Observa-se na prática clínica que bebês até dois anos de idade apresentam pelo menos um episódio de assadura nesta fase da vida. Trata-se da chamada dermatite amoniacal ou, dermatite de fraldas, que causa uma intensa área de vermelhidão e inchaço ao redor do ânus e genitália externa, até raiz das coxas, exatamente na área coberta pelas fraldas, causando grande desconforto para a criança, que pode ficar irritada e inquieta.
Fatores como umidade local, resíduos de amônia deixados pelas fezes e urina, amaciantes e sabões utilizados na lavagem das fraldas de pano aliados ao atrito local, levam à maceração da pele fina e sensível do bebê ocasionando essas lesões erosivas e, dolorosas, que podem ser invadidas por fungos (monília ou cândida albicans) e, até mesmo, bactérias.
Geralmente, tais agentes que causam as micoses são os mesmos do sapinho e candidíase vaginal e acometem os bebês que estejam em uso de antibióticos e corticóides por tempo prolongado. Tais drogas destroem a flora intestinal responsável pelo equilíbrio entre os agentes que ajudam o organismo e os que o agride, o que determina a proliferação dos fungos.
Mudanças na alimentação da criança também podem aumentar a acidez das fezes, assim como infecções diarréicas, propiciando a invasão dos microorganismos, causando as assaduras.
Assim, assaduras são causadas por agentes infecciosos que invadem a pele na região das fraldas; enquanto alergias são processos inflamatórios ocasionados por hipersensibilidade a algum agente irritante local, como perfumes contidos na fralda descartável ou pelo material com que é confeccionada, além do sabão ou do amaciante usados nas fraldas de pano, ou por não serem adequadamente lavadas.
Torna-se difícil diferenciá-las, pois um quadro provocado por alergia também vai sofrer a invasão de agentes infecciosos locais, sendo importante, nos casos suspeitos afastar a causa do problema, isto é, deve-se substituir a fralda descartável por outra marca.
Se a criança estiver usando fralda de pano, passe a lavá-las com sabão de coco, ou outro sabão neutro e, acrescente um copo de vinagre branco na água do enxágüe, depois, ponha a fralda para secar ao sol e na hora de passar use o ferro quente.
Portanto, manter o bebê sequinho e limpinho é a base para evitar esses agravos aos pequeninos, procurando efetuar tantas trocas de fraldas quantas forem as vezes que ele evacuou ou urinou, lavando sempre com água morna e algodão; pode-se usar também sabonete líquido neutro, desenvolvido para uso infantil, deixando o lenço umedecido como uma alternativa prática para uso em passeios e viagens, e não no dia-a-dia, evitando-se que fiquem resíduos irritantes à pele delicada do bebê.
Fiquem atentos para limpar as meninas da frente para trás, evitando trazer contaminação para a vagina, limpando bem todas as dobrinhas da genitália; e, quanto aos meninos, lembre-se de limpar também por baixo e ao redor da bolsa escrotal, não se esquecendo de higienizar a região da glande e prepúcio, abaixando um pouco a pele para limpar, sem forçar, depois voltando com ela para o lugar.
Após lavar, use uma toalha macia para enxugar a pele da criança delicadamente, sem esfregar, para não provocar atrito com a pele; e, para criar uma barreira protetora devemos impermeabilizá-la com um creme ou pomada após cada troca de fraldas, geralmente à base de óxido de zinco, sempre redobrando os cuidados de higiene antes de usá-los, pois se ficarem resíduos ácidos, devido a pele não estar bem limpa, tais veículos perderão a função protetora, por aumentarem o contato com os agressores.
Por fim, sempre é válido lembrar-se de lavar as mãos antes e depois de cada troca de fraldas. Com esses cuidados, espera-se prevenir a dermatite ou, evitar a piora de uma já instalada.
* Dra. Efigênia Vanda de Jesus é Pediatra
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