sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Catarata: o que é, e como tratá-la?

O olho humano é semelhante a uma câmara de filmar. Internamente, existe uma lente, o cristalino, com capacidade de focalização, e na parte posterior, uma película nervosa sensível, a retina, que funciona na captação de imagens.
Com a catarata há uma turvação progressiva do cristalino, que interfere na absorção da luz que chega à retina e causa uma visão borrada. A leitura fica mais difícil e dirigir um carro pode se tornar perigoso, devido às dificuldades que o portador encontra para enxergar com nitidez. “A sensação que o paciente tem é de que a visão está embaçada, como se houvesse uma nuvem, uma fumaça na frente dos olhos”, explica Dr. Miguel Zaidan, oftalmologista na Clínica de Olhos Dr. Rosuel Zaidan.
A catarata pode ter várias etiologias, como traumáticas, congênita, por uso de medicamentos, inflamatórias, entre outras. Porém a causa mais comum de seu surgimento está relacionada à idade, também denominada senil.
A principal causa de cegueira infantil é a catarata congênita (adquirida antes do nascimento ou no primeiro mês de vida), considerando que os possíveis fatores apontados são anomalia de desenvolvimento, fator hereditário, embrionário infecciosa; rubéola, toxoplasmose e sífilis materna. “Por isso, nós, profissionais de saúde, insistimos na importância de se realizar um bom pré-natal, a fim de se prevenir a criança de possíveis doenças”, ressalta o oftalmologista.
Uma vez formada, o único tratamento é a extração cirúrgica e sua indicação ocorre quando a diminuição visual interfere nas atividades rotineiras ou quando há aumento na pressão intra-ocular do paciente. “Antigamente era necessário o amadurecimento da catarata para fazer a operação. Hoje essa situação mudou, o idoso se tornou uma pessoa muito mais dinâmica: faz faculdade da terceira idade, ginástica, executa tarefas no computador”, ressalta Dr. Miguel.
Atualmente existem duas técnicas para a realização do procedimento cirúrgico: a extra-capsular e a facoemulsificação, considerando que a última é mais utilizada e com um maior avanço tecnológico. A facoemulsificação consiste em uma pequena incisão no olho, através da qual entra um aparelho que se utiliza de onda de ultra-som para fraccionar o cristalino e aspirar todos os seus fragmentos. Durante a cirurgia é mantida a cápsula posterior do cristalino, para que sobreponha uma lente intra-ocular.
A técnica extra-capsular não foi descartada como recurso, porém ela exige uma grande incisão para a retirada da catarata, e conseqüentemente uma maior necessidade de pontos, causando um retardamento na recuperação da visão.
Segundo o oftalmologista, a lente intra-ocular é multifocal e permite a visualização de objetos que se encontram longe e perto, dispensando a utilização de óculos após o ato cirúrgico. É importante ressaltar que elas já estão à venda no mercado, mas existem restrições e não são recomendadas para todos os pacientes, principalmente para aqueles que dirigem muito à noite porque causa distorção da luz. “Estamos aperfeiçoando essa lente, para que atenda a todos os pacientes, fazendo com que eles utilizem cada vez menos óculos após a cirurgia”, conclui.
Com duração de 10 a 15 minutos, a cirurgia deve ser realizada em um centro cirúrgico, onde há profissionais, disponibilização de recursos caso o paciente se sinta mal e, principalmente, esterilização do ambiente. “Mesmo realizada em um tempo curto, não podemos considerá-la banal, pois é uma cirurgia que requer cuidados com o pré e pós-operatório, porque no momento em que ocorre uma complicação pode gerar uma infecção grave, inclusive levar à perda da visão”, alerta Dr. Miguel.
De acordo com o oftalmologista, após o término do ato cirúrgico, o paciente volta a enxergar com total nitidez, mas em alguns casos isso não ocorre. Se a pessoa for diabética ou um idoso que tenha algum tipo de degeneração na retina ou senil, não terá uma recuperação total da visão.
Uma vez removida, a catarata não volta. O que normalmente acontece é opacificação de uma película que proporciona o suporte à lente intra-ocular, causando o embaço da visão e, durante o ato cirúrgico, o médico deve agir com cautela para não danificá-la. “Quando o paciente chega no consultório reclamando da vista embaçada após um determinado tempo, utilizamos como tratamento um aparelho chamado Yag laser, que realiza a limpeza dessa película e a pessoa volta enxergar como estava no pós-operatório”, diz o oftalmologista.
Durante a recuperação, o paciente deve seguir toda a orientação de seu médico, como não coçar os olhos com força, não carregar peso, e, principalmente, usar de maneira correta os colírios prescritos e comparecer a todas as consultas, a fim de evitar ou mesmo detectar precocemente qualquer complicação.



Vinte anos de profissão


Dr. Miguel Zaidan, ministrando palestra sobre
"Catarata", no Centro de Estudos do
Hospital HINJA.
 Com vinte anos na área oftalmológica, Dr. Miguel Zaidan formou-se na UniFoa, em Volta Redonda, fez residência no Instituto Benjamim Constan no Rio de Janeiro e desde então dedica-se a atender a população voltarredondense.
Questionado o porquê da parceria com o hospital Hinja, o oftalmologista afirma que a disponibilização e utilização das novas tecnologias que compõem a nova unidade e a eficiência no atendimento quando solicita materiais específicos para o procedimento cirúrgico, foram fundamentais em sua decisão. “O que tem me agradado no hospital é que ele sempre se preocupa em comprar o que há de melhor. Se peço um viscoelástico de uma determinada marca, por exemplo, sempre sou atendido”, afirma.
A importância da qualidade do material utilizado pelo hospital e os recursos disponibilizados pela unidade são fundamentais para a realização da cirurgia. “Não adianta somente uma boa cirurgia, necessita-se de bons materiais”, completa o oftalmologista.
Segundo Zaidan, quando se realiza uma cirurgia de catarata, por exemplo, a técnica da facoemulsificação, cada etapa depende da outra. “Se o médico faz uma incisão mal feita, a cirurgia fica comprometida. E com a ajuda de bons materiais, o miostático, a caneta, a faca para abrir o olho que é necessário ser auto selante, todas essas peças são necessárias para uma boa cirurgia”, diz. Ele ainda ressalta “ O Hinja tem me proporcionado tudo isso, e investido na compra de aparelhos como o facoemulsificador, que é um dos melhores que temos no mercado em termos de microscópio para operarmos. Por essas vantagens que fechei parceria com o hospital”.
Com a agenda lotada diariamente, Dr. Miguel reconhece o seu bom desempenho e destaca que ele é resultado de muita dedicação, por meio de palestras e eventos que propiciam o aperfeiçoamento de novas técnicas. Para ele, os pacientes são a razão de seu crescimento. “À medida que faço uma cirurgia e meu paciente fica satisfeito, ele me indica a conhecidos. Sem dúvida, essa é a melhor propaganda! Quando você faz um bom trabalho, procura novas técnicas favorecendo um melhor resultado e recuperação, isso vai lhe trazendo mais clientes, ou seja, uma procura maior”, comenta.
Os números expressam bem esse sucesso. O oftalmologista realiza, por mês, cerca de 30 cirurgias.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Crianças X Doença das vias respiratórias

Orientações:
• Use para a criança o quarto mais ensolarado e livre de poeira;
• Não fume dentro de casa nem do carro! Essa é importante seguir!

* Alimentação

• Se o apetite diminuir, ofereça os alimentos em quantidades menores e em mais vezes.
• Se o bebê mama no peito, de o seio varias vezes ao dia.
• Oferecer canja de frango bem temperada com alho.
• Oferecer líquidos (água, chá, suco) à vontade.

* Se o nariz estiver congestionado

• Utilizar o medicamento prescrito para lavar bem as narinas.
• Se a febre for alta (mais de 38,5?C) ou se a criança estiver muito incomodada.
• Dar antitérmico/analgésico, conforme orientação médica.
• Pode repetir a cada 6 horas, se for necessário.
• Não é preciso baixar totalmente a febre (um pouco de febre ajuda o organismo a reagir);

* Acompanhamento - Observar com atenção e retornar, se:

• Febre de 39,5ºC ou mais.


• Gemência ou falta de ar ou chiado forte.


• Febre dura mais de 3 dias completos.


• Catarro verde-amarelado por mais de 2 dias.
 
* Dra. Efigênia Vanda de Jesus é Pediatra

Acne: Mitos e Verdades

Acne é uma doença que atinge a unidade pilossebácea levando a formação de seborréia e lesões na face e no tronco. Normalmente acomete com mais frequência a face, o dorso e o tórax, por apresentar, nessas áreas, um maior número de glândulas sebáceas. Aparece geralmente no início da adolescência, podendo chegar até a terceira década de vida, sem predileção por sexo. Acomete normalmente aqueles jovens que herdaram dos pais esta característica.
Os fatores que contribuem com a formação da acne são basicamente o caráter hereditário e a alteração hormonal que ocorre na adolescência hormonal que ocorre na adolescência, sem caracterizar um distúrbio hormonal. Fora do período da adolescência, pode-se desconfiar de algum distúrbio hormonal ou ser causa exógena, como pessoas que trabalham em contato com graxas, óleos e derivados, ou uso de cosméticos muito gordurosos por exemplo. Pode ser causada também por alguns medicamentos e exposição solar intensa. Esta última contribui para piora das lesões, provocando mais obstrução dos poros e da secreção sebácea. Porém a exposição solar moderada em horários apropriados pode ajudar a melhorar as lesões (por ações dos raios ultravioleta).
O quadro de acne é classificado da seguinte forma: grau 1 inflamação; grau 2-apresenta cravos, mas predomina as pápulas inflamatórias (bolinhas vermelhas com ou sem pus); grau 3 – presença de cravos, pápulas com importante reação inflamatória, cistos e abcessos; e grau 4: todas as lesões anteriores, com intensa reação inflamatória e cicatrizes profundas.
Os quadros são a acne grau 1, como citado anteriormente, e são classificados em abertos e fechados, ou seja, os abertos são bolinhas amareladas no qual poro não está dilatado, e os fechados são aqueles em que se observa o poro aberto com ponto central. O cravo fica preto devido ao processo de queratinização da pele.
Não se deve espremer espinhas e cravos porque aumenta o dano tecidual com formação de manchas e cicatrizes e, consequentemente, a reação inflamatória.
A influência da alimentação não se confirma com estudo científico, mas aquelas pessoas que “afirmam” sofrer influência da alimentação, nós apenas aconselhamos a evitar tais alimentos.
É muito importante que a pele acneica seja limpa corretamente, mas não intensivamente. A limpeza excessiva da pele pode causar “efeito rebote”, ou seja, provocar aumento da secreção sebácea. A limpeza deve ser feia com produtos apropriados, indicados pelos dermatologistas, ou feito por pessoas treinadas (limpeza de pele). A limpeza de pele frequente contribui para acelerar o processo de melhora.
Os anticoncepcionais, que possuem em sua composição o acetato de ciproterona, podem auxiliar no tratamento da acne, principalmente em mulheres que apresentam distúrbios hormonais e síndrome do ovário policístico. Mas só vão ajudar nestes casos.
Todo paciente com acne necessita de cuidados médicos, mesmo que seja por questões estéticas. O tratamento no início da doença permite um controle mais adequado da acne e evita a formação de manchas e cicatrizes que são de difícil tratamento.
Existem atualmente muitos tratamentos para acne, de todas as suas formas. O tratamento de cura de acne mais recente, é a isotreitinoína e é indicado m três situações: acne grave grau 4, acne cicatricial e acne persistente (que já realizou vários tratamentos sem controle das lesões). Esta medicação possui efeitos colaterais, sendo o mais grave a malformação fetal, ou seja, durante o tratamento a paciente, em hipótese alguma, poderá ficar grávida. Este efeito, porém, ocorre apenas no período de tratamento e após três meses de término da medicação, a mesma poderá engravidar sem nenhum risco. Há então, a necessidade de selecionar os pacientes que irão usar a medicação, já que estamos falando de jovens (faixa etária sexualmente ativa ou iniciando uma atividade sexual, muitas vezes sem utilizar métodos contraceptivos). Há também necessidade de controle de outros efeitos colaterais através de exames laboratoriais. Mas a fantásticos e é sempre muito bem tolerada por quem utiliza.
Na maioria dos casos utilizamos tratamentos ditos “paliativos”, com muito menos efeitos colaterais e também com excelentes resultados, já que sabemos que a acne pode melhorar a partir da segunda década de vida.
Existem tratamentos que melhoram substancialmente as cicatrizes, inclusive algumas técnicas cirúrgicas, mas as cicatrizes mais profundas e muito extensas são muito difíceis de tratar.
É importante salientar que pessoas de pele acneica não podem usar qualquer tipo de cosmético. Este deve ser indicado pelos dermatologistas, porque, na maioria das vezes, um cosmético mal indicado pode provocar piora nas lesões ou frustrar um tratamento que poderia dar certo com medicação adequada.

* Dra. Cynthia Furtado é Dermatologista

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Opinião: Bullying - Brincadeira sem graça!

Bullyng é realmente uma “brincadeira sem graça”, e fica mais sem graça ainda se fecharmos os olhos para algo tão sério.
A prática de atos agressivos dentro das escolas, de apelidos a socos e pontapés, tem gerado medo e temor aos alunos na hora de ir para a escola.Infelizmente, isso não é novidade mas tem se agravado nos últimos anos. Paro para pensar o porquê de tanta agressividade! Sem escolha de escola, pública ou privada, sem escolha de classe social, e até mesmo de idade! Pasmem! Tudo pode estar iniciando no pré-escolar e muitas vezes deixamos de lado este momento. Crianças agressivas chegam à sala de aula e simplesmente são rotuladas como “o agressivo da turma” e fica por isso mesmo.
A prática destes atos agressivos, sejam eles através de apelidos ou de forma física geram na maioria das vezes a baixa da auto-estima, o isolamento, a depressão e podem chegar a pensamentos negativos de vingança.Vimos em noticiários o extremo de aluno armado entrar na escola e tirar a vida de colega por motivo banal.
Quanto aos maiores, acham “bonito ser feio”! Isso mesmo, o que era para ser o errado por estar desrespeitando o próximo passa a ser “o tal”, líder da galera! Não só ao colega da turma mas amedronta e agride até mesmo o professor.
A escola precisa estar alerta e não fechar os olhos para tais acontecimentos e em parceria com a família resolver o problema o mais rápido possível.
A primeira sociedade em que o individuo é inserido é a família, que deve ser o seu porto seguro. A super-proteção, o achar que “meu filho não erra” (ser o perfeitinho não é fácil, não é mesmo criança!), os presentes sem motivo ou seja, simplesmente porque comprar é mais fácil que dar tempo com qualidade. Ser extremista isto é, autoritário ou permissivo. Falta de limites, saber dizer NÃO e SIM. Enfim chego a falta de regras. Uma regra básica de sobrevivência a ser ensinada aos nossos filhos é o respeito e amor ao próximo, e para isso acontecer :SER EXEMPLO.
Um valoroso Provérbio de Salomão deixo para meditação de pais e educadores: “Ensina a criança no caminho em que deve andar,e, ainda quando for velho não se desviará dele.” (Provérbios 22:6); ensinar é enculcar, colocar valores na cabeça de nossos alunos e filhos. No caminho, não é simplesmente apontar - é por ali- é caminharem juntos. E quando for velho não se desviará porque o nosso bom exemplo será seguido.

* Elisana Thuler Schuwarte Silva é Pedagoga

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tire suas dúvidas sobre medicamentos

Respondendo às 10 principais dúvidas da população


O Disque Saúde tem atendido milhares de chamadas de gente do País todo. Resumimos aqui algumas das perguntas que mais têm aparecido e suas respostas. Veja se elas podem lhe ajudar a se orientar.

1) As farmácias e drogarias são obrigadas a receber de volta os medicamentos suspeitos ?
Não existe uma lei clara sobre isso, tratando só de farmácias e drogarias. Mas o Código de Defesa do Consumidor prevê que qualquer pessoa que compre seja que for, ao ficar insatisfeita, pode apresentar a nota fiscal (com o nome do medicamento e o número do lote) e exigir o dinheiro de volta. Ou um outro produto no mesmo valor. Se tiver problemas, ligue para o PROCON.

2) Quem tiver algum problema de saúde por tomar medicamento falso deve fazer o quê ? Quem deve ser responsabilizado por isso ?
Deve procurar imediatamente o seu médico ou o serviço de saúde mais próximo de casa, para corrigir o tratamento.
O caso deve ser denunciado à polícia e à Vigilância Sanitária de sua cidade, que vão investigar quem são os responsáveis diretos e indiretos pela falsificação.
Não é possível acusar imediatamente o laboratório, a farmácia ou a drogaria, que às vezes também foram vítimas de criminosos falsificadores. Mas, se o fabricante, distribuidor ou o vendedor tiverem conhecimento do caso e não tomarem providências, também serão responsabilizados.

3) Quais os perigos de um medicamento falso para a saúde do paciente ?
Variam muito, dependendo do tipo de falsificação. Se o medicamento tiver sido diluído ou enfraquecido a doença que devia estar sendo tratada permanece ou piora. Em alguns casos, isso pode significar risco de vida. Mudanças na fórmula do produto aumentam as chances de intoxicação, prejudicando principalmente os rins e o fígado, no caso de medicamentos de uso permanente. Mesmo quando as drogas são legítimas, se forem cargas roubadas de laboratório ou amostras grátis reembaladas pelas quadrilhas, perdem-se todas as garantias de higiene e conservação dos medicamentos.

4) Há mais riscos de adquirir medicamentos falsos comprando envelopes avulsos, fora das caixas?
Sim. Principalmente porque você não tem como conferir o número do lote, que deve ser o mesmo dentro e fora, no envelope e na caixa.

5) Se um produto que não está na lista dos medicamentos falsificados não fizer efeito, o que devo fazer ?
Na dúvida, ligue para o médico, que poderá receitar outro medicamento. Em relação à suspeita sobre o produto que não funcionou, você ou o médico devem entrar em contato com o Disque Saúde (0800-611997), com o serviço de Vigilância Sanitária da cidade ou com a Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Saúde Pública, da Polícia Federal. Eles podem investigar e providenciar o teste do medicamento.

6) Quais são os tipos mais comuns de falsificação ?
Elas vão desde a raspagem da frase "venda proibida" (no caso das amostras grátis ou medicamentos distribuídos pelas rede do SUS) até a mistura dos medicamentos líquidos com água ou outro diluidor. Também é comum a retirada de pílulas das cartelas e sua colocação em frascos, para evitar o controle de validade. Já foram encontrados casos de produtos totalmente falsos, sem efeito, feitos de substâncias baratas, como a farinha, moldadas na forma do medicamento. E também produtos diferentes do que diz o rótulo da embalagem ou em quantidade menor.

7) Algum medicamento pode ser considerdo totalmente seguro ?
Os falsificadores ganham espaço por causa do hábito brasileiro de tomar medicamentos por conta própria. Afinal, todo medicamento tem um potencial de risco: seja por doses exageradas, seja por doses menores, que só fortalecem a doença.
A maioria dos medicamentes tem contra-indicações. É preciso levar em conta idade, peso, alergias e outras doenças, por exemplo. Por isso, sempre é arriscado tomar medicamento sem orientação médica e sem necessidade.

8) E os medicamentos distribuídos pelos hospitais ? Também são fiscalizados ?
Sim. Há uma série de documentos, testes e laudos que os hospitais têm que exigir antes de coprar os medicamentos e que devem ser checados ao receber a encomenda; seja de laboratórios, distribuidores ou importadores. Quem não cumprir a lei pode ter o hospital fechado e ir parar na cadeia. Nas concorrências públicas para compra de medicamentos, só podem concorrer empresas licenciadas pelo Ministério da Saúde.

9) Existe algum controle sobre o que as farmácias e drogarias compram ?
Sim. Elas só podem comprar medicamentos de fabricantes e distribuidoras cim autorização legal para isso. O farmacêutico responsável pela loja tem obrigação de examinar todos os medicamentos comprados, fugindo dos produtos ditos de bonificação, porque estes, a princípio, são produtos suspeitos. Em caso de dúvida, a farmácia ou drogaria tem a obrigação de parar de vender o medicamento e avisar imediatamente a Vigilância Sanitária.

10) Como se controla o que sai de laboratórios, fábricas e distribuidores ?
Sempre que solicitamos, os fabricantes devem apresentar à Vigilância Sanitária uma lista de distribuidores, atacadistas e varejistas autorizados a vender seus medicamentos. São obrigados a infomar ao Ministério da Saúde e à polícia quais os locais onde estão sendo vendidos cada um de seus lotes, para que possa seguir as pistas, em caso de qualquer problema. Também devem informar os nomes de seus propagandistas que recebem os produtos, em que quantidade e o número dos lotes distribuídos.
Os distribuidores são obrigados a manter lista das farmácias, drogarias e hospitais aos quais venderam, especificando o número dos lotes e quantidades negociadas. Em caso de consumidores que chegue até eles, têm de comunicar o fato imediatamente à Vigilância Sanitária e à polícia.

* Fonte: Ministério da Saúde

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A importância da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) no contexto hospitalar

O controle da infecção hospitalar diz respeito à ética de não causar dano ao paciente expondo-o a infecções desnecessárias e à manutenção do equilíbrio no ambiente do organismo humano com seus parasitas.
Na tentativa de melhor explicar o papel dessa ciência no contexto hospitalar, iniciaremos com a definição de infecção hospitalar (IH), atualmente também denominada de INFECÇÃO ASSOCIADA AOS CUIDADOS DE SAÚDE, que é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.
Hipócrates já dizia aos seus discípulos, que não causar dano era um dos princípios fundamentais das atividades em todos os lugares e épocas; que estes deveriam curar quando possível, mitigar as dores frequentemente, consolar sempre e nunca causar danos.
• A CCIH, além de tantas funções, tem essa de fundamental importância, que é a de reduzir as taxas de IH. Alguns trabalhos mostram reduções de 18% e 32%, respectivamente em hospitais sem ou com CCIH bem estruturada.
Para tal resultado, necessita-se:

• Apoio técnico da administração e diretoria;
• Dados epidemiológicos e estímulo ao trabalho em equipe;
• Grupo de pessoas com conhecimentos, habilidades e apoio recíproco com a finalidade de resolver problemas de alta complexidade e crônicos, agindo em conjunto.

A Portaria 2.616, de 12 de maio de 1998, vigente no País, considera que: “...as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação de assistência hospitalar, de vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do Estado, do município e de cada hospital...”.
Na busca desses resultados devem ser constituídas as CCIH, de caráter obrigatório pelo Ministério da Saúde, em todas as unidades de saúde:

• CCIH: grupo de profissionais da área de saúde, nível superior, formalmente designado para planejar, elaborar, implementar, manter e avaliar o Plano de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), adequando às características e necessidades da uniade hospitalar, constituída de membros consultores e executores.
• Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH): Os membros executores constituem o SCIH.

Acima de tudo, a CCIH, devem ser entendidos como órgãos de apoio a todos os setores e áreas de atuação da medicina, enfermagem, fisioterapia e afins e oportunidade inquestionável de inter e multidisciplinalidade. A necessidade de aquisição de conhecimentos na prática atual das ciências da saúde exige velocidade máxima e a CCIH está plenamente à disposição para apoiar e auxiliar em diversas questões como atualização do uso racional de antimicrobianos, indicação de anti-sépticos e desinfetantes, dirimir questões sobre microorganismos multirresistentes, doenças emergentes e reemergentes, surtos intra-hospitalares, atuação em centro-cirúrgico e central de esterilização, esclarecimento sobre a legislação vigente.
Deste modo, quando se fala em controle da infecção hospitalar, além de atividade técnica específica, devemos incluí-lo como componente básico de qualquer programa de garantia de qualidade.

* Dra. Rosana Rangel é Infectologista

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lesões musculares na prática esportiva

Hoje em dia, a valorização da qualidade de vida e, consequentemente, a busca por atividade física, tanto em nível profissional quanto em nível amador, faz com que os esforços musculares causem lesões múscuolo-tendinosas de intensidade e graus variáveis.
Estas lesões geralmente não são valorizadas pelo fato de acarretam dor, porém, com o paciente mantendo suas atividades diárias inalteradas, fato que poderá levar ao agravamento de sua lesão inicial. Atualmente, estudos estatísticos comprovam que 10 a 30% de todas as lesões esportivas são de origem muscular, seja simples como uma distensão e até ruptura de fibras musculares.
A contusão, ou seja, uma lesão sem ruptura de fibras musculares, pode ocorrer por trauma e/ou esforço repetitivo, frequentemente causando dor súbita, por impactos intensos como no futebol, ou então, por atividades prolongadas sobre superfícies duras, como na corrida.
Por sua vez, a distensão muscular, ou seja, uma lesão causada por movimentos que levam à hiperextensão do membro acometido, como no tênis, com microrupturas de fibras musculares, causando dor aguda, tipo fisgada, podendo surgir pequenos hematomas.
Já a ruptura de fibras musculares, ocorre principalmente por impactos sobre o músculo na fase de sua contratação (que provoca lesões de músculos profundos), ou por uma contratação muscular intensa (que provoca lesões de músculos superficiais). Sendo assim, causa dor aguda, tipo latejante, seguida de inchaço e hematoma.
Dessa forma, um prévio aquecimento muscular deverá ser feito antes de iniciar uma atividade física e, para tal, torna-se necessário um aconselhamento médico prévio, para que a prática esportiva não prejudique a qualidade de vida e, sim, pelo contrário, forneça saúde e bem-estar.

* Dr. Luiz Eduardo Luz Barreiros é Ortopedista

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Obesidade e seus mitos

Mito 1 – A obesidade é um problema mundial comum aos americanos. No Brasil, o mais grave é a fome.
O Brasil é um país de extremos: da mesma forma que existe fome, nossa população se torna a cada dia mais obesa, levando ao consumo de remédios para emagrecimento de forma exagerada. O Brasil é o país ocidental que mais consome remédios para emagrecimento (como as anfetaminas, comuns em fórmulas para emagrecer).

Mito 2 – Só é gordo quem quer
Ser obeso não é falta de vergonha na cara como muitos pensam. Primeiramente existem doenças, como distúrbios hormonais (da tireóide e das supra-renais), distúrbios psicológicos/psiquiátricos (ansiedade/depressão/bulimia). Depois é preciso avaliar os hábitos alimentares e o grau de atividade física diária.

Mito 3 – Dar intervalo muito grande entre as refeições ajuda a emagrecer
Os intervalos entre as refeições devem ser de no máximo quatro horas. Intervalos longos entre as refeições estimulam a produção de cortisol (hormônio liberado nos momentos de estresse) e de insulina em exagero durante as refeições, levando nosso corpo a acumular quantidades cada vez maiores de gordura, principalmente na famosa barriguinha.

Mito 4 – Barriga só faz mal para a estética
Sabe-se que quanto maior a circunferência abdominal maior o risco cardiovascular, ou seja, a chance de sofrer um infarto do miocárdio ou derrame e o desenvolvimento de diabetes hipertensão arterial. O acúmulo de gordura abdominal está relacionado também à presença de gordura em nossas vísceras, como o fígado e coração.

Mito 5 – Obesidade só faz mal para nossa aparência!
Obesidade é o fato de risco para apnéia do sono, observada pela presença de parada respiratória durante o sono, que é causa de arritmia e morte súbita. Também pode causar hepatite gordurosa, ou seja, inflamação no fígado por excesso de gordura, podendo levar à cirrose hepática.
Mulheres obesas apresentam maior risco de câncer de endométrio (revestimento interno do útero) e homens obesos têm maior risco de apresentar disfunção erétil.

Mito 6 – Somente os obesos precisam de dieta
Dieta nem sempre é sinal de restrição alimentar. É na verdade um conjunto de hábitos adotados para melhorar nossa qualidade de vida. Recentemente foi publicado um importante estudo europeu que comprovou que o acompanhamento nutricional regular pode aumentar nossa xpectativa de vida em até 14 anos. Não existe remédio nenhum com tanto poder de impacto em nossa qualidade de vida.

Mito 7 – Exercício para emagrecer tem que ser em excesso.
A recomendação é que a atividade física seja realizada regularmente, não passando mais de 48 horas sem exercício. A duração é de 150 minutos semanais (intensidade moderada) ou 90 minutos (intensidade alta) distribuídos ao longo da semana.

*Dr. Sérvio Paixão é Cardiologista

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Doença de Dupuytren

Consiste em doença fibromatosa que ocorre na palma da mão e do dedo, inicialmente surgindo como nódulo que pode progredir para formação de cordões espessados de tecido fibrótico evoluindo com contraturas digitais (dos dedos), inicialmente corrigíveis que progridem para contratura articular devido á adesões periarticulares. Normalmente ocorrem mais freqüentemente nos dedos anular e mínimo e mais raramente no polegar e indicador. Esta doença também pode acometer a fascia plantar (pés) conhecido por Doença de Ledderhousen (5 a 20 %) e na genitália (pênis) conhecido por Doença de Peyronie (2 a 4%).

Epidemiologia

Incidência com idade (homens após 50 anos e mulher aos 60 anos), sendo mais comuns nos homens. Predominância em brancos e caucasianos (descendência do Norte da Europa).

Etiologia

Até hoje não se sabe ao certo quais os verdadeiros fatores que predispõe á Doença, mais múltiplos eventos freqüentemente podem estar correlacionados, como também geneticamente.

• Fatores genéticos
• Associações

o Alcoolismo (consequente a alterações hepáticas).
o Tabagismo (oclusão microvascular).
o Trabalhos manuais (microtraumas na fascia).
o Diabetes (microangiopatia diabética).
o Epilepsia (uso de benzodiazepinicos).

Diagnóstico

Geralmente pelo quadro clínico associado ao exame físico, podendo ser identificado pela presença de nódulo palmar isolado e depressões palmares, que se desenvolvem á medida que progridem e envolve a pele sobrejacente. É a evidência mais precoce da doença, embora possa haver cordões na ausência de nódulos. Parecem originar-se nos componentes superficiais da fascia palmar e dígitos. Em 50% dos casos é bilateral e quando unilateral é mais comum ao lado direito.
Sinais indicadores de severidade da Doença de Dupuytren são:

• Início na idade jovem.
• História familiar positiva.
• Envolvendo lado radial, isto é, dedos polegar e indicador.
• Envolvendo locais ectópicos (outras regiões).
• Evolução rápida e progressiva com flexão dos dedos e impossibilidade de estendê-los.

Presença de contratura da interfalangeana proximal maior que 60° significa uma chance de 80% de atenuação do deslizamento central. Teste de Allen poderá indicar o envolvimento do feixe neurovascular.

Biologia Celular e Molecular

A doença acomete o fibroblasto, provavelmente devido á isquemia sendo o processo controlado por fatores de crescimento e radicais livres.

Anatomia


Fascia Palmar (aponeurose palmar) é a camada fascial triangular espessa que cobre os túneis lumbrical e dos tendões flexores entre as eminências tênar e hipotênar. Proximalmente continua com tendão palmar longo e distalmente divide-se em 04 faixas longitudinais chamadas pré-tendinosas.
Fascia Digital segura a pele em posição quando os dedos são movidos.

• Ligamento de Grayson – surge ao lado da bainha flexora, localizada ao feixe neurovascular.
• Ligamento de Cleland – encontrado profundamente ao feixe neurovascular, surgindo ao lado das falanges e correndo obliquamente.

Anatomia Patológica

Na palma a contração de um cordão pré-tendinoso resulta em flexão da metacarpofalângeana, mas não afeta a posição do feixe neurovascular. Cordões verticais são responsáveis pela dor e dedo em gatilho. Contração do cordão do abdutor do dedo mínimo contribui para flexão da articulação metacarpofalângeana e é causa de recorrência da flexão.
No dígito (dedo) cordão natatório e suas extensões digitais , podem limitar a abdução dos dedos. O cordão central, usualmente é preso á bainha flexora ou ao periósteo da falange média e pode causar contratura (flexão) da interfalangeana proximal, mas sem deslocamento do feixe neurovascular. Cordão lateral pode ser preso á pele e a bainha do tendão pelo ligamento de Grayson, e a contração desde cordão resultará em flexão da interfalangeana proximal e às vezes interfalangeana distal. Ocasionalmente pode resultar em deslocamento do feixe neurovascular para linha média. Cordão retrovascular não ocasiona contratura em flexão, podendo apenas contribuir. Quando uma faixa pré-tendinosa (porção distal-faixa espinhal de Gosset), a folha digital lateral e o ligamento de Grayson estão envolvidos, conduzem á formação da corda em espiral e a contratura gradual desta corda em espiral traciona o feixe neurovascular para linha média.

Protocolo de Tratamento

Conservador – Quando não há contratura em flexão das articulações interfalangeanas ou contratura igual e/ou inferior há 30° das articulações metacarpofalangeanas. Consiste em:
• Fixação com distração progressiva.
• Infiltrações (ex: Injeção de enzima (colagenase).
• Esteróide tópicos e injetáveis
• Radioterapia
• Fisioterapia (ultra-som, imobilização).
• Uso de colchicina e gama-interferon.

Cirúrgico - Contratura em flexão das articulações interfalangeanas ou contratura superior há 30° das articulações metacarpofalangeanas, como também sinais de severidade e progressão rápida da doença.

• Tratamento cirúrgico consiste basicamente nas fasciotomias e fasciectomias, tendo sempre em mente a possibilidade de acometimento do feixe neurovascular (dissecção minuciosa do feixe neurovascular, do tecido fibromatoso), como também na grande possibilidade enxertos de pele e sofrimento tissular (pele).

Abordagens Cirúrgicas


Imagem 1 – Pré-operatório com contratura da metacarpofalângeana e interfalangeana do dedo anular podendo ser observado a presença de corda palmar.


Imagens 2 e 3 – Pós – operatório com acesso tipo 3 ao qual pode ser observado recuperação funcional completa (flexo-extensão do dedo anular).




* Dr. Gustavo Melo é Ortopedista, especialista em mão

Possibilidade de Complicações


• Necrose e perda de pele no pós-operatório
• Rigidez articular (principalmente pelo tempo de doença e gravidade da contratura em flexão dos dígitos, principalmente quando acometido as articulações interfalangeanas).
• Distrofia Simpático Reflexa (esta mais comum em mulheres).

 
Convém ressaltar que a rigidez articular de estruturas previamente envolvidas na Doença de Dupuytren, na maioria das vezes, foge ao controle do cirurgião da mão e do fisioterapeuta, Acredito que futuramente muito ainda vai ser esclarecido sobre esta enfermidade.




quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dispepsia - A famosa indigestão!

A palavra dispepsia ( Dys = má; Pepsien = digestão ) deve ser utilizada para designar sintomas que parecem ter origem no estômago e duodeno, caracterizados por dor ou desconforto no epigástrio ( região correspondente à parte superior do abdome ). O termo desconforto significa uma sensação não dolorosa referida como peso, plenitude ( empachamento ), saciedade precoce, eructações ( eliminação de ar pela boca ), náuseas e vômitos. Esses sintomas podem ser ocasionados por doenças orgânicas como úlcera péptica, câncer do estômago, parasitoses intestinais, medicamentos, etc.
Em mais de 50% dos casos esses sintomas não podem ser atribuídos a alterações físicas estruturais ou de exames laboratoriais, caracterizando uma dispepsia não orgânica ou funcional. É mais freqüente em adultos jovens e nas mulheres. Os pacientes com dispepsia funcional podem apresentar episódios de pirose ( queimação retroesternal ). Quando este sintoma é frequente é possível fazer 2 diagnósticos: dispepsia funcional e doença do refluxo gastro esofágico. Muitos apresentam ainda distúrbios psicológicos associados, desde depressão e ansiedade até quadros psiquiátricos mais graves.
É importante dizer que o diagnóstico de dispepsia funcional só pode ser firmado se os sintomas persistirem durante 3 ou mais meses. Aqueles que apresentam sintomas após alimentação de digestão difícil como feijoada, churrasco, rabada etc, não podem ser considerados portadores deste mal. A dispepsia funcional não ocasiona risco para a vida do paciente, nem evolui para doença grave, mas é um importante problema médico social, com conseqüências econômicas desastrosas relacionadas ao número de consultas médicas, do custo da medicação, ao absenteísmo no trabalho e às repercussões na vida social e familiar.
Muitos estudos demonstram um número maior de diagnósticos de gastrite por H pylori ( inflamação causada por esta bactéria ) nos pacientes com dispepsia funcional do que na população assintomática. A inflamação crônica do estômago seria uma causa capaz de provocar aumento de sensibilidade nos órgãos do aparelho digestivo facilitando o aparecimento de sintomas dispépticos. Se um paciente com gastrite por H pylori apresentar sintomas de dispepsia que desaparecem após o tratamento de erradicação dessa bactéria a dispepsia é do tipo orgânica e não funcional. Como a gastrite por H pylori e a dispepsia funcional são doenças muito freqüentes elas podem coexistir em um mesmo paciente.
O tratamento deste distúrbio deverá ser feito de acordo com os sintomas apresentados, podendo os medicamentos serem associados com a psicoterapia ou com a erradicação do H pylori, porém, o mais importante para a melhora definitiva dos sintomas está no uso de alimentos saudáveis, sem corantes ou conservantes, em uma alimentação com regularidade ( pelo menos de 4 em 4 horas ) e com maior cuidado na mastigação, evitar bebidas gasosas e/ou artificiais, utilizar as bebidas alcoólicas e alimentos condimentados com bastante critério, não fumar e, finalmente, organizar seus horários para que se possa ter tempo reservado para a alimentação e para a evacuação. Não existem fórmulas mágicas e nem medicamentos miraculosos. O bem estar digestivo como também na maioria das doenças depende do compromisso do paciente de adotar hábitos saudáveis e não se automedicar.

* Dra. Anelise Luderer - Gastroenterologista

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Estrias na gravidez. Existe maneira de evitá- las?

Durante o processo da gravidez, encontramos importantes modificações endocrinológicas, metabólicas, imunológicas e vasculares as quais só são toleradas por nosso organismo durante este curto período de tempo e provocam na pele alterações tanto patológicas quanto fisiológicas (naturais do nosso organismo). E apesar de fazerem parte das alterações fisiológicas na gravidez, as estrias não deixam de ser motivo de angústia para as gestantes que as tem e o temor das que não tem.
Acometem cerca de 70 a 90% das gestantes, principalmente após a 24 semana de gravidez, surgindo nas áreas de maior tensão da pele, como abdômen, mamas, braços e dorso. Porém, não só a distensão da pele, mas também a ação hormonal são causadoras delas. Em relação á distensão da pele, são fatores causadores para formação das estrias, não só o excesso de peso de alguns bebês como também de algumas mães.
As estrias são lesões em forma de linhas que aparecem paralelas umas as outras e podem ter alguns centímetros de comprimento. Inicialmente são avermelhadas ou róseas e ao final da gravidez e também no pós parto, tendem a melhorar seu aspecto e sua coloração passando para uma tonalidade esbranquiçada. A pele na área afetada tem consistência frouxa devido a degeneração das fibras elásticas a nível da derme (camada intermediária da pele), causada pela distensão desta pele.
Devemos lembrar também que as estrias fazem parte da herança familiar de algumas mulheres. Estas, por exemplo, necessitam de pouca distensibilidade de pele para manifestarem as temidas estrias. Outras as que não possuem este fator familiar podem passar por situações de grande distensibilidade de pele como a gravidez e até com ganho excessivo de peso nesta fase e passarem imunes as estrias.
Todos os tratamentos disponíveis hoje em dia, tanto os ambulatoriais,como as intervenções visam promover a melhora visual das estrias, ou seja, estas são irreversíveis e os tratamentos apenas visam fazer com que aquele tecido acometido tenha uma característica próxima a de uma pele normal.
Dentre os tratamentos disponíveis temos os ácidos domiciliares, peelings, intradermoterapia, laser, dermoabrasão, carboxiterapia entre outros. Alguns com melhores e outros com piores resultados. Porém, nenhum deles indicados durante a gravidez.
Para a prevenção das estrias durante a gravidez, deixo algumas dicas, principalmente para aquelas com herança familiar importante:

1) Alimentação saudável e balanceada para se evitar o ganho excessivo de peso. De preferência com acompanhamento de uma nutricionista.
2) Beber em média 08 copos de água por dia para promover a hidratação interna.
3) Evitar banhos quentes que ressecam a pele.
4) Usar de cremes e loções hidratantes visando evitar o ressecamento desta pele. Existem hoje em dia, formulações industrializadas específicas para gestantes com ativos antiestrias, com efeitos antiinflamatórios, calmantes e cicatrizantes.

Lembrando que os óleos muitas vezes usados, são apenas lubrificantes e não tem nenhum efeito comprovado na prevenção das estrias.
Seguindo estas dicas importantes, certamente a gestante fará desta fase, um universo de experiências inesquecíveis.

* Dra. Simone de Carvalho Reis Barreiros é Dermatologista

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Farmácia em casa

1. Cheque o armário dos remédios pelo menos uma vez ao ano. Retire todos os itens do armário e cheque as datas de vencimento e jogue fora os remédios vencidos. Se algum medicamento estiver fora da embalagem original, ou sem rótulo, jogue-o fora. Alguns medicamentos podem ser danificados quando expostos à luz e à umidade, devendo ser mantidos em embalagens especiais, como vidro escurecido. Jogue fora tubos e cremes ressecados e rachados, assim como líquidos que estejam turvos, ou com resíduos.

2. Todo medicamento é um veneno em potencial. Se tiver crianças em casa, mantenha os remédios e vitaminas trancados em armário alto, fora do alcance delas.

3. Esqueça de vez "a automedicação". Lembre-se: o remédio que você usa ou aquele que o filho da sua vizinha toma, pode ser prejudicial para o seu filho.

4. Armários com remédios, xampus, cremes, produtos de limpeza, inseticidas, graxas de sapato e outros produtos químicos devem ser trancados à chave ou cadeado, ou ainda localizar-se em altura suficiente, fora do alcance das crianças.

5. Nunca use recipientes de alimentos para guardar produtos de limpeza ou inseticidas.

6. Medicamentos em cápsulas: a quantidade contida na embalagem deve ser a mesma indicada. Examine se existem manchas na superfície, isto indica deterioração do medicamento ou da cápsula examine a existência de cápsulas vazias ou com rachaduras (trincados); cápsulas pegajosas indicam excesso de umidade em contato com a cápsula. Verifique se a embalagem está bem fechada.

7. Supositórios: quando mal armazenados podem desmanchar (excesso de calor); Manchas presentes na superfície podem indicar deterioração; Procure conservar em local bem fresco ou sob refrigeração leve (no refrigerador na parte inferior).

8. Pomadas e Cremes: Partes com coloração e consistência diferente; Quando ocorrer separação da parte líquida e sólida. Quando vazar através da tampa ou estufar a bisnaga. Verifique se há gases no interior da bisnaga.

9. Comprimidos: Desprezar comprimidos quebrados ou faltando partes, se desmanchando ou se esfacelando facilmente; A quantidade de comprimidos na embalagem deve ser igual ao número indicado na mesma.

10. Xaropes e medicamentos líquidos: Fique atento à presença de substâncias sólidas no fundo do frasco ou no líquido, a qualquer cheiro diferente ou desagradável, à possíveis mudanças de coloração, aos frascos com tampa estufada, às embalagens ou bulas molhadas. No caso de suspensões (líquidos com partículas minúsculas que quando em repouso ficam depositadas no fundo do frasco), observe se ao serem agitados não ficam homogêneos.

11. Soluções injetáveis (ampolas, frascos, etc): Observe a presença de partículas sólidas no líquido, vazamentos e qualquer coloração anormal. Evite expor a solução à luz solar direta. Quando for tomar medicamentos injetáveis, tenha sempre consigo a receita médica (não se deve tomar medicamentos injetáveis sem receita médica). Observe as condições higiênicas da sala, a presença de pessoa habilitada e o uso de materiais descartáveis.

12. Antibióticos: siga corretamente a posologia prescrita pelo médico e não o utilize indiscriminadamente. Leve em conta o perigo de resistência bacteriana.

13. Não troque nem guarde a bula de um medicamento na caixa de outro, pois esta atitude pode levar a ingestão errônea de medicamentos e posologias não recomendadas, causando intoxicações.

14. Na farmácia ou drogaria, procure pelo farmacêutico habilitado e extraia dele o máximo de informações possíveis sobre o medicamento prescrito pelo médico, tais como possíveis interações medicamentosas, posologia correta, reações adversas e, sobretudo, a importância da aderência ao tratamento.

15. Evite a compra de medicamentos anunciados pela TV ou rádio, pois só um profissional habilitado, um médico, tem condições de saber se você precisa ou não tomar um medicamento. Se for um medicamento de venda livre, oriente-se com o farmacêutico.

16. A maioria dos medicamentos é sensível à luz. Conserve-os na sua embalagem original, que já foi extensivamente testada para proteção do produto. É realmente importante que todo e qualquer medicamento fique abrigado da luz direta.

17. Outro grande mal na armazenagem dos medicamentos é a umidade. Mesmo as soluções devem ser protegidas da umidade, pois esta tem efeito deletério sobre a rotulagem do produto. Logo, mantenha os medicamentos em local seco, preferencialmente em prateleiras, afastados das paredes.

18. O calor também precisa ser evitado. A princípio, todo medicamento deve ser mantido em temperaturas abaixo dos 25ºC. No entanto, vários medicamentos requerem condições indicadas de temperatura e transporte. Leia as embalagens com atenção: elas devem conter as condições indicadas de armazenagem.

19. A limpeza é essencial em qualquer situação. Mantenha os medicamentos livres de pó, partículas, mofo, etc.

20. Os medicamentos devem ser armazenados isoladamente dos cosméticos, produtos de limpeza, perfumarias, e outros produtos químicos.

21. Medicamentos devem ser guardados em salas protegidas da entrada de insetos, roedores e aves. Periodicamente, promova a sanitização do local, tendo o cuidado de proteger os medicamentos do contato com substâncias utilizadas na sanitização. Uma opção é colocar telas finas nas janelas, para evitar a entrada de insetos e outros animais. Deve-se evitar a colocação de ralos no local de armazenagem de medicamentos.

22. Durante a gravidez e a amamentação, os cuidados com a ingestão de medicamentos devem ser redobrados: durante a gestação, a mulher deve evitar a ingestão de medicamentos, álcool, fumo, cafeína e drogas em geral. Alguns medicamentos podem causar problemas para o bebê. O médico deve sempre ser consultado antes da ingestão de qualquer medicamento.

23. Alguns medicamentos são inadequados para quem dirige ou opera máquinas, pois retardam os reflexos. O farmacêutico pode dar indicações a respeito disso.

24. A bebida alcoólica nem sempre combina com o uso dos medicamentos, pois pode interferir na sua absorção e efeito, podendo potencializa-lo ou promover efeitos tóxicos.

* Fonte: Ministério da Saúde

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Distúrbio Androgênico

Andropausa – “Sabia que nos homens, a partir dos 40 anos, a quantidade de testosterona no sangue diminui?”


Todos os homens experimentam a diminuição na quantidade de testosterona no sangue, porém em alguns casos essas quantidades diminuem mais que em outros. Esta diminuição impacta na qualidade de vida e pode expor o homem a riscos a longo prazo.
Nesta etapa é conhecida como DAEM* (Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino) ou também conhecida como Andropausa, embora deva-se dizer que é um termo incorreto porque, diferente da mulher, a função testicular no homem não cessa, portanto não existe um momento específico comparável à menopausa, na qual a mulher deixa de menstruar e perde sua capacidade de reprodução.
Tecnicamente DAEM define-se como a deficiência de testosterona no sangue relacionada com a idade (a partir dos 40 anos) e que é parte do processo natural de desenvolvimento e maturidade próprio na vida do homem.
Durante esta etapa de diminuição ou deficiência androgênica, a memória e a capacidade de concentração estão consideravelmente diminuídas e muitos homens sofrem de alterações do estado de ânimo. Algumas vezes apresentam-se também transtornos do sono e irritabilidade. Outras indisposições importantes que o paciente sofre devido à deficiência de testosterona é o aumento da transpiração e/ou ondas de calor - comparáveis às sofridas pelas mulheres na menopausa - atrofia da pele e má distribuição de gordura corporal, bem como possível ausência de excitação ou desejo.
A testosterona é o mais importante dos hormônios sexuais masculinos ou androgênios.
Mais de 95% dos androgênios presentes no organismo masculino são produzidos pelos testículos. Os 5% restantes vêm principalmente das glândulas supra-renais.
A testosterona é jogada na corrente sangüínea e é conduzida aos órgãos onde atua. A quantidade de testosterona produzida varia no decorrer do dia e os níveis sangüíneos podem ser até 30% mais altos nas primeiras horas da manhã. Esta é basicamente a explicação de porque as ereções matutinas ocorrem. Habitualmente, os níveis de testosterona são mais baixos entre as 18:00 horas e 20:00 horas.
A função dos androgênios está relacionada com a idade e inclui a diferenciação sexual, o desenvolvimento das características sexuais (virilização) e a regulação de todas as funções sexuais e reprodutivas masculinas. Por exemplo, durante a puberdade, o aumento de androgênios induz ao crescimento dos órgãos sexuais. Além disso, a testosterona também tem numerosas funções que cumprem um papel decisivo na conservação da saúde e bem-estar do homem.
• Na sexualidade e na reprodução, a testosterona estimula o aumento da libido (desejo sexual) e a qualidade e freqüência de orgasmos. A testosterona é essencial para que as ereções ocorram; por isto, aqueles pacientes com disfunção erétil (DE) têm muitas vezes baixos níveis de testosterona.
• Na musculatura, a testosterona promove a síntese de proteínas e produz o aumento na massa muscular.
• Na produção de sangue, a testosterona estimula por ação direta a medula óssea, aumentando assim o número de glóbulos vermelhos e hemoglobina.
• No cérebro, a testosterona tem efeitos positivos no desempenho mental, sensação de bem-estar geral e bom humor.
• Na pele, a testosterona estimula a atividade das glândulas sebáceas. A deficiência desta pode, conseqüentemente, induzir ao ressecamento excessivo e à pele sensível. Por outro lado, o aumento de produção sebácea na puberdade pode causar acne.

Os sinais e sintomas do distúrbio androgênico do envelhecimento masculino são:
• Ossos - possível osteoporose, dores nos ombros, fraturas e diminuição da estatura.
• Cognitivos – fadiga freqüente, diminuição da concentração e alteração do estado de ânimo.
• Função sexual – diminuição da libido (desejo sexual) e disfunção erétil.
• Composição corporal – diminuição da massa muscular e aumento da gordura visceral.
• Pele – ressecamento e diminuição dos pêlos corporais.
• Força muscular – diminuição da força e da atividade muscular e atrofia.
• Anemia – presença de fadiga crônica (cansaço).

Estabelecer a presença de DAEM somente com base clínica é, na maioria das vezes, extremamente difícil. Dessa forma, no homem adulto, o hipogonadismo é diagnosticado com confirmação por exames laboratoriais na presença de sinais e sintomas que acompanham esta entidade.
Devem-se realizar, então, dosagens no sangue dos seguintes hormônios: testosterona total e livre, SHBG (proteína carreadora do hormônio masculino), FSH (hormônio folículo estimulante), LH (hormônio luteinizante) e prolactina.
Uma vez que se diagnosticou DAEM e as causas foram determinadas, o médico decidirá qual o tratamento adequado. A deficiência de testosterona pode ser efetivamente tratada com a terapia de reposição hormonal.
O tratamento melhora consideravelmente o bem-estar e o desempenho mental e físico; oferece efeitos positivos sobre o humor, auto-estima e vitalidade geral; provoca efeito virilizante sobre as características sexuais secundárias, como o crescimento do pêlo corporal e pubiano, bem como da barba; aumenta a massa e força muscular, diminuindo a gordura. No plano sexual, o tratamento de DAEM (Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino) conduz à importante melhora da libido (desejo sexual) e das ereções. O risco de fraturas relacionadas com osteoporose também é reduzido.
A melhor produção de glóbulos vermelhos também é resultado da terapia de testosterona. Existe evidência preliminar que a terapia de testosterona pode prevenir o desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Esta suposição deriva-se do fato de que a testosterona tem influência positiva no metabolismo, com diminuição da gordura e diminuição da pressão arterial.
Os três métodos disponíveis para a administração de testosterona são o injetável, o oral e o transdérmico. Porém, este tratamento não é isento de complicações e deverá sempre ser indicado e acompanhado pelo médico.
A única contra-indicação absoluta para reposição androgênica é a presença de câncer de próstata.
O problema de DAEM ocorre pela falta de informação e consciência do homem sobre os efeitos que este pode desencadear. É recomendável consultar seu médico para realizar uma avaliação de seus níveis de testosterona. Seu médico é o único que poderá recomendar o tratamento adequado para sua saúde. Converse com seu urologista.

* Dr. Marco A. Salgueiro Jr.e Dr. Clayton Lagoa Bellei, são Urologistas

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Depressão: a doença do século!

A forma como percebemos e sentimos os acontecimentos de nossa vida influencia sobre o modo como nos comportamos no nosso dia-a-dia. E para que possamos processar as informações e acontecimentos que chegam até nós, é preciso tempo.
Contudo, atualmente, pela própria facilidade tecnológica e pela possibilidade de comunicação veloz de um canto a outro do planeta, somos constantemente “bombardeados” de estímulos (prazerosos e desagradáveis), que não temos tempo de processar, de “digerir”.
A correria dos tempos modernos não cansa somente o nosso corpo, mas especialmente nossa mente. E nem sempre estamos preparados para encarar e resolver com a destreza necessária os problemas que surgem. Frente a estas frustrações, de alguma forma nosso psiquismo e nossa vida emocional é afetada, tornando-se campo fértil para emergência da depressão. Nas últimas décadas do século XX, constatou-se um grande aumento da incidência da depressão em todo o mundo, fazendo com que esta alcançasse o status de “a doença do século”. A partir disso, as pesquisas sobre a base biológica da depressão se intensificaram, bem como ocorreram grandes avanços na terapia medicamentosa e na produção farmacêutica de psicotrópicos.
Contudo, mesmo com essas novas descobertas e possibilidades de tratamento, não há evidências de redução da prevalência da depressão na população mundial. Com certeza um dos argumentos que justificam esta não-redução encontra-se no fato de a depressão ser uma doença de causas múltiplas e que, portanto, para ser bem tratada (e até mesmo prevenida), torna-se necessário fazer uma avaliação biológica, psicológica e social do indivíduo.
De forma geral, e com base no modelo cognitivo da depressão, esta apresenta alguns sintomas psicológicos característicos, manifestos nos comportamentos e nas atitudes do sujeito deprimido.
A pessoa tende a ver a si mesma, seu futuro e seu ambiente social e de experiências de forma negativista. Ela subestima-se em sua auto-avaliação, considerando-se inadequada, sem valor. O sujeito deprimido vê obstáculos insuperáveis para atingir suas metas e, por isso, deixa mesmo de traçar metas. Qualquer tentativa frustrada em realizar algo é encarada como derrota e, pensando no futuro, antecipa um “possível” sofrimento, visto que já espera que o porvir também será de frustrações e dificuldades.
Seus pensamentos negativistas influenciam em sua motivação, levando a uma “paralisia” da vontade, a desejos de fuga e de evitação frente a situações que considera ameaçadoras. A pessoa torna-se mais dependente (por não se considerar apta a alcançar sucesso em suas tarefas), buscando auxílio de outras pessoas que entende como sendo mais capazes que ela própria.
Observa-se que não se trata de tristeza. É claro que os sentimentos de tristeza e desânimo acompanham toda a trajetória da depressão. Hoje em dia, é comum escutarmos pessoas dizendo “hoje eu acordei meio deprimido.” Mas não é correto.
A tristeza na depressão é uma emoção muito mais intensa e duradoura, e nem sempre vem associada a algum acontecimento específico. A tristeza, emoção natural em qualquer ser humano, é momentânea e relacionada a algo desagradável à pessoa. Resolvida a situação que levou à tristeza, ou simplesmente voltando-se para outras atividades mais prazerosas, ela tende a desaparecer.
Por ser uma doença intensa, e que afeta os diversos níveis da vida do sujeito, e fundamental que se faça um acompanhamento terapêutico profissional. Atualmente, temos medicações que sintomas depressivos, proporcionando ao paciente uma melhor disposição em realizar suas atividades diárias.
Entretanto, e primordial trabalhar no paciente as causas psicológicas e sociais de sua depressão, bem como instrumentalizá-lo com habilidades psicossociais de enfrentamento e manejo de situações consideradas estressantes e ameaçadoras, que poderiam levar o paciente a um novo estado depressivo. Um acompanhamento com um profissional da psicologia é extremamente adequado neste caso.
Acima de tudo, o importante é que o paciente compreenda que há tratamento para a depressão, e que seu meio familiar e/ou social colabore neste processo. O apoio das pessoas significativas na vida do paciente deprimido gera um sentimento de segurança e confiança que, consequentemente, atuará na melhora da autoestima do sujeito, e em um tratamento mais eficaz.

* Gláucia Veigas é Psicóloga

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Brasileiros estão em quinto lugar na busca por informações sobre saúde na internet, segundo pesquisa internacional

LONDRES - A pesquisa internacional de saúde Bupa Health Pulse entrevistou mais de 12 mil pessoas em 12 países (Austrália, Inglaterra, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Rússia, Espanha, Brasil, México e Estados Unidos) e descobriu que 81% das pessoas que acessam a internet usam a rede para pesquisar sobre saúde, remédios ou médicos.
Os brasileiros estão em quinto lugar entre os que mais buscam informações de saúde na internet. O primeiro lugar é dos russos, seguidos pelos chineses, indianos e mexicanos. Os franceses são os que menos procuram esse tipo de informação na rede.
A pesquisa também descobriu que 68% dos que têm acesso à internet procuraram informações sobre remédios específicos e cerca de quatro em cada 10 pessoas procuram experiências de outros pacientes sobre alguma doença.

- Novas tecnologias estão ajudando mais pessoas ao redor do mundo a descobrir mais sobre saúde e a tomar decisões mais embasadas - disse o pesquisador David McDaid.

Na Inglaterra, onde a Bupa previu 40 milhões de acessos em sites de saúde esta semana, quando as pessoas fazem resoluções de ano novo depois das festas de fim de ano, os especialistas alertaram para o fato de que muito do conteúdo online não é checado e o internauta deve saber em que sites confiar.
Dos 73% de britânicos que pesquisam sobre saúde na internet, mais de seis em cada 10 buscam medicamentos e mais da metade (58%) usam as informações para se autodiagnosticar.

- Confiar nesse tipo de informação pode levar as pessoas a correr riscos com testes e tratamentos errados, gastar dinheiro e causar preocupações desnecessárias - disse a médica Annabel Bentley, do Bupa.

Fonte: O Globo (via Reuters)

Hérnia Discal, como tratar?

Com a expectativa de vida ficando cada vez maior, a incidência das doenças degenerativas de um modo geral tem aumentado no mundo inteiro. Com isto a medicina tem evoluído muito nos últimos anos, na tentativa de melhorar a qualidade de vida destas pessoas. O estudo das patologias da coluna vertebral teve uma grande evolução nesta década, e o que se observa nos dias de hoje é uma visão muito mais ampla do contexto das alterações degenerativas e não só da herniação discal. Com isto, novas técnicas de tratamento destas alterações surgem a cada dia.
A hérnia discal na verdade, faz parte de um conjunto de alterações degenerativas da coluna vertebral, como a osteoartrose, alterações facetarias e a desidratação discal. Estas alterações possuem uma sequência de aparecimento, mas com o mesmo princípio etiológico, a sobrecarga anatomo-funcional daquele segmento.
Estas alterações têm início ainda na juventude e possuem tendência a se agravar com o tabagismo, o excesso de peso, a má postura e a sobrecarga. Atividades que levam ao impacto repetitivo como correr e saltar, também contribuem na etiologia da doença.
Os sintomas podem aparecer como uma simples dor na coluna ou, naqueles casos que já existe uma compressão neural, apresentar dor irradiada para os membros ou sinais de instabilidade como a incapacidade de manter-se sentado ou em pé por longos períodos de tempo. Estes sintomas, em geral, possuem episódios de piora e melhora, mas é quase regra uma piora evolutiva no grau de degeneração. Esta piora pode ser acelerada ou retardada, dependendo dos fatores já citados anteriormente.
O diagnóstico é feito com exame clínico e complementado por exames radiológicos como o RX, a tomografia e a ressonância magnética. O tratamento, nas fases iniciais, é clínico e fisioterápico. Nas fases mais avançadas ou naquelas em que o tratamento é a cirurgia.
Para prevenir, sabemos que é muito importante manter-se saudável, sem excesso de peso, praticar atividades físicas regularmente, não fumar e evitar sempre e toda qualquer atividade que possa sobrecarregar a sua coluna. Lembre-se sempre que prevenir hoje é a garantia de tranquilidade no futuro.

* Dr. Leonardo Medrado é Neurocirurgião

Energia Positiva

É verão! Todos estão preparados para viver a estação do bom humor, alegria e diversão? Alguns não estão.
Para começar, vamos rever sua alimentação. Reveja se durante o ano de 2010 seguiram dicas, alimentaram-se bem, cuidaram do corpo e da mente. Se isso não aconteceu ainda há tempo! A dica é simples, é só seguir orientações de um profissional capacitado.
Se quiser entrar em forma ou ter qualidade de vida, infelizmente não existem milagres e muito menos fórmulas mágicas. Mas existe uma maneira bem gostosa de chegar lá: pela alimentação. Escolhendo verduras e legumes, e porquê não as carnes? Com as carnes você pode obter a energia necessária para realizar suas atividades, modelar o corpo e, claro, comemorar a boa imagem refletida no espelho.
Compondo uma boa alimentação não se pode deixar de lado as frutas, que nesta estação do ano estão muito saborosas e diversificadas. As frutas tem baixo teor calórico, além de serem ricas em vitaminas e minerais.
Para sentir-se em total bem-estar é preciso associar a alimentação a um exercício que seja ideal e mais indicado para cada pessoa, pois com ele seu corpo atingirá a meta desejada.
O exercício físico associado a uma alimentação ideal indica que você estará em plena transformação de corpo e mente, sentindo-se mais leve, mais disposta e, consequentemente, mais feliz. Procure aquilo que gosta de fazer, coma sempre o que gosta. Hoje em dia temos muitas opções de exercícios físicos e receitas light diet saborosas, para que sua dieta de emagrecimento sejam dia-a-dia mais feliz. Não perca o entusiasmo!! O começo é sempre difícil, mas nesta época do ano o humor está em alta, o sol brilhando ajuda a aumentar a autoestima, e isso já é um bom começo.

Cuide da sua mente com doses satisfatórias de energia positiva.

* Renata David Braga é Nutricionista

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tumor na próstata é o segundo entre os homens no Brasil - Ministério da Saúde

Dados do Instituto Nacional de Câncer revelam que, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo tumor mais comum entre os homens. O primeiro é o câncer de pele não-melanoma. O último levantamento mostra que as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste registram as taxas mais elevadas dos tumores na próstata.
As maiores incidências são registradas em Goiânia, Aracaju, Belo Horizonte e Porto Alegre. O chefe do Departamento de Uro-Oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia, Marcos Dall Oglio, explica que os homens devem fazer exames preventivos e reforça: quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor.
"O diagnóstico precoce é fundamental porque é nesse momento que nós conseguimos curar o câncer e, normalmente, nesse momento não dá nenhum sintoma e infelizmente se a pessoa já descobre um tumor na próstata e ele é muito avançado, infelizmente nessa caso, nós não conseguimos mais curar as pessoas."
Marcos Dall Oglio ressalta que os homens não devem ter vergonha ou preconceito de procurar um urologista. O exame do toque é fundamental para o diagnóstico precoce.
Segundo ele, quem tem histórico de câncer de próstata na família, deve redobrar a atenção "A melhor maneira de se prevenir é a pessoa tendo um cuidado. A partir dos 40 anos, fazer um acompanhamento com um urologista, e, a partir dos 40 anos, quando tem alguém na família que já teve câncer de próstata.
Quando não tiver ninguém na família, essa avaliação deve continuar ou iniciar a partir dos 45 anos, já que ele não tem nenhum fator de risco." De acordo com Marcos Dall Oglio, estimativas da Sociedade Brasileira de Urologia revelam que um a cada seis homens, no Brasil, vai ter câncer de próstata.
Atento ao problema e ao fato de que o sexo masculino é tradicionalmente menos cuidadoso com a saúde, o governo tem investido em diversas ações dentro da Política Nacional de Saúde do Homem.
O objetivo é incentivar os mais de dois milhões de homens procurarem os serviços de saúde pelo menos uma vez por ano.

PRIMEIRO ARTIGO PARA O BLOG DE 2011. FELICIDADES!

* Dr. Carlos André Klojda é Urologista