Nos primeiros 10 dias, dito imediato, chamada crise genital, verifica-se uma regressão acentuada das estruturas, notadamente aquelas que abrigavam o concepto. No útero, após a saída da placenta, ocorre uma contração e retração do órgão, cuja finalidade é evitar a hemorragia da primeira hora imediata ao parto, que até esse momento é um órgão abdominal e tornando-se então pélvico.
Nos três primeiros dias as perdas vaginais (lóquios), são vermelho vivo em maior quantidade, depois serossanguineos, em torno do décimo dia de coloração acastanhada e finalmente no vigésimo dia, seroso (amarelo claro). O período compreendido entre o décimo e o quadragésimo quinto dia chama-se puerpério tardio, em que todas as funções começam a ser influenciada pela lactação. E no estádio seguinte, puerpério remoto que é totalmente dominado pela lactação.
Com o término da gestação após a saída da placenta, ocorre uma queda dos hormônios, acarretando repercussões acentuadas involutivas dos aparelhos e sistemas materno e inclusive perda acentuada do peso já nos primeiros 10 dias.
Em relação a assistência pós-natal, deverá a puérpera andar o mais precocemente possível e ter cuidados higiênicos e dietéticos como lavagem da genitália após micção e defecação com água e anti-sépticos, e em caso de parto normal, com os pontos externos na região perineal e na cesariana os mesmos cuidados até a retirada dos pontos. Quanto às mamas os mamilos devem ser lavados antes e depois das mamadas com água boricada a 2% e cremes emolientes, devendo as mamas ser elevadas pelo porta-seios para evitar ingurgitamento.
Quanto à vida sexual no pós-parto imediato ocorre à libido adormecida por medo dos pontos e traumatismo do coito. Há tendência atual de admitir o coito durante todo o ciclo gravídico e ultrapassado esta fase do puerpério imediato. Recomenda-se o uso de anovulatórios, principalmente minipílulas em torno de seis a oito semanas do parto. E lembrar que o leite materno é insubstituível e que toda mãe deverá amamentar o seu filho, exceto em alguns casos como HIV positivo e que o pré-natal é fundamental para a saúde do binômio materno fetal.
* Dr. João Batista de Oliveira Roque e Dr. Guilherme de Almeida Bastos - Ginecologistas / Obstetras
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