Com a catarata há uma turvação progressiva do cristalino, que interfere na absorção da luz que chega à retina e causa uma visão borrada. A leitura fica mais difícil e dirigir um carro pode se tornar perigoso, devido às dificuldades que o portador encontra para enxergar com nitidez. “A sensação que o paciente tem é de que a visão está embaçada, como se houvesse uma nuvem, uma fumaça na frente dos olhos”, explica Dr. Miguel Zaidan, oftalmologista na Clínica de Olhos Dr. Rosuel Zaidan.
A catarata pode ter várias etiologias, como traumáticas, congênita, por uso de medicamentos, inflamatórias, entre outras. Porém a causa mais comum de seu surgimento está relacionada à idade, também denominada senil.
A principal causa de cegueira infantil é a catarata congênita (adquirida antes do nascimento ou no primeiro mês de vida), considerando que os possíveis fatores apontados são anomalia de desenvolvimento, fator hereditário, embrionário infecciosa; rubéola, toxoplasmose e sífilis materna. “Por isso, nós, profissionais de saúde, insistimos na importância de se realizar um bom pré-natal, a fim de se prevenir a criança de possíveis doenças”, ressalta o oftalmologista.
Uma vez formada, o único tratamento é a extração cirúrgica e sua indicação ocorre quando a diminuição visual interfere nas atividades rotineiras ou quando há aumento na pressão intra-ocular do paciente. “Antigamente era necessário o amadurecimento da catarata para fazer a operação. Hoje essa situação mudou, o idoso se tornou uma pessoa muito mais dinâmica: faz faculdade da terceira idade, ginástica, executa tarefas no computador”, ressalta Dr. Miguel.
Atualmente existem duas técnicas para a realização do procedimento cirúrgico: a extra-capsular e a facoemulsificação, considerando que a última é mais utilizada e com um maior avanço tecnológico. A facoemulsificação consiste em uma pequena incisão no olho, através da qual entra um aparelho que se utiliza de onda de ultra-som para fraccionar o cristalino e aspirar todos os seus fragmentos. Durante a cirurgia é mantida a cápsula posterior do cristalino, para que sobreponha uma lente intra-ocular.
A técnica extra-capsular não foi descartada como recurso, porém ela exige uma grande incisão para a retirada da catarata, e conseqüentemente uma maior necessidade de pontos, causando um retardamento na recuperação da visão.
Segundo o oftalmologista, a lente intra-ocular é multifocal e permite a visualização de objetos que se encontram longe e perto, dispensando a utilização de óculos após o ato cirúrgico. É importante ressaltar que elas já estão à venda no mercado, mas existem restrições e não são recomendadas para todos os pacientes, principalmente para aqueles que dirigem muito à noite porque causa distorção da luz. “Estamos aperfeiçoando essa lente, para que atenda a todos os pacientes, fazendo com que eles utilizem cada vez menos óculos após a cirurgia”, conclui.
Com duração de 10 a 15 minutos, a cirurgia deve ser realizada em um centro cirúrgico, onde há profissionais, disponibilização de recursos caso o paciente se sinta mal e, principalmente, esterilização do ambiente. “Mesmo realizada em um tempo curto, não podemos considerá-la banal, pois é uma cirurgia que requer cuidados com o pré e pós-operatório, porque no momento em que ocorre uma complicação pode gerar uma infecção grave, inclusive levar à perda da visão”, alerta Dr. Miguel.
De acordo com o oftalmologista, após o término do ato cirúrgico, o paciente volta a enxergar com total nitidez, mas em alguns casos isso não ocorre. Se a pessoa for diabética ou um idoso que tenha algum tipo de degeneração na retina ou senil, não terá uma recuperação total da visão.
Uma vez removida, a catarata não volta. O que normalmente acontece é opacificação de uma película que proporciona o suporte à lente intra-ocular, causando o embaço da visão e, durante o ato cirúrgico, o médico deve agir com cautela para não danificá-la. “Quando o paciente chega no consultório reclamando da vista embaçada após um determinado tempo, utilizamos como tratamento um aparelho chamado Yag laser, que realiza a limpeza dessa película e a pessoa volta enxergar como estava no pós-operatório”, diz o oftalmologista.
Durante a recuperação, o paciente deve seguir toda a orientação de seu médico, como não coçar os olhos com força, não carregar peso, e, principalmente, usar de maneira correta os colírios prescritos e comparecer a todas as consultas, a fim de evitar ou mesmo detectar precocemente qualquer complicação.
Vinte anos de profissão
Dr. Miguel Zaidan, ministrando palestra sobre "Catarata", no Centro de Estudos do Hospital HINJA. |
Questionado o porquê da parceria com o hospital Hinja, o oftalmologista afirma que a disponibilização e utilização das novas tecnologias que compõem a nova unidade e a eficiência no atendimento quando solicita materiais específicos para o procedimento cirúrgico, foram fundamentais em sua decisão. “O que tem me agradado no hospital é que ele sempre se preocupa em comprar o que há de melhor. Se peço um viscoelástico de uma determinada marca, por exemplo, sempre sou atendido”, afirma.
A importância da qualidade do material utilizado pelo hospital e os recursos disponibilizados pela unidade são fundamentais para a realização da cirurgia. “Não adianta somente uma boa cirurgia, necessita-se de bons materiais”, completa o oftalmologista.
Segundo Zaidan, quando se realiza uma cirurgia de catarata, por exemplo, a técnica da facoemulsificação, cada etapa depende da outra. “Se o médico faz uma incisão mal feita, a cirurgia fica comprometida. E com a ajuda de bons materiais, o miostático, a caneta, a faca para abrir o olho que é necessário ser auto selante, todas essas peças são necessárias para uma boa cirurgia”, diz. Ele ainda ressalta “ O Hinja tem me proporcionado tudo isso, e investido na compra de aparelhos como o facoemulsificador, que é um dos melhores que temos no mercado em termos de microscópio para operarmos. Por essas vantagens que fechei parceria com o hospital”.
Com a agenda lotada diariamente, Dr. Miguel reconhece o seu bom desempenho e destaca que ele é resultado de muita dedicação, por meio de palestras e eventos que propiciam o aperfeiçoamento de novas técnicas. Para ele, os pacientes são a razão de seu crescimento. “À medida que faço uma cirurgia e meu paciente fica satisfeito, ele me indica a conhecidos. Sem dúvida, essa é a melhor propaganda! Quando você faz um bom trabalho, procura novas técnicas favorecendo um melhor resultado e recuperação, isso vai lhe trazendo mais clientes, ou seja, uma procura maior”, comenta.
Os números expressam bem esse sucesso. O oftalmologista realiza, por mês, cerca de 30 cirurgias.
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