sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Automedicação e suas consequências

As pessoas não estão habituadas a consultar o farmacêutico quanto uso e ao acondicionamento correto dos medicamentos. Elas ainda não têm consciência da importância da atuação do farmacêutico nas farmácias.
Uma das principais funções do farmacêutico é explicar para o paciente tudo sobre seu medicamento. Cabe a ele informar como o medicamento deve ser usado, a necessidade de retorno ao médico, a importância de seguir rigorosamente todas as instruções, de observar o prazo de validade e a conservação dos medicamentos. A ele também compete informar sobre possíveis efeitos colaterais, verificar a possibilidade de interações medicamentosas, riscos do uso de medicamentos sem orientação médica, orientar na compra do medicamento, explicar sobre a restrição do uso de medicamentos por gestantes, lactantes, idosos e crianças. Enfim, a importância do farmacêutico reside no fato de ele ser a diferença entre a cura pelo uso correto de um medicamento ou a intoxicação causada pelo mau uso.
Confira alguns exemplos de medicamentos frequentemente consumidos sem indicação e os conseqüentes riscos á saúde.
Aspirina - Reconhecida como droga que previne o infarto, só pode ser consumida com indicação médica, mesmo no controle de outras doenças, porque tem efeitos colaterais importantes, podendo provocar problemas de estômago e hemorragias. Pode ser fatal se usada para combater a dengue.
Antiácido - Muito usado para combater dor de estômago, que pode ser sintoma de úlcera, tumor, pancreatite e até de infarto do miocárdio. O uso inadequado pode retardar o diagnóstico, comprometer o tratamento e expor ao risco de morte.
Antibiótico - Droga usada para tratar várias infecções, como as respiratórias, gripes e abscessos. Mesmo que a pessoa acerte na escolha, ao comprar sem indicação médica, pode errar no tipo e na dosagem, levando ao tratamento errado. Além disso, o indivíduo pode desenvolver resistência à droga e quando for realmente necessária, não terá efeito.
Casamento de remédios - Algumas pessoas, ao acharem que estão com gripe, por exemplo, ingerem xarope para a tosse, que piora a secreção pulmonar, descongestionante nasal, que nos casos de sinusite e pneumonia piora o quadro, e injeções à base de eucalipto, absolutamente inúteis. Além disso, tudo junto pode provocar reações alérgicas e até choque anafilático.
Colírio - Sem indicação médica, a única coisa que se pode passar nos olhos é água limpa. Os colírios têm princípios ativos variados, como corticóides e antibióticos, podem mascarar ou exacerbar doenças e se a pessoa tiver problemas prévios, como glaucoma, pode agravá-los.
Cremes e pomadas - Muitas pessoas cometem o erro de achar que existem cremes e pomadas que tratam tudo, o que está errado porque cada um tem uma indicação adequada. O uso indiscriminado pode mascarar doenças, como câncer de pele, pode provocar dermatite de contato, ou pode não ter efeito.
Laxante - Quando consumido indiscriminadamente pode levar a alterações intestinais. Se a pessoa estiver constipada (intestino preso), complica o quadro e pode levar à perfuração do intestino. Nos idosos, pode provocar desidratação e alterações metabólicas, colocando a vida em risco. Pessoas com tumor intestinal, em geral não diagnosticado, podem agravar a doença.
Remédios naturais - Todos os medicamentos, sem exceção, têm efeitos colaterais e podem provocar riscos à saúde.
Suplementos alimentares - Podem ter efeitos tóxicos, ou não fazer nada. Estudos em andamento relacionam os suplementos com o desenvolvimento de arritmias cardíacas e com morte súbita.
Vitaminas - Só devem ser tomadas quando há uma real necessidade até porque algumas, dependendo da dose, podem provocar doenças. A vitamina C, por exemplo, provoca distúrbios gastrointestinais e cálculo renal. A vitamina A, quando consumida por crianças, pode provocar hipertensão craniana.
Xarope - A tosse pode ter várias causas, como infecção viral ou bacteriana, alergia, refluxo da hérnia de hiato e câncer das vias respiratórias. O xarope pode mascarar o sintoma, permitindo que a doença evolua sem controle, pode piorar o problema ou não ter efeito algum.

* Juciana B. de Queiros Batalha e Renata Dias Estanislau são farmacêuticas

4 comentários:

  1. A propaganda de remédios estimula;
    a crise crônica na saúde pública fomenta;
    a venda indiscriminada e livre de remédios até em supermercados;
    os altos preços das consultas médicas particulares – em relação ao salário mínimo nacional;
    os altos preços dos planos de saúde – impraticáveis para a grande maioria da população;
    e a pressão dos lab farma para a prescrição de remédios – segundo a OMS, 40% destas prescrições seriam dispensáveis;
    A falta de planejamento e aplicação da dita Medicina Preventiva;
    o desleixo com que tratam a saúde pública, liberando diversos agentes tóxicos, como agrotóxicos, conservantes e demais aditivos em alimentos industrializados diversas doenças , prejudicando mais ainda, as classes menos favorecidas;
    A pressão que a indústria farmacêutica faz contra toda e qualquer terapia simples, barata e eficaz, como a fitoterapia, homeopatia, acupuntura e auto-hemoterapia, por exemplo…

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  2. O perigo da automedição

    Os antibióticos devem ser tomados somente quando for necessário e de forma adequada. Não esqueça:
    .Apenas o médico pode medicar o antibiótico adequado;
    .Não se deve comprar antibiótico sem ter uma receita médica;
    .Nunca tome antibióticos por conta própria ou por indicação de uma pessoa não capacitada para isso, pois aquele que é eficaz para um indivíduo ode não servir para outro;
    .Não use por conta própria antibióticos que tenham sobrado de tratamentos anteriores, mesmo que os sintomas sejam parecidos, se isso for permitido por um médico, não se esqueça de olhar a data de validade do remédio;
    .Siga as instruções do médico, respeitando as doses indicadas e horário em que de vem ser tomadas. Cumpra todo o tratamento indicado;
    .O fato de está com febre nem sempre é sinal de uma infecção bacteriana e somente esse tipo de infecção é tratado com antibióticos. Eles não têm efeito sobre resfriados, gripe ou doenças causadas por vírus, por exemplo: Somente o médico é capacitado investigar o agente causador de uma infecção e verificar a necessidade ou não do uso de medicamento.

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  3. Questionário
    1º Por que os brasileiros se automedica? R: por que se mostra resistente a procurar um médico, mesmo sabendo que precisa.
    2º Qual a porcentagem de pessoas que se automedicam no Brasil? R: 30% no ano de 2008
    3º Quais os principais motivos automedicação?
    R: A propaganda desenfreada e massiva de determinados medicamentos contrasta com as tímidas campanhas que tentam esclarecer os perigos da automedicação.

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  4. Obrigada pelas informações, quando quiser direcionar algum tema me envie através do e-mail revistabemestar@revistabemestar.com.br

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