sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Descolamento de retina


Figura 1
  A retina é a camada mais interna do olho. Funciona como um filtro fotográfico, captando a imagem e passando-a para o nervo óptico que transmite ao cérebro. Intimamente aderida à retina existe o vítreo que é uma espécie de gelatina transparente que preenche o globo ocular ( fig. 1 ).
Com o envelhecimento, o vítreo pode soltar-se sem que isto, obrigatoriamente, cause danos a visão. Entretanto, ao solta-se, o vítreo às vezes rasga a retina em um ou mais pontos de aderência. Se isto ocorrer, o vítreo pode passar pelo(s) rasgo(s), e provocar o descolamento de retina ( Fig 2).
A doença ocorre geralmente após os 40 anos. Apresentam possibilidade de desenvolvê-la, as pessoas que possuem história de descolamento de retina na família, as que tem miopia ou glaucoma, e as que se submeteram a cirurgia de catarata. Os socos ou acidentes que resultem em ferimentos, pancada ou batida forte no olho, na face ou na cabeça podem também provocar descolamento de retina. A doença pode ser ainda causada por tumores, inflamações graves ou complicações do diabetes.

Figura 2
 Os rasgos na retina podem ocorrer sem que a pessoa perceba inicialmente seus sintomas. Mas, se houver vazamento de sangue no vítreo pode ocorrer comprometimento da visão no olho atingido. Em outros casos, o paciente pode perceber clarões ( ”flashes” ) ou pontos negros conhecidos como moscas volantes. Esses sintomas não significam obrigatoriamente, a ocorrência de rasgos na retina, pois as moscas volantes podem decorrer da formação de pequenas partículas no vítreo.
Em casos de descolamento de retina, a pessoa poderá perceber uma imagem ondulada ou uma sombra que fecha o campo de visão. Algumas pessoas comparam esta sensação à de uma cortina se fechando, ou uma sombra se desenhando na frente do olho, ou como se estivesse sob a água. Se o descolamento atingir a região central da retina ocorrerá uma distorção ou redução da visão central e o olho não será capaz de ver detalhes finos. Em alguns casos, o descolamento pode ocorrer repentinamente provocando perda total da visão do olho atingido.

Figura 3
 O oftalmologista realizará um exame completo da retina e de outra partes do olho utilizando os instrumentos chamados oftalmoscópio indireto e lâmpada de fenda. Se a visibilidade no interior do olho estiver dificultada pela catarata, oftalmologista poderá realizar uma ultra sonografia.
Se a retina tem apenas buracos ou rasgos e não descolou, o tratamento é feito através de fotocogulação retiniana com laser. No entanto, quando há descolamento, o tratamento mais apropriado será determinado dependendo da gravidade do quadro e do julgamento do retinólogo. Nos casos mais complexos um procedimento cirúrgico chamado vitrectomia (fig. 3 ) é utlizado. Atualmente a grande maioria dos casos pode ser resolvido com cirurgia.

* Dr. Adriano Martins é Oftalmologista

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