A doença é causada por três componentes associados: predisposição genética, alteração do sistema imunológico (sistema de defesa do organismo) e um fator desencadeante (muitas vezes um fato emocional traumático, ou alguma outra doença geral importante como infecções ou cirurgias). A predisposição genética pode ser afirmada com segurança pela observação de vários casos em uma mesma família. Com relação ao sistema imunológico, o que acontece é que algo semelhante a um anticorpo passa a agredir a raiz dos pêlos, impedindo o seu desempenho normal. Porém, são raros os casos (e estão entre aqueles de duração muito prolongada) em que a raiz dos pêlos é destruída. Na maioria absoluta dos casos o folículo do pêlo conserva sua capacidade de voltar a produzir normalmente. Os fatores desencadeantes variam de pessoa a pessoa, mas, em geral, são fatos traumáticos importantes ocorridos algum tempo antes do início da doença.
O diagnóstico normalmente é feito pela simples aparência das áreas sem cabelo, circunscritas, e em certos casos há necessidade de fazer biópsia da pele afetada para afastar outras causas de alopecia.
A história natural da doença é extremamente variável. Durante a vida, podem ocorrer diversos episódios de queda, seguidos de recuperação parcial ou total do cabelo perdido. Pode haver queda num local e crescimento em outros; mas, a perda também pode ser irreversível.
Quando o cabelo volta a crescer, geralmente é branco e fino para depois adquirir cor e consistência normais. Com ou sem tratamento, crescimento parcial ou completo deve ser esperado dentro de um ano, nos casos de alopecia em placas. De 7% a 10% dos pacientes desenvolvem formas graves de alopecia crônica. Quando a alopecia areata instala-se antes dos dois anos de idade, 55% das crianças mais tarde evoluem para alopecia total.
São vários os tratamentos utilizados na alopécia areata e a característica clínica de cada caso é que determinará qual deles deve ser utilizado. As medicações utilizadas podem ser de uso local ou sistêmico e a duração do tratamento vai depender da resposta de cada paciente.
É importante saber que a alopecia areata é uma doença crônica e que, portanto, mesmo naquelas pessoas em que houve total recuperação dos cabelos, não se pode afirmar categoricamente que nunca mais vão cair.
Diante disso tudo é imprescindível que as pessoas portadoras de alopecia areata tenham, além do tratamento da doença, um apoio psicológico que as ajude, tanto a lidar com os traumas anteriores como a enfrentar a grande dificuldade que é viver no dia-a-dia sem os cabelos. É difícil procurar emprego, é difícil se relacionar com o(a) namorado(a), é difícil suportar o olhar das pessoas na rua, é difícil responder às perguntas dos curiosos. E tudo isso fica mais fácil se tem alguém com quem conversar sobre o assunto, se conhece alguém com o mesmo problema, se as dúvidas sobre a doença são esclarecidas.
* Dra. Cynthia Furtado é Dermatologista
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ResponderExcluirOlá Jacques, bom dia!! Podemos fazer parceria se lhe interessar.. Mas não podemos divulgar nada através de recados.. mesmo assim, agradecemos o apoio!!
ResponderExcluirEquipe - Bem-Estar