sábado, 4 de dezembro de 2010

Driblando o estresse no dia-a-dia

Segundo Hans Seyle (pesquisador canadense) a palavra estresse, termo emprestado da física, foi empregada para descrever “uma ameaça real ou potencial a homeostasia”. Seyle descreveu os sintomas do estresse sob o nome de Síndrome Geral de Adaptação, o qual é composto de três fases: alarme, resistência e esgotamento; após esta última fase observou-se o aparecimento de diversas doenças significantes, como hipertensão, úlcera, atrites, etc...
Podemos dividi-lo em dois tipos básicos: crônico, que afeta a maioria das pessoas, e agudo, causado por situações traumáticas (passageiras).

Natureza do estresse

Ele pode ser de natureza física, psicológica ou social, sendo composto de um conjunto de reações fisiológicas capazes de alterações significativas no organismo, causando prejuízos potenciais no mesmo.
Natureza física:
Estudos têm-se feito para verificar a importância de sua interpretação subjetiva e seus reflexos no organismo. O excesso de estresse pode causar desde dores pelo corpo até sérios sintomas como hipertensão e problemas cardíacos. A repercussão no sistema cardiovascular, seria um desses estudos, estando sujeitas às influências neuro-humorais, havendo um aumento da freqüência cardíaca, da contratrilidade, débito cardíaco e consequentemente uma elevação da pressão arterial sistêmica.
Natureza psicológica ou social:
A vivência desse estresse se caracteriza por perdas, seja ela da auto-estima, perda de pessoas e situações, como por exemplo a perda de um emprego. Isso leva a pessoa a um sentimento de tristeza, baixa auto-estima, isolamento etc...,podendo levá-lo até mesmo a depressão. O quadro mais grave poderíamos dizer que seria quando a pessoa perde o controle de si mesma, comprometendo sua integridade física, psíquica e social.

Bom/Mau estresse (distresse)

O bom seria quando a pessoa o utiliza para seu próprio benefício, levando-a ao desafio e auto-motivação, com isso melhoram seu desempenho pessoal e aumenta a sensação de bem-estar.
O mau-estresse, ou distresse, seria quando a pessoa não consegue utilizá-lo em benefício próprio, devido a sobrecarga, ele é maléfico e gera grande tensão, levando a pessoa a um desânimo, chegando até mesmo a depressão.

Possíveis saídas para evitar ou controlar o estresse

1. Deve-se fazer uma alimentação balanceada;
2. Fazer atividades físicas, principalmente as que lhe dão prazer;
3. Planejar sua vida, dando espaço não só para sua profissão como também para o lazer, que em uma situação de estresse será um ponto fundamental;
4. Aprender a dividir seus problemas, procurando um terapeuta;
5. Visitar seu médico regularmente, para que ele possa sinalizá-lo ou acompanhá-lo.

Estilo de Vida/Estresse/Trabalho

Levar uma vida sedentária é um risco maior que se esperava de doenças cardíacas, segundo uma pesquisa divulgada pela Fundação Britânica para o Coração (British Heart Foudation), assim como fumar, consumir bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos, todos são grandes colaboradores para futuros problemas cardíacos.
O estresse no trabalho vem se tornando cada vez mais comum na vida das pessoas, afetando pelo menos um terço dos homens e mulheres. Se por um lado o trabalho pode ser visto como atividade produtora ontológica, constituinte da identidade do sujeito, assumindo um papel essencial para assegurar a auto-estima, por outro, seu excesso desmedido contribui para propensas doenças.
Quando o trabalho é excessivo, ele é visto como sofrimento, ou de um “suposto” prazer, podendo ocorrer determinadas patologias sociais, que com isso promovem patologias individuais, caracterizadas por desordem psíquicas, reveladas por meio de determinados sintomas. Existem também indivíduos que já tem alguma desestrutura psíquica, ou melhor, uma predisposição a determinados tipos de doenças, que o trabalho se torna apenas um desencadeante, fazendo com que haja uma aderência da patologia individual à social.
É importante estarmos sempre atentos para esses sinalizadores. A existência do estresse está relacionada concomitantemente a presença de um conjunto de indicadores, e não somente de sintomas isolados, fazendo-se primordial um diagnóstico clínico, para o acompanhamento, tratamento e eficácia do mesmo.

* Jacqueline C. Villela é Psicóloga

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