terça-feira, 30 de novembro de 2010

Tempo de catapora, proteja-se!!

A varicela é uma infecção causada pelo vírus varicela-zoster, também conhecida como catapora. É uma doença não letal em crianças saudáveis, apesar de ser muito desagradável, com necessidade de afastamento das atividades normais por até 10 dias, devido a alta contagiosidade.
Esta doença é mais severa em adolescentes e adultos e pode causar complexidade em pessoas com sistema imunológico baixo. É importante mencionar, que a infecção durante a gravidez pode resultar má formação congênita, e até mesmo morte do bebê.
Ela é transmitida através da inalação de gotículas que contêm o vírus varicela zoster presentes no ar. Antes de surgirem as lesões de pele a pessoa já está transmitindo o vírus, principalmente em ambientes como creches escolas. O isolamento de uma pessoa infectada ajuda a evitar a transmissão da infecção para aquelas que ainda não tiveram a varicela.
Os sintomas começam 10 a 21 dias após a infecção, sendo inespecíficos e leves nos primeiros 2 a 3 dias, com febre moderada e uma sensação de mal estar. Aproximadamente 24 a 36 após o início dos primeiros sintomas, surge uma erupção cutânea caracterizada por pequenas manchas avermelhadas e planas. Cada mancha torna-se elevada e se forma uma bolha cheia de líquido, pruriginosa e além de toda a pele ficar avermelhada, após a formação da crosta. Por volta do quinto dia param de surgir “manchas” novas. Logo no sexto dia, a maioria delas já formou crostas e quase todas desaparecem em menos de 20 dias.
Essas lesões podem aparecer no couro cabeludo, no interior da boca, no ânus, na vagina (nas mucosas, rompem rapidamente e formam úlceras que podem ser dolorosas). As úlceras também podem se formar nas pálpebras e nas vias aéreas superiores. A pior fase da doença geralmente dura 4 a 7 dias. Quando só existirem crostas, não há mais risco de transmissão.
Neste período as complicações que podem aparecer, são as infecções de pele de leve a graves. As lesões cutâneas causadas pela varicela podem ser infectadas por bactérias, causando erisipela, impetigo, entre outras, o que leva a necessidade de tratamento com antibióticos e dependendo do caso até internação.
Os casos leves da varicela exigem apenas um tratamento sintomático, como compressas molhadas com permaganato de potássio sobre a pele, que ajudam a aliviar o prurido (coceira) e previnem escoriações que podem disseminar a infecção e formar cicatrizes. Por conta do risco de infecção bacteriana, a pele deve ser lavada freqüentemente com água e sabão, as mãos sempre mantidas limpas. Quando ocorre uma infecção, existe a necessidade de administração de antibióticos.
Para se prevenir, As Sociedades Brasileiras de Imunização e de Pediatria recomendam a vacinação de todas as crianças, a partir de 12 meses de idade. Os adultos que não tiverem a doença, também devem ser vacinados. Crianças e adultos que já tiveram a varicela, não necessitam ser vacinados. O tratamento é realizado em duas doses, a primeira aos 12 meses de idade e a segunda entre 4 e 6 anos de idade. Na verdade, pessoas de qualquer idade podem ser vacinadas, com duas doses e intervalo mínimo de três a quatro meses entre elas.
Atualmente é indicado duas doses da vacina, sendo que uma dose é 95 a 98% eficaz na prevenção das formas graves de varicela. Observamos as crianças que são vacinadas no decorrer do tempo, e desde que a vacina tornou-se disponível, verificamos que um número considerável de crianças contraia a doença, mesmo que de forma branda. A partir daí passou a ser indicada a segunda dose para cobrir as eventuais falhas na resposta imunológica, diante da primeira dose.
É importante ressaltar, que existe um trabalho da Sociedade Brasileira de Pediatria junto com o Ministério da Saúde, para inclusão desta vacina no calendário básico vacinal a partir do próximo ano. Vamos torcer!!


* Dr. Abel Duarte Mello Júnior é Pediatra

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