Os sintomas de hepatite viral aguda normalmente iniciam abruptamente. Eles incluem inapetência, sensação de mal-estar generalizado, náusea, vômito e, frequentemente, febre. Nos tabagistas, a aversão ao tabaco é típica. Ocasionalmente, sobretudo no caso da infecção pelo vírus da hepatite B, o indivíduo apresenta dores articulares e erupções. Após alguns dias, a urina torna-se escura e pode ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele, das mucosas e do branco do olho). A maioria dos sintomas comumente desaparece nesse momento e o indivíduo sente-se melhor, mesmo quando a icterícia piora.
Podem ocorrer sintomas de colestase (interrupção ou redução do fluxo biliar), como fezes claras e prurido (coceira) generalizado. Normalmente, a icterícia atinge o máximo em 1 a 2 semanas e, em seguida, desaparece ao longo de 2 a 4 semanas. A hepatite viral aguda é diagnosticada baseando- se nos sintomas apresentados pelo paciente e nos resultados dos exames de sangue que avaliam a função hepática. Em aproximadamente 50% dos indivíduos com hepatite viral aguda, o médico observará a presença de um fígado sensível e algo aumentado de volume.
A hepatite A é transmitida por via fecal-oral, através de alimentos e água contaminados com o vírus, e as medidas de saneamento básico constituem uma forma importante de prevenção. Outra forma de prevenir a doença é através da vacinação, no entanto ela não está incluída no calendário básico de imunizações do Ministério da Saúde e não é fornecida pelos postos de vacinação. A maioria das infecções causadas pelo vírus da hepatite A são agudas, o tratamento médico não é necessário para eliminar o vírus. Medicamentos são prescritos apenas para tratar os sintomas causados pela doença, como dor de cabeça e náuseas. A hepatite A não evolui para a forma crônica de hepatite.
O vírus da hepatite B pode ser transmitido através de contato sexual sem preservativo, objetos pérfuro-cortantes contaminados, como agulhas, barbeadores e lâminas, transfusões sanguíneas, transplante de órgãos ou tecidos. Tatuagens e piercings feitos com agulhas contaminadas também podem ser responsáveis pela transmissão da doença. A hepatite B também pode ser transmitida da mãe infectada para o feto. Os pacientes com infecção aguda pelo vírus normalmente se recuperam espontaneamente e não necessitam de terapia antiviral. Contudo, os pacientes que desenvolvem a hepatite B crônica devem receber tratamento para limitar as complicações relacionadas à infecção em longo prazo. A vacinação é, hoje, o método mais adequado para impedir a disseminação do vírus da hepatite B. O atual calendário de vacinação impõe a imunização de recém-nascidos, mas adultos também devem ser vacinados.
O vírus da hepatite C é transmitido quando o sangue contaminado penetra na corrente sanguínea através de transfusões, acupuntura, agulhas ou seringas compartilhadas, tatuagens, piercings, instrumentos de manicure, ferimentos, entre outros. Como acontece com o vírus da hepatite B, numa parcela significativa de pacientes o meio de transmissão não é identificado. Não há vacinação disponível para prevenir a doença.
Cerca de 80% das infecções pelo vírus da hepatite C evoluem para casos crônicos. Atualmente, a cirrose e o câncer de fígado relacionados à hepatite C crônica são a maior causa de transplantes nos Estados Unidos.
A hepatite crônica é a inflamação do fígado que persiste por no mínimo 6 meses. Apesar de ser muito menos comum que a hepatite aguda, a hepatite crônica pode persistir por anos ou mesmo décadas. Normalmente, ela é bem leve e não produz sintomas ou lesão hepática importante. Entretanto, em alguns casos, a inflamação contínua lesa o fígado lentamente e, finalmente, leva à cirrose e à insuficiência hepática.
A melhor maneira de prevenir hepatites é conhecer sua forma de transmissão.
* Dra. Rosana Rangel é Infectologista
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Equipe Bem-Estar