sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Aneurismas Cerebral

São dilatações anormais localizadas nas paredes dos vasos cerebrais (artérias e veias).
Os neuropatologistas ainda discutem se estes aneurismas são devido à falha na formação da parede do vaso (agenesia da lâmina elástica interna), à degeneração ou aos dois fatores. O aneurisma chamado sacular corresponde a 92%, os aneurismas arteroescleróticos a 7%, e os micóticos e traumáticos a 1%.
As causas não estão plenamente estabelecidas, encontramos com frequência lesões artereoescleróticas nas paredes dos aneurismas e a aterosclerose das artérias coronárias são frequentes nas vítimas fatais da ruptura de aneurisma, mas não ficou provado o papel da aterosclerose como fator de risco, enquanto o consumo de cigarro constitui um risco. Por outro lado, a hipertensão é capaz de acelerar a formação dos aneurismas.
Hereditariedade: existe uma predisposição hereditária para os aneurismas de 8 % encontrados em várias gerações e nos irmão. Excepcionalmente os aneurismas são encontrados em crianças.
Incidência: Prevalece a mesma em ambos os sexos, causam sintomas durante a quinta década de vida.
Quase todos os aneurismas têm o tamanho de um grão de ervilha mas também podem ser pequenos como a cabeça de um alfinete ou maiores que uma noz.

Quadro Clínicos/Sintomas e Sinais

O quadro clínico pode acontecer com ou sem ruptura do aneurisma. Sem ruptura é quando ele dependendo da sua localização comprime a estrutura vizinha, como os nervos ao contrário do que se acredita, a cefaléia (dor de cabeça) não costuma ser um sintoma do aneurisma integro ou seja, sem ruptura. Cerca de 10% dos aneurismas rompem-se durante o sono, e mais de 50 % durante esforço físico (levantamento de peso, evacuação, coito) a terça parte, durante as atividades normais.
A gestação como tal não se acompanha de maior índice de rupturas aneurismáticas, ao contrario do que ocorre durante o segundo e terceiro estágio do trabalho de parto.
Os sintomas variam conforme a localização, tamanho e principalmente decorrem da ruptura, ou seja, do extravasamento de sangue através do fundo do aneurisma, provocando principalmente cefaléia súbita, náuseas, vômitos, dor na nuca (rigidez de nuca). Podendo também ocorrer paralisia no III nervo craniano (estrabismo/visão dupla), dor na face em consequência de lesão no nervo trigêmeo, como também alteração da fala, alteração do campo visual e convulsão, entre outros ate mais graves.
Diagnóstico: A confirmação de hemorragia deve ser feita com rapidez por meio de Tomografia Computadorizada (TC), a seguir o exame de angiografia digital cerebral, (é usada a técnica de punção da artéria femural) que confirmará a presença do outros aneurismas.
As técnicas de angio TC e angio RM, são métodos menos invasivos, que podem mostrar aneurismas de 3mm ou mais em 95% dos casos, provavelmente, em pouco tempo, deverão substituir a angiografia.

Evolução da Doença

Até agora não ficou provado que o tratamento cirúrgico exerça algum impacto sobre o índice global de mortalidade por ruptura de aneurismas, já que mais da metade dos pacientes com hemorragia subaracnoide morre sem qualquer intervenção e a maior parte dos sobreviventes não é considerada aptas para a cirurgia devido a algumas contra-indicações.

O Tratamento

Uma vez diagnosticado o aneurisma deve ser tratado, ou melhor, excluído da circulação. Isso é feita pela cirurgia “a céu aberto” ou por meio da técnica endovascular, hoje com grande aceitação. No entanto, o Neurocirurgião trata a maioria dos aneurismas, resistindo em enviar para o tratamento endovascular, porque a técnica neurocirúrgica está muito desenvolvida com ótimos resultados e baixa morbidade e mortalidade, apesar da evolução da técnica endovascular, que já demonstra melhores resultados em aneurismas com localizações especifica.
Quanto ao momento da cirurgia, já foi descrito que deve ser realizado o mais rápido possível, pois a demora em operá-los, pode ocorre nova ruptura ou alterações vasculares, determinando sérias lesões para os pacientes, em alguns casos até a morte. Como também ressaltar que o tratamento neurocirurgião como o laudo vascular, são procedimentos de alto risco/alta complexidade e possibilidade de todos os tipos de sequela neurológica e que não existe tratamento clinico (ou seja sem cirurgia ou procedimento endovascular).
Os melhores resultados são obtidos com os cirurgiões que dispõem de acesso a neurorradiologia intervencionista trabalhando em conjunto. Técnicas endovasculares podem complementar com tratamento cirúrgico parcial e vice-versa.

* Dr. Julio Meyer é Neurocirugião



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