quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Estrias na gravidez. Existe maneira de evitá- las?

Durante o processo da gravidez, encontramos importantes modificações endocrinológicas, metabólicas, imunológicas e vasculares as quais só são toleradas por nosso organismo durante este curto período de tempo e provocam na pele alterações tanto patológicas quanto fisiológicas (naturais do nosso organismo). E apesar de fazerem parte das alterações fisiológicas na gravidez, as estrias não deixam de ser motivo de angústia para as gestantes que as tem e o temor das que não tem.
Acometem cerca de 70 a 90% das gestantes, principalmente após a 24 semana de gravidez, surgindo nas áreas de maior tensão da pele, como abdômen, mamas, braços e dorso. Porém, não só a distensão da pele, mas também a ação hormonal são causadoras delas. Em relação á distensão da pele, são fatores causadores para formação das estrias, não só o excesso de peso de alguns bebês como também de algumas mães.
As estrias são lesões em forma de linhas que aparecem paralelas umas as outras e podem ter alguns centímetros de comprimento. Inicialmente são avermelhadas ou róseas e ao final da gravidez e também no pós parto, tendem a melhorar seu aspecto e sua coloração passando para uma tonalidade esbranquiçada. A pele na área afetada tem consistência frouxa devido a degeneração das fibras elásticas a nível da derme (camada intermediária da pele), causada pela distensão desta pele.
Devemos lembrar também que as estrias fazem parte da herança familiar de algumas mulheres. Estas, por exemplo, necessitam de pouca distensibilidade de pele para manifestarem as temidas estrias. Outras as que não possuem este fator familiar podem passar por situações de grande distensibilidade de pele como a gravidez e até com ganho excessivo de peso nesta fase e passarem imunes as estrias.
Todos os tratamentos disponíveis hoje em dia, tanto os ambulatoriais,como as intervenções visam promover a melhora visual das estrias, ou seja, estas são irreversíveis e os tratamentos apenas visam fazer com que aquele tecido acometido tenha uma característica próxima a de uma pele normal.
Dentre os tratamentos disponíveis temos os ácidos domiciliares, peelings, intradermoterapia, laser, dermoabrasão, carboxiterapia entre outros. Alguns com melhores e outros com piores resultados. Porém, nenhum deles indicados durante a gravidez.
Para a prevenção das estrias durante a gravidez, deixo algumas dicas, principalmente para aquelas com herança familiar importante:

1) Alimentação saudável e balanceada para se evitar o ganho excessivo de peso. De preferência com acompanhamento de uma nutricionista.
2) Beber em média 08 copos de água por dia para promover a hidratação interna.
3) Evitar banhos quentes que ressecam a pele.
4) Usar de cremes e loções hidratantes visando evitar o ressecamento desta pele. Existem hoje em dia, formulações industrializadas específicas para gestantes com ativos antiestrias, com efeitos antiinflamatórios, calmantes e cicatrizantes.

Lembrando que os óleos muitas vezes usados, são apenas lubrificantes e não tem nenhum efeito comprovado na prevenção das estrias.
Seguindo estas dicas importantes, certamente a gestante fará desta fase, um universo de experiências inesquecíveis.

* Dra. Simone de Carvalho Reis Barreiros é Dermatologista

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