Ela atinge crianças entre 1 a 12 meses, sendo rara antes de 1 mês e com uma maior incidência entre 2 e 5 meses. É mais comum entre os meninos e nas raças de negros e índios. Ocorre nos meses mais frios do ano.
Os fatores de risco que podemos destacar que são: o tabagismo, o uso de drogas e de bebidas alcoólicas pela mãe durante a gestação, bebês prematuros ou de baixo peso ao nascimento, mães adolescentes e o ambiente e a forma em que o bebê dorme.
Entre esses, a posição em que o bebê se encontrava dormindo é a que mais chama a atenção dos pesquisadores. Eles estavam dormindo de barriga para baixo ou mesmo de lado.
Atualmente, a posição recomendada é a de que os bebês durmam de BARRIGA PARA CIMA. Estudos mostram que os bebês quando deitados de costas, não bolçam nem aspiram mais o vômito do que se estiver em qualquer outra posição.
Os bebês quando deitados de bruços (barriga para baixo) respiram o gás carbônico exalado o que pode levar a sufocação e parada cardiorespiratória, o mesmo acontece quando o bebê é posto de lado. Os bebês quando colocados de lado podem se mexer e ficar tanto de barriga para cima , quanto de barriga para baixo .Os pais devem ficar atentos , e toda vez que o bebê trocar de posição, retorná-lo para a posição correta.
Em vários países que adotaram esta recomendação, registraram-se uma importante queda no número de casos de morte súbita, chegando a 80% na Nova Zelândia, já em meados da década de oitenta.
Existem estudos recentes na tentativa de se explicar a causa da morte súbita.
Investigadores norte americanos e europeus defendem que a explicação da morte súbita dos bebês durante o sono, esta diretamente ligada a uma anomalia cerebral. Esta investigação veio demonstrar que a falta de receptores para a serotonina, um neurotransmissor que controla algumas funções corporais como o batimento cardíaco, pode explicar a morte súbita. Os especialistas acreditam ainda que este seja um problema multifactorial, que pode ter origem genética e simultaneamente que podem existir fatores ambientais que o ajudem a desencadear.
Dentre os fatores ambientais destacamos:
• Deitar os bebês de costas para dormir;
• Aleitamento materno: os bebês amamentados ao seio correm menores risco de morte súbita;
• Não fumar durante a gravidez e nem depois: o risco aumenta se a mãe fumou durante a gravidez e se continua a fumar após o parto. Se o pai também fuma, o risco se agrava mais. Não deixe ninguém fumar na ambiente em que seu filho respira - quarto, casa, carro ou onde quer que ele permaneça;
• Não cobrir a cabeça do bebê: a roupa de cama não deve cobrir ao rosto do bebê, assim como fraldas e gorros. Deite-o com os pés tocando o fundo da cama de forma a que não haja risco dele escorregar para debaixo dos lençóis;
• Não use colchões macios e travesseiros para o bebê dormir. Não deitar em sofás e almofadas;
• Não deixar bichos de pelúcia e brinquedos soltos no berço;
• Não dormir na mesma cama que o seu bebê;
• Não aquecer demasiadamente o bebê: o risco de morte súbita pode estar associado ao excessivo aquecimento do bebê. Para prevenir essa situação deve-se usar o bom senso e adequar a temperatura do quarto, a roupa do bebê e a roupa da cama à estação do ano e ao lugar que habita. A temperatura ideal do quarto deve estar entre 18 e 21°C. O vista de forma que ele se sinta confortável e não quente;
• Manter o local onde dorme ventilado.
Portanto, como não temos meios para saber qual o bebê predestinado geneticamente a tal fatalidade, a prevenção da morte súbita através das medidas ambientais, ainda é o melhor caminho para se evitá-la.
* Dra. Luciana Almeida é Pediatra e Neonatologista
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