A Doença de Alzheimer (também conhecida por Demência de alzheimer) é uma doença degenerativa, progressiva, de causa ainda desconhecida, que acomete o cérebro causando em suas fases iniciais: diminuição da memória (principalmente memória para fatos recentes), declínio no desempenho das tarefas cotidianas, mudanças na personalidade, dificuldades no aprendizado e em habilidades de comunicação, desorientação têmporo-espacial (não saber por vezes que dia é hoje, ou onde está...) e diminuição do senso crítico. É muito importante que o diagnóstico seja feito numa fase inicial da doença para que as intervenções tanto farmacológicas quanto não-farmacológicas possam realmente ter feito na evolução da doença. O grande problema é que esses pequenos distúrbios do dia-a-dia vão sendo encobertos pelo paciente, que com o passar do tempo vai se adaptando às dificuldades de memória e planejamento, e também pelos familiares que geralmente atribuem ao envelhecimento estas alterações. O idoso portador de demência dificilmente procura atendimento por suas queixas de memória, pois para ele não há nada de errado, tendendo sempre a arranjar “desculpas” para as falhas apresentadas. Comum são os esquecimentos de panelas no fogão, portas abertas, errar destinos e idéias de roubo em consequência do frequente desaparecimento de objetos pela casa (por não lembrar-se de onde os colocou!).
O diagnóstico de Demência de Alzheimer é eminentemente clínico, sendo que ainda não temos um marcador que confirme ou exclua a doença. Após uma anamnese minuciosa e uma investigação precisa do comportamento dessa pessoa nos últimos meses, são aplicados testes diagnósticos onde são avaliados a memória, bem como outras áreas do funcionamento cerebral. Posteriormente a esse exame inicial, geralmente procede-se a um rastreio laboratorial e de imagem (através de tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética) para descartar outras possíveis causas de demência, sendo portando este um diagnóstico de Exclusão.
Infelizmente ainda não existe uma cura para a Doença de Alzheimer, a grande maioria dos medicamentos existentes até hoje visa brecar a evolução da doença estabilizando o quadro, bem como tratar as alterações comportamentais que acompanham a doença durante seu curso e que são causa de grande desgaste tanto para o paciente quanto para seus cuidadores e familiares. Tão importante quanto os remédios são as terapias não-farmacológicas que visam reabilitar o idoso demente e preservar ao máximo suas funções e seu grau de independência. Portanto para um adequado acompanhamento de uma pessoa com Doença de Alzheimer, geralmente se faz necessária uma equipe interdisciplinar (com médico, fisioterapeuta, nutricionista, terapeuta ocupacional, enfermeiro, entre outros).
Apesar de todas as alterações na personalidade e no comportamento de uma pessoa com alzheimer, é preciso que os familiares tenham sempre em mente que a essência daquela pessoa ainda está preservada, que seus gostos e vontades ainda continuarão os mesmos, usando essa forma de pensar diante de todas as condutas e atitudes que serão tomadas com esse paciente, tratando-o sempre da forma como ele gostava de ser tratado e respeitando seus gostos e suas preferências, para que esta fase turbulenta - tanto para os familiares, quanto para o próprio paciente - possa ser enfrentada da melhor maneira possível, com paciência e humanidade.* Dr. Renato de Carvalhos e Silva Braz é Geriatra
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