sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tire suas dúvidas sobre a temida "Enxaqueca"

É de senso comum atribuir o nome enxaqueca a qualquer dor de cabeça de forte intensidade; porém, do ponto de vista médico o termo enxaqueca refere-se a uma forma específica de dor de cabeça (cefaléia), usualmente de forte intensidade e acompanhada de outros sinais e sintomas, menos valorizados pelos pacientes frente ao caráter dramático da dor de cabeça.
A enxaqueca é uma doença bastante freqüente na população adulta, acometendo entre 5 a 10% da população, com franco predomínio em mulheres 3 a 4:1, onde chega a afetar cerca de 20% desta população em idade acima da 2ª década de vida.
A enxaqueca é uma forma de doença que se caracteriza por crises repetidas de dor de cabeça, habitualmente, de forte intensidade, acometendo um lado da cabeça, agravada pela atividade física, associada a intolerância a luz ou som podendo ser acompanhada de náusea ou vômitos. As crises podem durar de 4 até 72 horas se não tratadas adequadamente. Sintomas conhecidos pelo nome de aura podem acompanhar o quadro de dor. Estes sintomas costumam se apresentar como flashes de luz (escotomas cintilantes), como falhas no campo visual ou imagens brilhantes em ziguezague.
O diagnóstico é fundamentalmente clínico, baseado nas características da dor, não requerendo qualquer exame complementar, salvo em situações especiais. Neste caso a atenção do especialista neurologista faz-se necessária.
Existe muita mística a respeito de fatores que possam desencadear crises. Entretanto o surgimento de crises pode ser desencadeado de diferentes formas em cada indivíduo. O importante para o paciente é descobrir se existem fatores desencadeantes de suas crises, de forma a evitá-los. Existem fatores mais comuns e que devem ser observados individualmente, como: estresse físico ou emocional, privação de sono ou dormir em excesso, certos alimentos ou bebidas como chocolate, vinho tinto, laranja, embutidos e enlatados, entre outros; período menstrual e mais.
O tratamento da enxaqueca deve ser baseado no grau de intensidade e freqüência das crises; tendo duas abordagens que são paralelas e coadjuvantes. Em primeiro lugar deve-se abortar a crise e em segundo prevenir nova. O tratamento abortivo da crise visa interromper, em poucos minutos, uma crise já iniciada; já o tratamento preventivo tem por objetivo reduzir a freqüência e intensidade das crises. As crises leves, que não interferem com as atividades da vida diária, podem ser abordadas com manobras não medicamentosas como repouso. Já as crises moderadas a graves, aquelas que interferem com a capacidade produtiva ou definitivamente incapacitam o paciente, de vem ter abordagem medicamentosa, orientada por médico. A escolha da melhor terapia é absolutamente individual e deve ser personalizada a partir de regras conhecidas pelos especialistas.

* Dr. Luiz Alexandre Cabral Pinto é Neurologista

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