quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Dores do bebê... Como evitá-las?

Choro do bebê é sempre angustiante. Nada melhor do que procurar manter uma boa interação com o seu filho, de modo a perceber o que ele está querendo dizer, pois chorar é o meio encontrado para se expressar, de dizer que está com fome, sono, irritado, com dor ou, simplesmente uma reação ao excesso de estímulos recebidos no decorrer do dia.
Recomenda-se, paciência e tranqüilidade para identificar o motivo e não agravar mais ainda com estresse desnecessário. Comece avaliando cada possibilidade.

Fome

Como o bebê mama com maior freqüência nas primeiras semanas de vida, a mãe pode ficar insegura achando que o seu leite é fraco, o que não é verdade. São várias situações, como posição inadequada do bebê ao mamar ao seio materno, pega errada, abocanhando só o bico do peito sem envolver a auréola, daí não esvaziando os canais de leite, satisfatoriamente, e, até mesmo, exacerbação do reflexo primitivo do bebê, chamado reflexo da procura, onde sempre que se esbarra nos cantos dos lábios, ele volta a cabeça como se estivesse procurando mamar.

Sono

Muitas vezes, o bebê quer dormir, não consegue e se irrita.
Será que o ambiente está calmo, sem ruídos em excesso? Ou, ao contrário, agora está calmo, mas ele foi muito estimulado no decorrer do dia, muita visita, muito colo, muitas brincadeiras etc. TV, rádio, aparelho de som, telefone e gente falando alto podem deixá-lo irrequieto, e, mais tarde, dificultar o sono


Calor / Frio

Tanto o excesso de agasalhos quanto a falta deles, podem levar ao desconforto térmico, gerando irritabilidade e choro.
Alguns pais tendem a colocar muita roupa nos bebês, o que pode provocar febre, sonolência, moleza e, até mesmo, desidratação.

Limpeza

Quem gosta de ficar sujo ou molhado? O bebê certamente, não. Pode ficar irrequieto, choroso. Além do mais, a continuidade do atrito das fraldas em áreas úmidas da pele sensível do bebê, em contato com resíduos de amônia, das fezes e urina, pode levar a assaduras, dolorosas e irritantes. Assim, manter a higiene a cada troca, lavando bem o local antes da aplicação da pomada usual, preventiva.

Cólica

Uma das primeiras manifestações de dor no recém-nascido é a tão temida cólica. Algumas medidas simples são importantes para evita-las:

•  Ofereça ao bebê somente leite materno até os seis meses de idade, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos;
•  A partir do seis meses, introduzir, de forma lenta e gradual, outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais, conforme a orientação pediátrica.
•  Oferecer as mamadas sem rigidez de horário, amamentando o bebê sempre que ele der sinais de fome, evitando que ele chore e fique agitado pela demora em receber o alimento.
•  Amamentar é um momento mágico, em que o ideal é que haja total interação entre a mãe e o bebê, procurando manter o ambiente calmo, sem barulhos e distrações desnecessárias. Evite, também, brincadeiras excitantes com o bebê antes e logo após as mamadas.
•  Cerca de meia hora após a mamada, coloque o bebê em posição ereta, de pé no seu colo, olhando por cima dos seus ombros, mantendo suas costas apoiadas com a mão e batendo levemente nas costas para que ele arrote, eliminando o ar deglutido durante a mamada, que pode distender o abdômen e provocar cólica.
•  Se a criança parece estar satisfeita, não insista para que continue a mamar contrariando a sua vontade.
•  Mamar deitado, nem pensar!
•  Procure coloca-lo para dormir com o tronco levemente inclinado, deitado para o lado esquerdo, propiciando melhor esvaziamento gástrico. Não coloca-lo nem de bruços, nem de barriga para cima.
• Procure facilitar a eliminação de gases e/ou fezes para aliviar a cólica. No entanto, ao fazer exercícios colocando o bebê deitando de costas e flexionando suavemente suas pernas, deve-se tomar cuidado para não comprimir demais as pernas sobre o adomen, porque nessa situação ao apertar a barriga, estaríamos comprimindo o estômago, e, daí, regurgitações, vômitos, irritabilidade; ou seja, manifestações de refluxo gastro-esofágico, que exacerbariam as crises de dor.
• Se o bebê estiver com uma crise de cólica (chorando muito de forma inconsolável, encolhendo e estimulando as pernas), coloque-o no seu colo deitado de barriga para baixo - "barriga com barriga". Caso, não melhores, coloque uma fralda um pouco aquecida ou uma bolsa de água morna sob a barriga.
•  A cólica raramente persiste depois dos 3-4 meses de idade. Quando o bebê dormir, procure descansar também. Peça que outras pessoas a ajudem a cuidar do bebê se estiver muito cansada.
• Se, a despeito das medidas acima, seu bebê persistir chorando muito, procure seu pediatra para que ele o examine e o oriente.
• Se o bebê estiver recebendo mamadeira (prefira sempre o copinho), certifique-se que o buraco do bico da mamadeira não esteja muito grande, caso contrário ele mamará muito rápido e engolirá ar em excesso.

Uma outra situação que também tira o sono da criança e dos pais é a dor de ouvido (otalgia).

•  Existe um pequeno canal que comunica o nariz e o ouvido, chamado tuba auditiva; assim, se o bebê permanece muito tempo com obstrução nasal, a aeração deste canal será prejudicada, gerando pressão e infecção nos ouvidos.
• As medidas anti-refluxo gastresofagiano, como as citadas anteriormente (leite materno exclusivo, não amamentar deitado, manter cabeceira elevada, posição lateral ao dormir) são eficazes na prevenção da otalgia.
• Também, nesse caso, o aleitamento exclusivo nos primeiros meses de vida, é fator preponderante para evitar tal sofrimento.

Receitas caseiras

• Esquente um pano com ferro morno e coloque-o na barriga da criança.
• Flexões das coxas sobre o abdome ajudam na eliminação de gases.
• Dê um banho.
• Faça uma massagem suave na barriga.
• Coloque uma música calma.
• Converse com ele. A voz da mãe tranqüiliza a criança.
• Ponha-o no colo e embale-o.
• Coloque-o em contato com a pele - a respiração e o cheiro da mãe o ajudam a se lembrar do útero e a se acalmar.

* Dra. Efigênia Vanda de Jesus é Pediatra

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