terça-feira, 28 de setembro de 2010

Amigdalite, saiba como lidar com ela!

Amigdalas são acúmulos de tecido linfóide distribuídas em diversos pontos da árvore respiratória. Este tecido participa do sistema imune (de defesa) e é semelhante aos “gânglios”, popularmente conhecidos como “ínguas”, frequentemente encontradas no pescoço, axilas e virilhas.
As amigdalas mais conhecidas são as amigdalas palatinas, duas massas de tecido localizadas na garganta, no fundo da boca. Também encontramos as amigdalas faríngeas, ou adenóides, situadas na parte superior da garganta e no fundo do nariz, por onde passa o ar, portanto, não visível sem instrumentos especiais. Já as amigdalas linguais ficam na base da língua. Juntas, as amigdalas palatinas, amigdalas linguais e a adenóide formam o anel de Waldeyer. O anel de Waldeyer é, então, o conjunto destes tecidos, que têm a função de produzir anticorpos para proteger de infecções. Estes tecidos linfóides são grandes e muito atuantes nas crianças (principalmente até os 3 anos de idade) e vão diminuindo de tamanho e de atuação com a idade.
As amigdalas podem apresentar processos inflamatórios e / ou infecciosos, causados por vírus ou bactérias respectivamente. Os processos virais são os mais frequentes.
Amigdalite Viral




Acredita-se que os vírus agridam mais facilmente as amigdalas quando a temperatura ambiente está baixa e há exposição ao frio; ao ficarmos em ambientes fechados com muitas pessoas quando está frio e, também, no clima muito quente e úmido, quando usamos aparelhos de ar condicionado, ventiladores e alimentamo-nos mal. As más condições de higiene bucal e a promiscuidade, especialmente nos mais jovens, também são fatores significativos.
Os processos de amigdalites por vírus apresentam-se com amigdalas aumentadas de tamanho e bastante avermelhadas, podendo facilitar a instalação da infecção bacteriana, ou, esta ser bacteriana desde o início.
Febre, dor de garganta, dor para engolir, mau hálito, “caroços” ou “gânglios” no pescoço e mal estar são sinais e sintomas que podem indicar uma amigdalite. A intensidade destes sintomas varia muito e há casos em que o paciente precisa manter repouso domiciliar ou, até mesmo, ser internado.
Quando o processo de amigdalite é viral, o tratamento é principalmente sintomático, com antitérmicos e analgésicos para diminuir a febre e o mal estar e, eventualmente, antiinflamatórios, sob orientação médica; assim, o paciente poderá sentir-se melhor e alimentar-se bem, o que favorece sua recuperação.
Na amigdalite bacteriana ocorre a presença de placas purulentas nas amigdalas, além do aumento de tamanho e de vermelhidão intensa. A febre em geral é mais alta e persistente, indicando, após o exame médico a prescrição de antibióticos adequados. O uso do antibiótico na dose e no tempo adequados é imprescindível para que não haja complicações do quadro, como, acúmulo de secreção purulenta ao redor das amigdalas (abscesso peri amigdaliano) ou complicações cardíacas, articulares e renais.
Se o paciente apresenta vários episódios repetitivos de amigdalites bacterianas, 4 ou mais em 6 meses ou, 6 ou mais em 12 meses, apesar de tratamentos preventivos adequados, a remoção das amigdalas palatinas deve ser avaliada, pois, em vez de ajudar na manutenção da saúde, estas podem estar atrapalhando. 
Amigdalite Bacteriana




Estas cirurgias não são tão recomendadas como antes de existirem antibióticos adequados e tratamentos preventivos cada vez mais eficazes, porém, a “amigdalectomia” bem indicada é, ainda uma cirurgia que melhora muito a saúde e a qualidade de vida daqueles que a necessitam. No Brasil são fitas em torno de 200.000 cirurgias das amigdalas e adenóides por ano, sendo, ainda, a segunda cirurgia mais realizada em crianças no mundo. Não é raro que adultos também tenham a indicação médica de remover suas amigdalas.
O é importante salientar que as boas condições alimentares, de higiene e ambientais são os fatores que realmente vão defender o paciente de suas doenças, mantendo sua qualidade de vida. Frente a qualquer dúvida é imprescindível procurar seu médico. 


 * Dra. Nadejda Maria Ávila da Silva Varginha é Mestre e Doutora em Otorrinolaringologia





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