quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A mãe precisa ser perfeita?

Quando sonha em ter filhos, toda mulher logo imagina que será exemplar, batalhadora, nunca perderá a calma, resolverá os problemas da família e, de quebra, conseguirá conciliar trabalho, casa, casamento e lazer. A psicóloga Ana Merzel Kernkraut, coordenadora do serviço de psicologia do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, chama a atenção para o equívoco inerente a esse sonho de perfeição. “Nós não somos perfeitas. Erramos, temos sentimentos”, alerta.
E ninguém melhor que os filhos para lembrar que as mães também têm lá a sua dose de imperfeição. Algumas vezes – quando aprontam uma grande travessura, por exemplo –, eles despertam sentimentos que parecem seguir na contramão do amor materno. É o caso da raiva. Dependendo da circunstância, não há nada de errado em experimentar essa emoção, que surge justamente para mostrar o quanto as mulheres são humanas. “Você ama incondicionalmente, mas é mentira dizer que a mãe nunca teve raiva do filho em determinado momento”, afirma a psicóloga Ana Merzel.
A rotina diária também acaba levando as mulheres a achar que fazem menos do que poderiam por seus filhos – e isso dá vazão ao velho sentimento de culpa. Antes de se cobrar, é preciso lembrar que, além da preocupação com as crianças, a mãe tem todo o direito (o dever, aliás) de cuidar de si mesma. E isso não é ser imperfeita. “Qualquer mãe faz o melhor por seu filho: se sai pra trabalhar, é para poder dar uma vida com mais conforto para ele ou para se satisfazer como profissional e estar feliz”, lembra a psicóloga Mara Pusch, professora da Universidade Federal de São Paulo.

Chega de cobranças

Na verdade, a ânsia materna pela perfeição não surge à toa. “A sociedade cobra isso da mulher”, diz a psicóloga Angélica Capelari, da Universidade Metodista de São Paulo. Mas ela recomenda tomar cuidado para não cair nessa armadilha. A preocupação exagerada com os filhos talvez leve a transtornos psiquiátricos. “A mulher pode ficar ansiosa ou depressiva, achando que o que faz nunca é suficiente”, diz ela.
Assim, se em algum momento você achou que deveria ter feito diferente ou agido melhor, a solução é encarar a realidade sem neuras e cobranças exageradas. “O importante é aceitarmos que somos falhas e nos perdoarmos por isso para que a maternidade não seja um fardo”, aconselha Mara Pusch.

2 comentários:

  1. Muito oportuna a postagem.A mãe é sempre cobrada e sempre também se cobra achando tudo culpa sua por trabalhar fora,ou por não trabalhar.Por sair e deixar o filho ,ou por viajar, e vai longe a lista.
    É verdade também que muitas vezes sentimos raiva ,apesar do amor,e isso é apenas natural.Nenhuma criança é linda fazendo pirraça e nenhum bebê é agradável berrando as 2horas da madrugada e você querendo dormir só um pouquinho.
    Nada disso diminui o amor que sentimos por nossos queridos rebentos.
    Teca

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  2. Teca, muito obrigada pela contribuição!! Bom saber que gostou do post, continue nos acompanhando.

    ;)

    Equipe Bem-Estar

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