mulher pode usar o método, desde que não esteja grávida, pode ser usado em qualquer período do ciclo, e após o seu uso a mulher deverá ficar atenta para as seguintes situações: menstruação ausente dentro de 4 semanas, menstruação dolorosa ou escassa, devendo retornar p/ avaliação médica.
A auto medicação pode ser prejudicial para a saúde, portanto antes do uso de qualquer droga, consulte seu médico.
* Dra. Francinelle Kersten Lopes é Ginecologista e Obstetra
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